Introdução
PLANO DE NEGÓCIOS
SALÃO DE BELEZA HONEY
Monografia de Conclusão do CEAI - Curso de Especialização em
Administração Industrial da Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo
Orientador: Prof. Dr. Roberto Marx
São Paulo 2006
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha esposa Fabiana Marra pela motivação e
paciência neste momento decisivo e enriquecedor da minha vida pessoal,
acadêmica e profissional. Gostaria de agradecer também o orientador Prof. Dr.
Roberto Marx pela dedicação durante o processo de elaboração deste trabalho.
RESUMO
Este trabalho apresenta um plano negócio para estabelecer
uma empresa, neste caso um salão de beleza, denominado Salão de Beleza Honey.
Um plano de negócio bem elaborado é fundamental para o sucesso da nova empresa,
pois o empreendedor pode avaliar o novo empreendimento do ponto de vista
mercadológico, da concorrência, técnico, do planejamento financeiro, jurídico e
organizacional ainda no papel e ao mesmo tempo poder adaptar as exigências do
ambiente empresarial. Podem também
avaliar a evolução do empreendimento ao longo de sua implantação, para cada um
dos aspectos definidos no plano de negócio, o empreendedor poderá comparar o
previsto com o realizado, facilitar a obtenção de empréstimos e financiamento
junto a instituições financeiras para nova empresa ou para expansão do negócio.
O plano de negócios para a Salão de Beleza Honey se sustenta nas mais variadas
áreas de conhecimento, tais como: planejamento estratégico, marketing, engenharia
econômica, recursos humanos, qualidade, gestão de serviços, gestão financeira,
gestão comercial, etc. Com base nestas técnicas, o plano de negócio para a
Salão de Beleza Honey objetiva avaliar a viabilidade comercial e financeira do
novo empreendimento e conseqüentemente verificar se o retorno financeiro de se
investir neste empreendimento é maior em relação a opção de aplicar esse mesmo
capital no mercado financeiro ou vise-versa.
LISTA DE ANEXOS
Anexo I - Lista de Fabricantes/Marcas de Produtos de
Beleza................................................55
LISTA DE FÓRMULAS
Fórmula 1 – Fórmula para Formação do Preço de Venda do
Serviço......................................29 Fórmula 2 - Taxa Interna de
Retorno (TIR).............................................................................51
Fórmula 3 - Valor Presente Liquido
(VPL)..............................................................................51
Fórmula 4 - Prazo de retorno do Capital (PayBack) ................................................................52
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Ilustração 1 - Projeto do Salão de
Beleza.................................................................................18
Ilustração 2 - Logomarca do Salão de Beleza Honey...............................................................19
Ilustração 3 – Modelo de Cartão de Visita e Papel de Carta do Salão de Beleza
Honey.........19 Ilustração 4 – Mapa de Dispersão dos
Concorrentes................................................................34
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Distribuição dos Profissionais de Beleza por
ocupação........................................22 Gráfico 2 - Posicionamento
do empreendimento no mercado de salões de beleza..................23 Gráfico 3
– Pirâmide Populacional do
Butantã........................................................................26
Gráfico 4 – Matriz de Segmentação de
Mercado.....................................................................38
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Possíveis públicos-alvos para o Plano de
Negócios..............................................11 Tabela 2 – Modelo de
Plano de
Negócios................................................................................13
Tabela 3 – Quadro Resumo dos serviços prestados.................................................................16
Tabela 4 – Recursos humanos necessários para o salão de
beleza...........................................17 Tabela 5 – Recursos de
hardware necessários para o empreendimento...................................17
Tabela 6 – Crescimento do setor de beleza versus a indústria em geral
..................................20 Tabela 7 – As oportunidades de trabalho
criadas pelo setor de beleza....................................21 Tabela 8 –
População do
Butantã.............................................................................................25
Tabela 9 – Renda da população do
Butantã.............................................................................25
Tabela 10 – Indicadores Habitacionais e
Saneamento.............................................................25
Tabela 11 – Indicadores Educacionais dos Chefes de
Famílias...............................................26 Tabela 12 - Projeção
de Vendas Semanal de Serviços.............................................................30
Tabela 13 - Projeção de Vendas Acumulada: Semanal, Mensal e
Anual.................................31 Tabela 14 - Tabulação dos Concorrentes
que atuam no Mercado-alvo...................................33 Tabela 15 -
Investimento Inicial Total: Capital de Giro Necessário e Investimento
Inicial....43 Tabela 16 - Investimento Inicial Necessário em
Hardware......................................................44 Tabela 17 -
Projeção das Despesas com Recursos Humanos...................................................45
Tabela 18 - Projeção de Despesas com Vendas e
Marketing...................................................45 Tabela 19 –
Projeção Mensal e Anual dos Custos Fixos e Custos Variáveis...........................46
Tabela 20 - Projeção do Demonstrativo de Resultados de 2007 a
2016..................................47 Tabela 21 - Projeção do Fluxo de caixa
de 2006 a 2016..........................................................48
LISTA DE SIGLAS
ABIHPEC - Associação Brasileira da Indústria de Higiene
Pessoal, Perfumaria e Cosméticos FIESP - Federação das Indústrias de São Paulo
MPE – Micro e Pequenas Empresas TIR – Taxa Interna de Retorno TMA – Taxa Mínima
de Atratividade SEBRAE/SP - Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo SEBRAE/PR -
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná SWOT –
Strengths (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e
Threats (ameaças) VPL – Valor Presente Liquido
SUMÁRIO 1
INTRODUÇÃO....................................................................................................................1
1.1 Estrutura do Trabalho de Conclusão de
Curso..........................................................1 1.2 Introdução
ao
Trabalho..............................................................................................2
2 REVISÃO DE
LITERATURA.............................................................................................3
2.1 Introdução ao
Empreendedorismo.............................................................................3
2.2 Planejamento Estratégico
..........................................................................................5
2.3 Plano de Negócios.....................................................................................................7
2.3.1 A importância do Plano de
Negócios.................................................................7 2.4
Procedimentos para elaboração de um Plano de Negócios.....................................11
2.5 Modelo proposto para elaboração do Plano de Negócios do São de Beleza
Honey13 3 INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O
EMPREMDIMENTO..........................................14 3.1 Dados da
Empresa...................................................................................................14
3.2 Dados dos
Dirigentes...............................................................................................14
3.3 Previsão para o Inicio das Atividades......................................................................14
3.4 Definição do
Negócio..............................................................................................14
3.5 Chaves para o
Sucesso.............................................................................................14
3.6 Necessidade do Mercado a ser
Atendida.................................................................15 3.7
Visão da
Empresa....................................................................................................15
3.8 Missão da
Empresa..................................................................................................15
3.9 Serviços oferecidos pelo Salão de Beleza
Honey....................................................16 3.10 Estrutura do
Empreendimento.................................................................................17
3.10.1 Recursos
Humanos...........................................................................................17
3.10.2 Recursos de Hardware......................................................................................17
3.10.3 Projeto do Salão de
Beleza...............................................................................18
3.11 Identificação Visual do Salão de Beleza Honey......................................................19
4 ANÁLISE DO MERCADO E DA
LOCALICAZÃO........................................................20 4.1
Panorama Geral do Setor de Beleza no
Brasil.........................................................20 4.2 Segmentação
do Mercado de Salões de
Beleza.......................................................22 4.3 Local
escolhido para o Salão de Beleza
Honey.......................................................23 4.3.1 Inventário
Comercial do Local.........................................................................24
4.4 Dados Socioeconômicos do
Mercado-Alvo............................................................24
4.4.1 População do
Butantã.......................................................................................25
4.4.2 Renda da População do
Butantã.......................................................................25
4.4.3 Indicadores Habitacionais e
Saneamento.........................................................25 4.4.4
Indicadores Educacionais dos Chefes de
Familias...........................................26 4.4.5 Pirâmede
Populacional do
Butantã...................................................................26
4.4.6 Justificativa da Escolha do Lugar.....................................................................26
4.5 Público Alvo do Salão de Beleza
Honey.................................................................27 4.5.1
Perfil do Público
Alvo......................................................................................27
4.5.2 Idade do Público
Alvo......................................................................................28
4.5.3 Necessidades do Público Alvo a ser
Atendida.................................................28 4.5.4 Projeção de
Vendas..........................................................................................29
4.6 Análise da
Concorrência..........................................................................................32
4.7 Fornecedores............................................................................................................35
5 PLANO DE
MARKETING................................................................................................37
5.1 Posicionamento do Salão de Beleza Honey ............................................................37
5.2 Diferencial Competitivo do Serviço do Salão de Beleza
Honey.............................39 5.3 Estratégia de
Promoção...........................................................................................40
5.4 Estratégia de
Serviços..............................................................................................41
6 PLANO
FINANCEIRO......................................................................................................42
6.1 Investimento Total Necessário: Capital de Giro e Investimento
Inicial..................43 6.2 Investimento Inicial Necessário em
Hardware........................................................44 6.3 Projeção
das Despesas com Recursos Humanos.....................................................45
6.4 Projeção das Despesas com Vendas e
Marketing....................................................45 6.5 Projeção
dos Custos Fixos e
Variáveis....................................................................46
6.6 Projeção do Demonstrativo de Resultado de 2007 a
2016......................................47 6.7 Projeção do Fluxo de Caixa de
2006 a 2016...........................................................48 6.8
Análise Financeira do Empreendimento..................................................................49
6.8.1 Metodologias de Avaliação da Viabilidade Financeira do Empreendimento..49
6.8.1.1 Método do Valor Presente líquido (VPL)
....................................................49 6.8.1.2 Método da Taxa
Interna de Retorno (TIR)...................................................49
6.8.1.3 Método do Período de Retorno do Capital
(Payback)..................................50 6.8.1.4 Taxa Mínima de
Atratividade (TMA)..........................................................50
6.8.1.5 Técnicas de Fluxo de Caixa
Descontado......................................................50 6.8.2
Aplicação dos Métodos de Análise de Investimento no Plano de Negócios....51
6.8.2.1 Análise do Projeto pelo método da Taxa Interna de Retorno
(TIR).............51
6.8.2.2 Análise do Projeto pelo método do Valor Presente
Liquido (VPL).............51 6.8.2.3 Análise do Projeto pelo método do Prazo de
Retorno do Capital PayBack52 7
CONCLUÇÃO....................................................................................................................53
ANEXOS..................................................................................................................................55
REFERÊNCIA BIBILOGRÀFICA.........................................................................................56
1
1 INTRODUÇÃO
1.1 Estrutura do Trabalho de Conclusão de Curso O presente
trabalho esta divido em 9 capítulos.
O primeiro capitulo apresenta o tema abordado neste
trabalho, sua importância, bem como o seu objetivo.
O segundo capítulo apresenta uma revisão da literatura sobre
os principais pontos - Empreendedorismo, Planejamento e Plano de Negócios – que
fazem parte do contexto do estabelecimento de uma microempresa.
No do terceiro capítulo, começa a desenvolver o Plano de
Negócios abordando primeiramente aspectos gerais sobre o empreendimento, tais
como: missão da empresa, visão da empresa, serviços prestados, estrutura
necessária, identidade visual, etc.
O quarto capítulo faz uma análise do mercado no qual a
empresa vai atuar, apresenta dados socioeconômicos da região onde vai ser
instalado o salão de beleza, descreve o perfil do público-alvo, analisa a
concorrência e fornecedores.
O quinto capítulo explana as ferramentas de marketing que a
empresa vai adotar frente ao mercado-alvo e concorrência.
O sexto capítulo trata das finanças da empresa, ou seja,
investimentos necessários, demonstrações financeiras, apresentação do método de
análise de viabilidade de projetos e aplicação do mesmo na avaliação da melhor
opção de investimento.
O sétimo capítulo traz conclusões sobre o trabalho.
Por fim, são apresentados os anexos e as referências
utilizadas para a realização do trabalho.
2
1.2 Introdução ao Trabalho A criação de negócios é uma das
causas da prosperidade das nações. Com ela, inovase, geram-se oportunidades,
empregos e riquezas. A existência de indivíduos dispostos aos riscos de
empreender é um dos pilares do desenvolvimento econômico.
O Brasil, segundo o SEBRAE/PR, ficou em terceiro lugar no
ranking mundial de paises empreendedores com 6,3 milhões de pessoas envolvidas
com o negócio próprio, ficando apenas atrás dos Estados Unidos e China. Por
outro lado, o Brasil tem um dos ambientes mais desfavoráveis para o
estabelecimento de um novo negócio. Nosso índice de mortalidade empresarial
gira em torno de 49%, para empresas com até 3 anos de vida, contra 10% nos Estados Unidos, ou seja, de
cada 10 empresas 4,9 fecham as portas antes de completarem 3 anos de vida.
Uma das principais causas da baixa expectativa de vida das
MEP – Micro e Pequenas Empresas - no Brasil é a falta de planejamento e falha
gerencial na condução do negócio. Problema que começa antes da abertura do
negócio em conseqüência de um Plano de Negócios deficitário que levou o
empreendedor a não analisar de forma correta e previamente, dados importantes
para o sucesso do empreendimento, como o grau de concorrência nas proximidades
do ponto escolhido, a presença potencial de consumidores, produtos/serviços a
serem oferecidos ou um plano de
contingência para momentos difíceis.
Diante deste cenário, o Plano de Negócios torna-se peça fundamental para
o sucesso do novo empreendimento, pois por meio dele, o futuro empreendedor
poderá visualizar em detalhes toda a operação da empresa: finanças, logística,
marketing, vendas, recursos humanos, clientes, concorrência, etc. Um bom Plano
de Negócios pode reduzir drasticamente a probabilidade de uma empresa ter vida
curta.
O presente trabalho objetiva desenvolver um completo Plano
de Negócios, com base nas diversas áreas do conhecimento acadêmico, para
subsidiar a tomada de decisão entre investir na abertura de uma microempresa
que oferecerá serviços de beleza ao público feminino e masculino por meio de um
salão de beleza denominado Salão de Beleza Honey na região do Butantã ou
investir no mercado financeiro.
3
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Introdução ao Empreendedorismo O empreendedorismo faz
parte da índole brasileira. Segundo estudo publicado pelo jornal americano US
Today "Global Entrepreneurship
Monitor" o Brasil é considerado o
país mais empreendedor do mundo, sendo o brasileiro um empreendedor nato.
O termo Empreendedorismo é oriundo da tradução do termo
Entrepreneurship, utilizado especificamente para designar os estudos relativos
ao empreendedor, seu perfil, suas origens, seu sistema de atividades, enfim,
todo o seu universo de atuação. Conforme afirma Dolabela (1999), o empreendedor
é aquele que faz as coisas acontecerem se antecipa aos fatos e tem uma visão
futura da organização.
De acordo com Joseph Schumpeter et al. Dornelas (2001,
p.37), "O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente
pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de
organização ou pela exploração de novos recursos e materiais.”.
De acordo com Gerber (1990, p.22): “... a personalidade
empreendedora transforma a condição mais insignificante numa excepcional
oportunidade. O empreendedor é o visionário dentro de nós. O sonhador. A
energia por trás de toda atividade humana. A imaginação que acende o fogo de
futuro. O catalisador das mudanças. Trata-se de uma personalidade criativa,
sempre lidando melhor com o desconhecido, perscrutando o futuro, transformando
possibilidades em probabilidades, caos em harmonia”
Quando analisamos as várias denominações para o termo
empreendedorismo, verificamos que todas elas têm em comum alguns aspectos, que
são; z Estar sempre à busca de oportunidades; z Iniciativa, pro atividade; z
Persistência; z Comprometimento; z Saber correr riscos calculados; z Saber
estabelecer metas; z Buscar informações;
4
z Planejar e monitorar sistematicamente; z Capacidade de
persuasão e de formar rede de contatos; z Independência e autoconfiança; z Ser
criativo na solução de problemas; z Alta capacidade de análise; z Ser
otimista e automotivado; z Ser flexível; z Saber administrar suas necessidades
e frustrações; z Manter a auto-estima, mesmo em situações de fracasso; z Ter
prazer em realizar o trabalho e em observar o seu próprio crescimento
empresarial; z Ser capaz de administrar
bem o tempo, e acima de tudo; z Conhecer
muito bem o ramo que atua.
O Empreendedorismo
pode ser relacionado ao que Schumpeter (1985) descreve como a maior contribuição
do empreendedor para a formação da riqueza de um país, num processo que por ele
é chamado de “destruição criativa”. A partir deste conceito afirma que toda e
qualquer evolução na sociedade capitalista, independentemente, tem seu cerne
nas modificações que o empreendedor impõe ao lançar novos produtos e serviços.
A partir daí, o termo empreendedor adquiriu um novo significado, tendo assim a
sua figura claramente ligada à inovação, criação e desenvolvimento de novos
modelos de negócios. Ainda segundo o autor, os empreendedores são capazes de
substituir um produto já consolidado, geralmente mais caro e não tão eficiente,
por um outro de custo menor e de eficiência senão maior, superior,
identificando assim novas oportunidades de negócio, gerando mais riquezas, não
rompendo totalmente com a estrutura mercadológica anterior.
O lado negativo do Empreendedorismo é que os índices de
mortalidade das Pequenas e Médias Empresas no Brasil são elevadíssimos: segundo
relatório do SEBRAE/SP (2003), o número de empresas que fecham suas portas
chega a 31% no primeiro ano de operação, passando para 37% no segundo, 49% no
terceiro, 53% no quarto e 60% no quinto ano de operação. Entre as principais
razões, destaca-se a falta de preparação do empreendedor para gerenciar com
eficiência a sua empresa, insuficiência de capital, além de dificuldades
pessoais do candidato a empresário.
5
Em geral, busca-se através do Empreendedorismo desenvolver
um projeto acerca de uma oportunidade de mercado percebida, nem sempre com
muita clareza, pelo empreendedor em questão.
2.2 Planejamento Estratégico A importância da realização do
planejamento nas empresas traduz-se na necessidade da organização transcrever
idéias sobre uma oportunidade identificada. Para que este planejamento seja
realizado com segurança, é necessário que se faça um levantamento e uma análise
das informações e previsões que influenciarão na concretização destas
idéias. Conforme Oliveira (2004, p.
35), “o planejamento estratégico corresponde ao estabelecimento de um conjunto
de providências a serem tomadas pelo executivo para a situação em que o futuro
tende a ser diferente do passado; entretanto, a empresa tem condições e meios
de agir sobre variáveis e fatores de modo que possa exercer alguma influência;
o planejamento é, ainda, um processo contínuo, um exercício mental que é
executado pela empresa independentemente da vontade específica de seus
executivos”.
Kotler (2000 p. 72) destaca o seguinte sobre o planejamento
orientado para o mercado: “O planejamento estratégico orientado para o mercado
é o processo gerencial de desenvolver e manter um ajuste viável de objetivos,
habilidade e recursos da organização e suas oportunidades de mercado. O
propósito do planejamento estratégico é moldar e remodelar os negócios e
produtos da empresa de maneira que alcancem o lucro e o crescimento
visados”.
A eficácia de um planejamento estratégico de sucesso, a
longo-prazo, para Porter (1989), depende da construção de uma fórmula de
negócio estruturada de forma distinta e impossível de ser copiada no curto
prazo pela concorrência. Para manter a vantagem competitiva no longo prazo é preciso testar permanentemente
a concepção de negócio frente aos cenários futuros que puderem ser antecipados
para o ambiente de negócios da própria organização.
Conforme podemos ver em Oliveira (2004), o início de um
trabalho de planejamento estratégico compreende uma fase de diagnóstico da
aplicação destes conceitos, ou seja, até que ponto a concepção do negócio da
empresa está clara para seus líderes principais. Além disso, deve ficar também
evidente a vantagem competitiva que ela produz. Uma vez
6
uniformizado este conhecimento, passa-se para uma fase de
construção de cenários futuros que estruturem as incertezas que as mudanças
estão provocando nos negócios. Finalmente, o conceito atual de negócios é
aplicado perante os cenários futuros objetivando verificar a necessidade de se
promoverem ajustes nas competências que mantenham a vantagem competitiva
desejada. O plano estratégico em si consiste em objetivos e ações estruturados
numa base temporal para implementar estes ajustes.
Definindo-se o
planejamento do negócio, o mercado deverá ser determinado e segmentado, de
forma que o esforço de marketing a ser utilizado seja bem dimensionado para ter
o impacto correto com o seu respectivo público alvo, o qual já deverá ser
determinado durante a pesquisa de mercado.
Para analisar o processo de elaboração de estratégia de
negócios, Hax e Majluf (2000) sugerem levar em conta os seguintes aspectos:
z Estratégia explícita x implícita: diz respeito ao grau de
clareza que a estratégia é comunicada internamente dentro da organização e
externamente, aos agentes interessados; z Processo analítico formal x
abordagens comportamentais: discute até que ponto o processo de formação da
estratégia pode ser formalizado, baseado em ferramentas analíticas e
metodologias ou, por outro lado, ser baseado no comportamento de múltiplos
objetivos da organização; z Estratégia como um padrão de ações passadas x
planos futuros: a estratégia moldando exclusivamente a direção futura da
organização em oposição a um padrão de ações proveniente de decisões passadas
da organização; z Estratégia deliberada x emergente: a realização segue um
curso intencionado de ação ou é identificada em padrões ou consistências
observados em comportamento passados, sejam estes intencionados ou não.
Porter (1989) adota o modelos das 5 forças de mercado para
orientar esta estratégia por parte das empresas. Nele, estas forças existem
para suprir a necessidade de estarem sempre melhorando o posicionamento das
organizações em relação aos concorrentes – em busca do que o autor chama de
“vantagem competitiva”. Para ele a vantagem competitiva
7
surge fundamentalmente do valor que uma empresa consegue
criar para os seus compradores e que ultrapassa o custo de fabricação pela
empresa. Isto vem de encontro com a idéia de Kotler (2000) que afirma que a
empresa que se posiciona como fornecedora de valor superior para os
mercados-alvo selecionados, irá atraí-los mais facilmente, graças aos seus
preços mais baixos ou a maiores benefícios que seus concorrentes, ganhando
assim uma vantagem competitiva.
Resumindo, o planejamento estratégico é de relevante
importância para o sucesso presente e futuro do empreendimento, pois e baseado
nele que a empresa buscará atingir seus objetivos e também saberá quais
caminhos deverá tomar. Uma empresa sem um planejamento estratégico não terá
seus objetivos traçados e consequentemente não saberá claramente qual será o
melhor caminho a ser seguido para atingi-los.
Num ambiente competitivo pode significar a diferença entre estar no jogo
ou estar fora dele, ou seja, falindo. Como diz um ditado chinês “se você não
sabe onde pretende chegar, qualquer caminho serve”.
De acordo com o SEBRAE/SP (2003), uma das principais razões
das pequenas e médias empresas falirem, é a falta de planejamento no negócio
antes e durante a gestão do empreendimento. No Brasil isso ocorre
principalmente por causa da cultura do imediatismo em detrimento do
planejamento de longo-prazo, fato que contribui para o alto índice de
mortalidade de empresas.
2.3 Plano de Negócios
2.3.1 A importância do Plano de Negócios
Segundo SAHLMAN (1998), importante professor da Harvard
Business School, poucas áreas tem atraído tanto interesse e atenção dos homens
de negócios nos Estados Unidos como os planos de negócios. Esse tema tem gerado
os Estados Unidos inúmeras publicações, que tratam deste tema. No Brasil,
começa também a aparecer devido o advento da internet e pela importância que as
universidades estão dando ao assunto ao colocar em sua grade curricular
disciplinas voltadas ao empreendedorismo empresarial.
A elaboração de um Plano de Negócios ou Business Plan é uma
etapa fundamental para o empreendedor que deseja criar uma empresa, não somente
pela sua utilidade na busca
8
de recursos, mas principalmente, como forma de sistematizar
suas idéias e planejar de forma mais eficiente o seu negócio. Um plano de
negócios bem feito aumentará muito as chances de sucesso do
empreendimento.
O Plano de Negócio auxilia o empreendedor encontrar o
caminho certo para o futuro da empresa, pois
por meio da sua elaboração adquirimos conhecimento suficiente do tipo de
negócio, serviços que serão oferecidos, os objetivos perseguidos, quais tipos
de clientes serão atingidos, o ambiente do mercado, os preços, a concorrência,
os recursos financeiros necessários para abrir ou aumentar negócio bem como
suas fontes de financiamento.
A existência de um
Plano de Negócios reduz a probabilidade de morte precoce do das empresas, uma
vez que uma parte dos riscos e as situações operacionais adversas serão
previstas no seu processo de elaboração, bem como a elaboração de planos de
contingência.
Para Salim et al. (2001, p. 127): “É indispensável que a
formatação da empresa esteja feita de modo correto: isto quer dizer, que o
negócio esteja completamente descrito e que seu funcionamento esteja muito bem
compreendido e, mais que tudo, fique muito bem evidenciado que o mercado vai acolher
bem o produto ou o serviço ou a solução da empresa que está sendo
imaginada.”.
De acordo com SEBRAE/SP (2003), o Plano de Negócio é uma
ferramenta fundamental para minimizar os riscos inerentes ao processo do
estabelecimento de um novo empreendimento ou da sua ampliação, pois não basta
apenas sonhar, deve-se transformar esse sonho em ações reais e mensuráveis para
construir um empreendimento, é por meio do Plano de Negócios é que se consegue
atingir tal objetivo.
O ambiente competitivo no qual as empresas estão inseridas,
esta sujeito a grandes transformações e repleto de oportunidades e riscos. Para
Hampton (1999) é exatamente nesta nova forma de conduzir uma empresa, baseada
no aproveitamento das tendências emergentes do ambiente, que surgem as futuras
direções da administração de uma empresa, uma vez que a diferença entre reagir
a uma ação ou prevê-la pode significar a própria sobrevivência da empresa.
9
De acordo com o relatório sobre a sobrevivência e
mortalidade das empresas paulistas de 1 a 5 anos, realizado em dezembro de 2003
pelo SEBRAE/SP, o número de empresas que fecham suas portas chega a 31% no
primeiro ano de operação, passando para 37% no segundo, 49% no terceiro, 53% no
quarto e 60% no quinto ano de operação.
É importante ser capaz de conviver e sobreviver neste
cenário de instabilidade. Os riscos fazem parte de qualquer atividade e o
empreendedor só precisa aprender a administrálos. Para Quadros (2004) é
fundamental que o empreendedor, antes de qualquer coisa, identifique-se com o
seu modelo de negócio, pois assim seu grau de comprometimento será
substancialmente maior, fazendo com que ele reflita de maneira mais consciente
a respeito destes riscos. O empreendedor precisará saber para onde quer ir e o
que se deseja fazer realmente.
O Plano de Negócios deve ajudar a responder questões
importantes relativas ao negócio antes mesmo de seu lançamento, que são: • Quem
são as pessoas envolvidas? • Qual é a oportunidade? • Qual o contexto onde
estará inserido o negócio? • Quais os riscos?
Não são incomuns
mudanças profundas no projeto ou até mesmo o abandono da idéia inicial, quando
se começa a pesquisar e checar as suposições iniciais para a montagem do Plano
de Negócios. É justamente aí que reside o valor de um bom plano, é muito mais
fácil modificar negócios que estão apenas no papel do que negócios que já
estejam em pleno funcionamento, com o comprometimento de parcela expressiva de
seus recursos.
O Plano de Negócios pode também levar à conclusão de que o
empreendimento deve ser adiado ou suspenso por apresentar alta probabilidade de
fracasso. O desenvolvimento do Plano de Negócios permitirá avaliar a
viabilidade da implantação do empreendimento.
Neste sentido, caso o negócio seja inviável, por motivos
econômicos, financeiro, técnico ou de mercado, o empreendedor verificará esta
conclusão “no papel” e não na prática, após alguns meses de funcionamento da
empresa, quando já investiu todo ou parte do seu capital disponível para o
empreendimento.
10
Um estudo de portifólios de capital de risco feito pela
Venture economics, Inc., revela que 7% dos investimentos são responsáveis por
mais de 60% dos lucros dos fundos de investimento, informa BHIDE (2002b). Esse
estudo demonstra dificuldade em conseguir investidores para o negócio, pois são
investir se terem real certeza eu o negócio será lucrativo. Deve-se ter em
mente que investidores são exigentes na escolha de opões de investimentos
preferem Planos de Negócios sólidos, baseados em uma boa equipe, mercados
claramente definidos, e um bom histórico de realizações. Pois aplicar seu
capital em Startups 1 pode ser algo muito arriscado é verdade, mas se feito de
forma coerente resultará em ótimos
resultados.
1 Empresas que ainda estão em processo de formação e a procura de
investidores.
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