quinta-feira, 11 de abril de 2019

PLANO DE NEGÓCIOS SALÃO DE BELEZA HONEY (NE)


Introdução


         
PLANO DE NEGÓCIOS  SALÃO DE BELEZA HONEY     
Monografia de Conclusão do CEAI - Curso de Especialização em Administração Industrial da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo   
Orientador: Prof. Dr. Roberto Marx     
São Paulo 2006

AGRADECIMENTOS  
Agradeço a minha esposa Fabiana Marra pela motivação e paciência neste momento decisivo e enriquecedor da minha vida pessoal, acadêmica e profissional. Gostaria de agradecer também o orientador Prof. Dr. Roberto Marx pela dedicação durante o processo de elaboração deste trabalho.

RESUMO  
Este trabalho apresenta um plano negócio para estabelecer uma empresa, neste caso um salão de beleza, denominado Salão de Beleza Honey. Um plano de negócio bem elaborado é fundamental para o sucesso da nova empresa, pois o empreendedor pode avaliar o novo empreendimento do ponto de vista mercadológico, da concorrência, técnico, do planejamento financeiro, jurídico e organizacional ainda no papel e ao mesmo tempo poder adaptar as exigências do ambiente empresarial.  Podem também avaliar a evolução do empreendimento ao longo de sua implantação, para cada um dos aspectos definidos no plano de negócio, o empreendedor poderá comparar o previsto com o realizado, facilitar a obtenção de empréstimos e financiamento junto a instituições financeiras para nova empresa ou para expansão do negócio. O plano de negócios para a Salão de Beleza Honey se sustenta nas mais variadas áreas de conhecimento, tais como: planejamento estratégico, marketing, engenharia econômica, recursos humanos, qualidade, gestão de serviços, gestão financeira, gestão comercial, etc. Com base nestas técnicas, o plano de negócio para a Salão de Beleza Honey objetiva avaliar a viabilidade comercial e financeira do novo empreendimento e conseqüentemente verificar se o retorno financeiro de se investir neste empreendimento é maior em relação a opção de aplicar esse mesmo capital no mercado financeiro ou vise-versa.

LISTA DE ANEXOS 
Anexo I - Lista de Fabricantes/Marcas de Produtos de Beleza................................................55 

LISTA DE FÓRMULAS 
Fórmula 1 – Fórmula para Formação do Preço de Venda do Serviço......................................29 Fórmula 2 - Taxa Interna de Retorno (TIR).............................................................................51 Fórmula 3 - Valor Presente Liquido (VPL)..............................................................................51 Fórmula 4 - Prazo de retorno do Capital (PayBack) ................................................................52

LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
Ilustração 1 - Projeto do Salão de Beleza.................................................................................18 Ilustração 2 - Logomarca do Salão de Beleza Honey...............................................................19 Ilustração 3 – Modelo de Cartão de Visita e Papel de Carta do Salão de Beleza Honey.........19 Ilustração 4 – Mapa de Dispersão dos Concorrentes................................................................34 

LISTA DE GRÁFICOS 
Gráfico 1 – Distribuição dos Profissionais de Beleza por ocupação........................................22 Gráfico 2 - Posicionamento do empreendimento no mercado de salões de beleza..................23 Gráfico 3 – Pirâmide Populacional do Butantã........................................................................26 Gráfico 4 – Matriz de Segmentação de Mercado.....................................................................38   

LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 – Possíveis públicos-alvos  para o Plano de Negócios..............................................11 Tabela 2 – Modelo de Plano de Negócios................................................................................13 Tabela 3 – Quadro Resumo dos serviços prestados.................................................................16 Tabela 4 – Recursos humanos necessários para o salão de beleza...........................................17 Tabela 5 – Recursos de hardware necessários para o empreendimento...................................17 Tabela 6 – Crescimento do setor de beleza versus a indústria em geral ..................................20 Tabela 7 – As oportunidades de trabalho criadas pelo setor de beleza....................................21 Tabela 8 – População do Butantã.............................................................................................25 Tabela 9 – Renda da população do Butantã.............................................................................25 Tabela 10 – Indicadores Habitacionais e Saneamento.............................................................25 Tabela 11 – Indicadores Educacionais dos Chefes de Famílias...............................................26 Tabela 12 - Projeção de Vendas Semanal de Serviços.............................................................30 Tabela 13 - Projeção de Vendas Acumulada: Semanal, Mensal e Anual.................................31 Tabela 14 - Tabulação dos Concorrentes que atuam no Mercado-alvo...................................33 Tabela 15 - Investimento Inicial Total: Capital de Giro Necessário e Investimento Inicial....43 Tabela 16 - Investimento Inicial Necessário em Hardware......................................................44 Tabela 17 - Projeção das Despesas com Recursos Humanos...................................................45 Tabela 18 - Projeção de Despesas com Vendas e Marketing...................................................45 Tabela 19 – Projeção Mensal e Anual dos Custos Fixos e Custos Variáveis...........................46 Tabela 20 - Projeção do Demonstrativo de Resultados de 2007 a 2016..................................47 Tabela 21 - Projeção do Fluxo de caixa de 2006 a 2016..........................................................48 

LISTA DE SIGLAS 
ABIHPEC - Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos FIESP - Federação das Indústrias de São Paulo MPE – Micro e Pequenas Empresas TIR – Taxa Interna de Retorno TMA – Taxa Mínima de Atratividade  SEBRAE/SP - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo SEBRAE/PR - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná SWOT – Strengths (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças) VPL – Valor Presente Liquido 

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................1 1.1 Estrutura do Trabalho de Conclusão de Curso..........................................................1 1.2 Introdução ao Trabalho..............................................................................................2 2 REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................................3 2.1 Introdução ao Empreendedorismo.............................................................................3 2.2 Planejamento Estratégico ..........................................................................................5 2.3 Plano de Negócios.....................................................................................................7 2.3.1 A importância do Plano de Negócios.................................................................7 2.4 Procedimentos para elaboração de um Plano de Negócios.....................................11 2.5 Modelo proposto para elaboração do Plano de Negócios do São de Beleza Honey13 3 INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O EMPREMDIMENTO..........................................14 3.1 Dados da Empresa...................................................................................................14 3.2 Dados dos Dirigentes...............................................................................................14 3.3 Previsão para o Inicio das Atividades......................................................................14 3.4 Definição do Negócio..............................................................................................14 3.5 Chaves para o Sucesso.............................................................................................14 3.6 Necessidade do Mercado a ser Atendida.................................................................15 3.7 Visão da Empresa....................................................................................................15 3.8 Missão da Empresa..................................................................................................15 3.9 Serviços oferecidos pelo Salão de Beleza Honey....................................................16 3.10 Estrutura do Empreendimento.................................................................................17 3.10.1 Recursos Humanos...........................................................................................17 3.10.2 Recursos de Hardware......................................................................................17 3.10.3 Projeto do Salão de Beleza...............................................................................18 3.11 Identificação Visual do Salão de Beleza Honey......................................................19 4 ANÁLISE DO MERCADO E DA LOCALICAZÃO........................................................20 4.1 Panorama Geral do Setor de Beleza no Brasil.........................................................20 4.2 Segmentação do Mercado de Salões de Beleza.......................................................22 4.3 Local escolhido para o Salão de Beleza Honey.......................................................23 4.3.1 Inventário Comercial do Local.........................................................................24 4.4 Dados Socioeconômicos do Mercado-Alvo............................................................24 4.4.1 População do Butantã.......................................................................................25

4.4.2 Renda da População do Butantã.......................................................................25 4.4.3 Indicadores Habitacionais e Saneamento.........................................................25 4.4.4 Indicadores Educacionais dos Chefes de Familias...........................................26 4.4.5 Pirâmede Populacional do Butantã...................................................................26 4.4.6 Justificativa da Escolha do Lugar.....................................................................26 4.5 Público Alvo do Salão de Beleza Honey.................................................................27 4.5.1 Perfil do Público Alvo......................................................................................27 4.5.2 Idade do Público Alvo......................................................................................28 4.5.3 Necessidades do Público Alvo a ser Atendida.................................................28 4.5.4 Projeção de Vendas..........................................................................................29 4.6 Análise da Concorrência..........................................................................................32 4.7 Fornecedores............................................................................................................35 5 PLANO DE MARKETING................................................................................................37 5.1 Posicionamento do Salão de Beleza Honey ............................................................37 5.2 Diferencial Competitivo do Serviço do Salão de Beleza Honey.............................39 5.3 Estratégia de Promoção...........................................................................................40 5.4 Estratégia de Serviços..............................................................................................41 6 PLANO FINANCEIRO......................................................................................................42 6.1 Investimento Total Necessário: Capital de Giro e Investimento Inicial..................43 6.2 Investimento Inicial Necessário em Hardware........................................................44 6.3 Projeção das Despesas com Recursos Humanos.....................................................45 6.4 Projeção das Despesas com Vendas e Marketing....................................................45 6.5 Projeção dos Custos Fixos e Variáveis....................................................................46 6.6 Projeção do Demonstrativo de Resultado de 2007 a 2016......................................47 6.7 Projeção do Fluxo de Caixa de 2006 a 2016...........................................................48 6.8 Análise Financeira do Empreendimento..................................................................49 6.8.1 Metodologias de Avaliação da Viabilidade Financeira do Empreendimento..49 6.8.1.1 Método do Valor Presente líquido (VPL) ....................................................49 6.8.1.2 Método da Taxa Interna de Retorno (TIR)...................................................49 6.8.1.3 Método do Período de Retorno do Capital (Payback)..................................50 6.8.1.4 Taxa Mínima de Atratividade (TMA)..........................................................50 6.8.1.5 Técnicas de Fluxo de Caixa Descontado......................................................50 6.8.2 Aplicação dos Métodos de Análise de Investimento no Plano de Negócios....51 6.8.2.1 Análise do Projeto pelo método da Taxa Interna de Retorno (TIR).............51

6.8.2.2 Análise do Projeto pelo método do Valor Presente Liquido (VPL).............51 6.8.2.3 Análise do Projeto pelo método do Prazo de Retorno do Capital  PayBack52 7 CONCLUÇÃO....................................................................................................................53 ANEXOS..................................................................................................................................55 REFERÊNCIA BIBILOGRÀFICA.........................................................................................56 
 1
1 INTRODUÇÃO 
1.1 Estrutura do Trabalho de Conclusão de Curso O presente trabalho esta divido em 9 capítulos.  
O primeiro capitulo apresenta o tema abordado neste trabalho, sua importância, bem como o seu objetivo. 
O segundo capítulo apresenta uma revisão da literatura sobre os principais pontos - Empreendedorismo, Planejamento e Plano de Negócios – que fazem parte do contexto do estabelecimento de uma microempresa. 
No do terceiro capítulo, começa a desenvolver o Plano de Negócios abordando primeiramente aspectos gerais sobre o empreendimento, tais como: missão da empresa, visão da empresa, serviços prestados, estrutura necessária, identidade visual, etc. 
O quarto capítulo faz uma análise do mercado no qual a empresa vai atuar, apresenta dados socioeconômicos da região onde vai ser instalado o salão de beleza, descreve o perfil do público-alvo, analisa a concorrência e fornecedores. 
O quinto capítulo explana as ferramentas de marketing que a empresa vai adotar frente ao mercado-alvo e concorrência. 
O sexto capítulo trata das finanças da empresa, ou seja, investimentos necessários, demonstrações financeiras, apresentação do método de análise de viabilidade de projetos e aplicação do mesmo na avaliação da melhor opção de investimento. 
O sétimo capítulo traz conclusões sobre o trabalho. 
Por fim, são apresentados os anexos e as referências utilizadas para a realização do trabalho.
 2
1.2 Introdução ao Trabalho A criação de negócios é uma das causas da prosperidade das nações. Com ela, inovase, geram-se oportunidades, empregos e riquezas. A existência de indivíduos dispostos aos riscos de empreender é um dos pilares do desenvolvimento econômico. 
O Brasil, segundo o SEBRAE/PR, ficou em terceiro lugar no ranking mundial de paises empreendedores com 6,3 milhões de pessoas envolvidas com o negócio próprio, ficando apenas atrás dos Estados Unidos e China. Por outro lado, o Brasil tem um dos ambientes mais desfavoráveis para o estabelecimento de um novo negócio. Nosso índice de mortalidade empresarial gira em torno de 49%, para empresas com até 3 anos de vida,  contra 10% nos Estados Unidos, ou seja, de cada 10 empresas 4,9 fecham as portas antes de completarem 3 anos de vida. 
Uma das principais causas da baixa expectativa de vida das MEP – Micro e Pequenas Empresas - no Brasil é a falta de planejamento e falha gerencial na condução do negócio. Problema que começa antes da abertura do negócio em conseqüência de um Plano de Negócios deficitário que levou o empreendedor a não analisar de forma correta e previamente, dados importantes para o sucesso do empreendimento, como o grau de concorrência nas proximidades do ponto escolhido, a presença potencial de consumidores, produtos/serviços a serem oferecidos  ou um plano de contingência para momentos difíceis.   Diante deste cenário, o Plano de Negócios torna-se peça fundamental para o sucesso do novo empreendimento, pois por meio dele, o futuro empreendedor poderá visualizar em detalhes toda a operação da empresa: finanças, logística, marketing, vendas, recursos humanos, clientes, concorrência, etc. Um bom Plano de Negócios pode reduzir drasticamente a probabilidade de uma empresa ter vida curta. 
O presente trabalho objetiva desenvolver um completo Plano de Negócios, com base nas diversas áreas do conhecimento acadêmico, para subsidiar a tomada de decisão entre investir na abertura de uma microempresa que oferecerá serviços de beleza ao público feminino e masculino por meio de um salão de beleza denominado Salão de Beleza Honey na região do Butantã ou investir no mercado financeiro. 
 3
2 REVISÃO DE LITERATURA 
2.1 Introdução ao Empreendedorismo O empreendedorismo faz parte da índole brasileira. Segundo estudo publicado pelo jornal americano US Today  "Global Entrepreneurship Monitor"  o Brasil é considerado o país mais empreendedor do mundo, sendo o brasileiro um empreendedor nato.  
O termo Empreendedorismo é oriundo da tradução do termo Entrepreneurship, utilizado especificamente para designar os estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, suas origens, seu sistema de atividades, enfim, todo o seu universo de atuação. Conforme afirma Dolabela (1999), o empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem se antecipa aos fatos e tem uma visão futura da organização. 
De acordo com Joseph Schumpeter et al. Dornelas (2001, p.37), "O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais.”. 
De acordo com Gerber (1990, p.22): “... a personalidade empreendedora transforma a condição mais insignificante numa excepcional oportunidade. O empreendedor é o visionário dentro de nós. O sonhador. A energia por trás de toda atividade humana. A imaginação que acende o fogo de futuro. O catalisador das mudanças. Trata-se de uma personalidade criativa, sempre lidando melhor com o desconhecido, perscrutando o futuro, transformando possibilidades em probabilidades, caos em harmonia” 
Quando analisamos as várias denominações para o termo empreendedorismo, verificamos que todas elas têm em comum alguns aspectos, que são; z Estar sempre à busca de oportunidades; z Iniciativa, pro atividade; z Persistência; z Comprometimento; z Saber correr riscos calculados; z Saber estabelecer metas; z Buscar informações;
 4
z Planejar e monitorar sistematicamente; z Capacidade de persuasão e de formar rede de contatos; z Independência e autoconfiança; z Ser criativo na solução de problemas; z Alta capacidade de análise;  z  Ser otimista e automotivado; z Ser flexível; z Saber administrar suas necessidades e frustrações; z Manter a auto-estima, mesmo em situações de fracasso; z Ter prazer em realizar o trabalho e em observar o seu próprio crescimento empresarial;  z Ser capaz de administrar bem o tempo, e acima de tudo;  z Conhecer muito bem o ramo que atua.  
O  Empreendedorismo pode ser relacionado ao que Schumpeter (1985) descreve como a maior contribuição do empreendedor para a formação da riqueza de um país, num processo que por ele é chamado de “destruição criativa”. A partir deste conceito afirma que toda e qualquer evolução na sociedade capitalista, independentemente, tem seu cerne nas modificações que o empreendedor impõe ao lançar novos produtos e serviços. A partir daí, o termo empreendedor adquiriu um novo significado, tendo assim a sua figura claramente ligada à inovação, criação e desenvolvimento de novos modelos de negócios. Ainda segundo o autor, os empreendedores são capazes de substituir um produto já consolidado, geralmente mais caro e não tão eficiente, por um outro de custo menor e de eficiência senão maior, superior, identificando assim novas oportunidades de negócio, gerando mais riquezas, não rompendo totalmente com a estrutura mercadológica  anterior.  
O lado negativo do Empreendedorismo é que os índices de mortalidade das Pequenas e Médias Empresas no Brasil são elevadíssimos: segundo relatório do SEBRAE/SP (2003), o número de empresas que fecham suas portas chega a 31% no primeiro ano de operação, passando para 37% no segundo, 49% no terceiro, 53% no quarto e 60% no quinto ano de operação. Entre as principais razões, destaca-se a falta de preparação do empreendedor para gerenciar com eficiência a sua empresa, insuficiência de capital, além de dificuldades pessoais do candidato a empresário.   
 5
Em geral, busca-se através do Empreendedorismo desenvolver um projeto acerca de uma oportunidade de mercado percebida, nem sempre com muita clareza, pelo empreendedor em questão. 
2.2 Planejamento Estratégico A importância da realização do planejamento nas empresas traduz-se na necessidade da organização transcrever idéias sobre uma oportunidade identificada. Para que este planejamento seja realizado com segurança, é necessário que se faça um levantamento e uma análise das informações e previsões que influenciarão na concretização destas idéias.   Conforme Oliveira (2004, p. 35), “o planejamento estratégico corresponde ao estabelecimento de um conjunto de providências a serem tomadas pelo executivo para a situação em que o futuro tende a ser diferente do passado; entretanto, a empresa tem condições e meios de agir sobre variáveis e fatores de modo que possa exercer alguma influência; o planejamento é, ainda, um processo contínuo, um exercício mental que é executado pela empresa independentemente da vontade específica de seus executivos”. 
Kotler (2000 p. 72) destaca o seguinte sobre o planejamento orientado para o mercado: “O planejamento estratégico orientado para o mercado é o processo gerencial de desenvolver e manter um ajuste viável de objetivos, habilidade e recursos da organização e suas oportunidades de mercado. O propósito do planejamento estratégico é moldar e remodelar os negócios e produtos da empresa de maneira que alcancem o lucro e o crescimento visados”. 
A eficácia de um planejamento estratégico de sucesso, a longo-prazo, para Porter (1989), depende da construção de uma fórmula de negócio estruturada de forma distinta e impossível de ser copiada no curto prazo pela concorrência. Para manter a vantagem competitiva no  longo prazo é preciso testar permanentemente a concepção de negócio frente aos cenários futuros que puderem ser antecipados para o ambiente de negócios da própria organização.
Conforme podemos ver em Oliveira (2004), o início de um trabalho de planejamento estratégico compreende uma fase de diagnóstico da aplicação destes conceitos, ou seja, até que ponto a concepção do negócio da empresa está clara para seus líderes principais. Além disso, deve ficar também evidente a vantagem competitiva que ela produz. Uma vez
 6
uniformizado este conhecimento, passa-se para uma fase de construção de cenários futuros que estruturem as incertezas que as mudanças estão provocando nos negócios. Finalmente, o conceito atual de negócios é aplicado perante os cenários futuros objetivando verificar a necessidade de se promoverem ajustes nas competências que mantenham a vantagem competitiva desejada. O plano estratégico em si consiste em objetivos e ações estruturados numa base temporal para implementar estes ajustes. 
 Definindo-se o planejamento do negócio, o mercado deverá ser determinado e segmentado, de forma que o esforço de marketing a ser utilizado seja bem dimensionado para ter o impacto correto com o seu respectivo público alvo, o qual já deverá ser determinado durante a pesquisa de mercado.  
Para analisar o processo de elaboração de estratégia de negócios, Hax e Majluf (2000) sugerem levar em conta os seguintes aspectos: 
z Estratégia explícita x implícita: diz respeito ao grau de clareza que a estratégia é comunicada internamente dentro da organização e externamente, aos agentes interessados; z Processo analítico formal x abordagens comportamentais: discute até que ponto o processo de formação da estratégia pode ser formalizado, baseado em ferramentas analíticas e metodologias ou, por outro lado, ser baseado no comportamento de múltiplos objetivos da organização; z Estratégia como um padrão de ações passadas x planos futuros: a estratégia moldando exclusivamente a direção futura da organização em oposição a um padrão de ações proveniente de decisões passadas da organização; z Estratégia deliberada x emergente: a realização segue um curso intencionado de ação ou é identificada em padrões ou consistências observados em comportamento passados, sejam estes intencionados ou não.  
Porter (1989) adota o modelos das 5 forças de mercado para orientar esta estratégia por parte das empresas. Nele, estas forças existem para suprir a necessidade de estarem sempre melhorando o posicionamento das organizações em relação aos concorrentes – em busca do que o autor chama de “vantagem competitiva”. Para ele a vantagem competitiva
 7
surge fundamentalmente do valor que uma empresa consegue criar para os seus compradores e que ultrapassa o custo de fabricação pela empresa. Isto vem de encontro com a idéia de Kotler (2000) que afirma que a empresa que se posiciona como fornecedora de valor superior para os mercados-alvo selecionados, irá atraí-los mais facilmente, graças aos seus preços mais baixos ou a maiores benefícios que seus concorrentes, ganhando assim uma vantagem competitiva. 
Resumindo, o planejamento estratégico é de relevante importância para o sucesso presente e futuro do empreendimento, pois e baseado nele que a empresa buscará atingir seus objetivos e também saberá quais caminhos deverá tomar. Uma empresa sem um planejamento estratégico não terá seus objetivos traçados e consequentemente não saberá claramente qual será o melhor caminho a ser seguido para atingi-los.  Num ambiente competitivo pode significar a diferença entre estar no jogo ou estar fora dele, ou seja, falindo. Como diz um ditado chinês “se você não sabe onde pretende chegar, qualquer caminho serve”. 
De acordo com o SEBRAE/SP (2003), uma das principais razões das pequenas e médias empresas falirem, é a falta de planejamento no negócio antes e durante a gestão do empreendimento. No Brasil isso ocorre principalmente por causa da cultura do imediatismo em detrimento do planejamento de longo-prazo, fato que contribui para o alto índice de mortalidade de empresas.  
2.3 Plano de Negócios
2.3.1 A importância do Plano de Negócios
Segundo SAHLMAN (1998), importante professor da Harvard Business School, poucas áreas tem atraído tanto interesse e atenção dos homens de negócios nos Estados Unidos como os planos de negócios. Esse tema tem gerado os Estados Unidos inúmeras publicações, que tratam deste tema. No Brasil, começa também a aparecer devido o advento da internet e pela importância que as universidades estão dando ao assunto ao colocar em sua grade curricular disciplinas voltadas ao empreendedorismo empresarial. 
A elaboração de um Plano de Negócios ou Business Plan é uma etapa fundamental para o empreendedor que deseja criar uma empresa, não somente pela sua utilidade na busca
 8
de recursos, mas principalmente, como forma de sistematizar suas idéias e planejar de forma mais eficiente o seu negócio. Um plano de negócios bem feito aumentará muito as chances de sucesso do empreendimento. 
O Plano de Negócio auxilia o empreendedor encontrar o caminho certo para o futuro da empresa, pois  por meio da sua elaboração adquirimos conhecimento suficiente do tipo de negócio, serviços que serão oferecidos, os objetivos perseguidos, quais tipos de clientes serão atingidos, o ambiente do mercado, os preços, a concorrência, os recursos financeiros necessários para abrir ou aumentar negócio bem como suas fontes de financiamento. 
 A existência de um Plano de Negócios reduz a probabilidade de morte precoce do das empresas, uma vez que uma parte dos riscos e as situações operacionais adversas serão previstas no seu processo de elaboração, bem como a elaboração de planos de contingência. 
Para Salim et al. (2001, p. 127): “É indispensável que a formatação da empresa esteja feita de modo correto: isto quer dizer, que o negócio esteja completamente descrito e que seu funcionamento esteja muito bem compreendido e, mais que tudo, fique muito bem evidenciado que o mercado vai acolher bem o produto ou o serviço ou a solução da empresa que está sendo imaginada.”. 
De acordo com SEBRAE/SP (2003), o Plano de Negócio é uma ferramenta fundamental para minimizar os riscos inerentes ao processo do estabelecimento de um novo empreendimento ou da sua ampliação, pois não basta apenas sonhar, deve-se transformar esse sonho em ações reais e mensuráveis para construir um empreendimento, é por meio do Plano de Negócios é que se consegue atingir tal objetivo. 
O ambiente competitivo no qual as empresas estão inseridas, esta sujeito a grandes transformações e repleto de oportunidades e riscos. Para Hampton (1999) é exatamente nesta nova forma de conduzir uma empresa, baseada no aproveitamento das tendências emergentes do ambiente, que surgem as futuras direções da administração de uma empresa, uma vez que a diferença entre reagir a uma ação ou prevê-la pode significar a própria sobrevivência da empresa.  
 9
De acordo com o relatório sobre a sobrevivência e mortalidade das empresas paulistas de 1 a 5 anos, realizado em dezembro de 2003 pelo SEBRAE/SP, o número de empresas que fecham suas portas chega a 31% no primeiro ano de operação, passando para 37% no segundo, 49% no terceiro, 53% no quarto e 60% no quinto ano de operação. 
É importante ser capaz de conviver e sobreviver neste cenário de instabilidade. Os riscos fazem parte de qualquer atividade e o empreendedor só precisa aprender a administrálos. Para Quadros (2004) é fundamental que o empreendedor, antes de qualquer coisa, identifique-se com o seu modelo de negócio, pois assim seu grau de comprometimento será substancialmente maior, fazendo com que ele reflita de maneira mais consciente a respeito destes riscos. O empreendedor precisará saber para onde quer ir e o que se deseja fazer realmente. 
O Plano de Negócios deve ajudar a responder questões importantes relativas ao negócio antes mesmo de seu lançamento, que são: • Quem são as pessoas envolvidas? • Qual é a oportunidade? • Qual o contexto onde estará inserido o negócio? • Quais os riscos? 
 Não são incomuns mudanças profundas no projeto ou até mesmo o abandono da idéia inicial, quando se começa a pesquisar e checar as suposições iniciais para a montagem do Plano de Negócios. É justamente aí que reside o valor de um bom plano, é muito mais fácil modificar negócios que estão apenas no papel do que negócios que já estejam em pleno funcionamento, com o comprometimento de parcela expressiva de seus recursos. 
O Plano de Negócios pode também levar à conclusão de que o empreendimento deve ser adiado ou suspenso por apresentar alta probabilidade de fracasso. O desenvolvimento do Plano de Negócios permitirá avaliar a viabilidade da implantação do empreendimento. 
Neste sentido, caso o negócio seja inviável, por motivos econômicos, financeiro, técnico ou de mercado, o empreendedor verificará esta conclusão “no papel” e não na prática, após alguns meses de funcionamento da empresa, quando já investiu todo ou parte do seu capital disponível para o empreendimento.
 10
Um estudo de portifólios de capital de risco feito pela Venture economics, Inc., revela que 7% dos investimentos são responsáveis por mais de 60% dos lucros dos fundos de investimento, informa BHIDE (2002b). Esse estudo demonstra dificuldade em conseguir investidores para o negócio, pois são investir se terem real certeza eu o negócio será lucrativo. Deve-se ter em mente que investidores são exigentes na escolha de opões de investimentos preferem Planos de Negócios sólidos, baseados em uma boa equipe, mercados claramente definidos, e um bom histórico de realizações. Pois aplicar seu capital em Startups 1 pode ser algo muito arriscado é verdade, mas se feito de forma coerente resultará  em ótimos resultados.
                                                 1 Empresas que ainda estão em processo de formação e a procura de investidores.

0 comentários:

Enviar um comentário