Índice
4. A dualidade da personagem social
5. A representação da guerra em Minarete de medos
Os
escritores escrevem as suas obras dentro de um contexto. São guiados pela
vanguarda ideológico literária da sua época, isso faz com que nas suas obras seja
possível encontrar fragmentos do pensamento epocal assim como a imagem dos
ambientes que vivem atormentando-os. (CANDIDO, 2016: 32)
O presente trabalho fez-se em torno da obra Minarete dos medos e outros poemas de
Mbate Pedro, um escritor moçambicano reconhecido como um dos poetas importante
pois faz a representação das imagens do cotidiano social moçambicano através das
diversas palavras.
É nesse contexto que surge o seguinte tema: Cada verso uma imagem: uma análise da expressão
imagética em Minarete de medos de Mbate Pedro. O mesmo tem como objetivo analisar
uns dos textos e refletir sobre injustiças vividas pela sociedade moçambicana.
A razão da
escolha de tema surge da necessidade de compreender que Mbate pedro tem a
tendência de nos seus poemas traçar algumas referências usando uma linguagem
poética buscando palavras que servem de balizas para balizar o leitor, essas
palavras expressam uma imagem. De certo modo o conta nos seus versos a extensa narática,
glosando temática da subversão, de medo, assim como a de despertar do povo
moçambicano.
Para elaboração deste trabalho, baseamo-nos em
pesquisas descritiva neste que, para GIL (1994, p. 46),
Apud por MICHEL (2005: 54), as pesquisas descritivas têm como objectivos
primordial a descrição das características dum determinado fenómeno, ou, então,
o estabelecimento de relações entre variáveis. Demos também a primazia à Pesquisa Bibliográfica[1],
com o intuito de consultarmos várias obras que abordam sobre a temática do escritor moçambicano Mbate Pedro.
Quanto à estrutura
organizacional, o trabalho está organizado em três partes. A primeira parte, a
de aspectos pré-textuais, neste encontra capa, contra capa, assim como as
partes introdutoras do trabalho; de seguida apresentamos a parte dos aspectos
textuais composta do corpo do trabalho, é nessa parte que desenvolvemos o
título do trabalho antes citado apresentando os pontos mais essenciais; por último
colocamos o nosso ponto de vista de modo a demonstrar a veracidade dos termos
por nós empregues. Essa constitui a última parte, a de aspectos pós-textuais.
SOARES, (2007)
diz que o texto poetico
é aquela que possui uma linguagem figurada, caracterizado pela sua disposicao
grafica, linhuas desiguais, espacos brancos, separaao das estrofes, sendo cada
linha do poema um verso, aparecendo agrupados em estrofes e o rítmo é obtido
pela repecticao do mesmo número de silabas ou pela acentuacao das mesmas
sílabas e por fim, a rima e os recursos expressivos da lingua em suma, o texto
poetico está estruturado por versos, estrofes, rimas e métrica.
É sabido que em moçambique, as literaturas pós à
colonização tendem a descrever a realidade do país, a realidade social,
cultural, económico e politica, neste caso durante o período de transição os
poetas que vão surgindo tendem seguir essa influência.
Daí que, em Minarete
de Medos e outros poemas encontramos essa tendência de que o poeta como
escritor coloca nos seus textos o sujeito poético que tem enquadramento social
que acaba descrevendo na primeira pessoa a realidade vivida na sociedade. Então
nesses textos em Minarete de medos e outros poemas, a traves das palavras, o sujeito
poético vai traçando as imagens daquilo que é a sociedade moçambicana desde os
ambientes, as acções culturais, atitudes culturais e o quotidiano da sociedade e
por ter essa consciência de que é poeta e tem esse de ver de não só proteger ou
falar por aquilo que não pode falar é lutar pelo bem-estar da sociedade,
divulgando aquilo que é o mal social, problemas sociais. Encontramos isso em
Minarete de Medos e outros poemas e por se assumir esse sujeito poético que tem
o de ver das instruções dos problemas socias, em Minarete de medos o sujeito poético identifica-se no poema
seguinte:
[..] Aqui um poeta dinamita -se
Aqui
Um
poeta faz se de um grito
Agoirento
na voragem dos dias
Da
inglória dos pássaros
Das
palavra arrombada do insulto fácil [...]
Com
o cuspo das formigas
Com
a tirania de um obus
A imagem
é a representação mental do objeto, percebido pela nossa sensibilidade
Primeiramente, dizia respeito à visão, mas atualmente abrange todos os
sentidos. A se difere da por apontar para o objeto, enquanto a ideia o situa no
plano.
(CAMPOS, 1945:72)
Ainda no mesmo
autor salienta que a imagem não é privilégio apenas do discurso poético: ela
está também no discurso comum e no de todas as artes.
Portanto,
no poema acima aludido, há representação imagética que tudo parte do poema aqui
o poeta dinamita –se, no qual compreendemos que Dinamita- se no sentido de que
o poeta explode, isto é, revela a dinamite que é uma explosão, portanto olhando
essa linha de leitura a dinamite tem sido usado para explodir as minas para
obter as riquezas então é nesse sentido em que o poeta dinamita-se, explode
para trazer o bem-estar social.
ainda no poema, o autor primeiro expõe qual objectivo do poeta que é o descrevo do poeta “Aqui ” refere Moçambique numa sociedade em que ainda existe
muitos problemas a serem revelados e coloca se a peça chave para a revelação
desses problemas e não só a revelação desses ambiente e do dia a dia dos
moçambicanos.
ATIENZA, (1999), assevera que sob o peso da
escravidão e da opressão nasceu a literatura africana de língua portuguesa, que
se destaca como veículo de denúncia da miséria dos povos massacrados. Assim nos
versos abaixo citados:
Um
poeta faz se de um grito […]
Da
inglória dos pássaros. (Mbate, 2009: 13)
Portanto percebemos o poeta moçambicano tenta
resgatar parte da tradição africana ate então calada pelo imperialismo,
entendendo tal resgate como uma estratégia de resistência ao discurso de um
grito usando metáforas para alertar aos
que vê um problema, neste caso a alerta social criticando a injustiça feita
pelos superiores.
Com um buzio com uma revolta
[…] Com os mártires de mahlazine
A qui o poeta faz uma
comparação dos mártires de mahlazine denunciando sobre aqueles que sofreram de explosão
e por sua vez mahlazine representa uma imagem onde varias granadas explodiram e
houve mortes. Através destas imagens, nos colguem em reflexão.
aqui
Na
cabeça dos mochos
[…]
Na rua de bagamoio
Outra imagem que o poeta coloca é rua de bagamoio, nesse
caso através das palavras nos dão indicações dos lugares explosivas da
sociedade moçambicana.
[…]
Com a agua estagnada
Da inspiração estagnada
Com
a tirania de um obus
Nessas últimas estrofes, percebemos que a cada verso
desses estrofes é uma imagem pois o autor tende demonstrar o custo de vida dos
moçambicanos que as necessidades socias ainda esto em desordem. Ainda no mesmo
o termo formigas é uma imagem metaforizada que representam indivíduos ou seja
daquilo que e o trabalho do cotidiano de moçambicano. portanto temos o
substantivo (obus e formigas ) ,
formigas esta no plural que significa o povo e obus que significa que muita
gente trabalha oprimir por uma apenas pessoa ou grupo. Entretanto, dando em
conta essas imagens, é dai que o eu lírico explode como dinamite e que quando
explode desperta uma atenção à todos sobre a descrição dos problemas a terem no
nosso pais criticando a sociedade moçambicana através dessas imagens colocadas
que são subsequênciadas de forma a conquistar a justiça.
4. A dualidade da personagem social
O vestuário dos nus
[…]
Da cintura acima
Estou
vestido pela subversão
[…]
Cobre-me a cabeça
Uma vez que a dualidade é a qualidade do que contém
em sua essência, duas substâncias, dois princípios ou duas naturezas, no poema
o vestuário dos nus, percebemos que na sociedade moçambicana, a maioria das
pessoas tem conhecimento daquilo que esta a acontecendo boas ou más porém, não
criticam, assim voltamos para o tema “Minarete de medos” porque as pessoas
estão com medo. Percebe se que também a subversão é aquele que combate, aquele
que se revolta. Nesse temos a dualidade dessa imagem que o poeta traz de um
cidadão que pensa dualidade de ser subvertido e de não ser nada ao mesmo tempo,
o que significa que na nossa sociedade (Moçambique) conforme o autor cita os
lugares da cidade de Maputo caso de bagamoio, mathazine, Portanto nessa
sociedade moçambicana tem indivíduos que conhecem a causa, problemas socias
todavia, nada fazem por causa de minarete de medos, o medo é que escraviza, e
no poema Aqui o poeta explode, é uma forma de mostrar se que deve se agir
portanto, no poema vestuário dos nus, nos traz essa imagem do individuo ou de
uma sociedade que está dividida entre a subdivisão e a irrelevância no
referente não é digno em fim temos essa dualidade da personagem social .
[…]Trago nos pés uma cartola
E um par de peúgas rebeldes
Nessas estrofes, ainda continua essa dualidade uma
vez que cartola é aquelo que mostra a paz, uma pessoa pacífica. “par de
peúgas rebeldes”
nesse
verso percebemos que escritor metaforiza o
medo e que o povo moçambicano tem esse espirito de rebeldia mas acaba não revelando o devido medo. Portanto
temos essas imagens que o sujeito poético nos coloca de uma personagem dividida
do meio entre a paz e rebelião porem conhecemos a causa mas nada podemos fazer
devido a escravidão do Minarete de medo
[…]
Chega num dia em que a fome sacia
ventre
transparente dos esfaimados
Uma
mesa cabe no estomago?
[…]
Nuns país nu
Nesses versos constatamos a paciência uma vez que o
povo chega num momento tolerante mas vivendo tais problemas sociais não tendo
nenhum comentário. No mesmo constata- se que o autor faz umas perguntas
retoricas revindicando a essa tirania que escraviza, a fim de denunciar a
injustiças que tem acontecido na nossa sociedade.
Promessa inalienável
No
precusoular dos dias
Impio
O
tempo cumpre
A
inidiavel vocação
De
esviar –se num mar de quimeras
Como
Zambeze na quietude da foz
Aqui
Sofrer
É
uma promessa
Inalienável
Uma promessa que não se pode desviar para outra
pessoa, isto é, no verso seguinte No
precusoular dos dias Impio […] isso significa
que desde que estamos a viver os dias o tempo
cumpri a inadiável vocação (ano, horas minutos) de esviar-se num mar que
meras na qual meras é uma linha de divisão entre a realidade e a irrealidade .
por conseguinte pudemos notar que o eu lírico, diz que nos sociedade desde os
tempos vamos viver nessa linha em que não
sabemos que é relar ou irreal, isto é, vivemos numa simples imaginação sem
fundamentos como Zambeze quietude da foz.
Isso nos leva um rio que desde os tempos vai andando de minutos a milésimo,
de minuto a hora que não diz nada. Essa é a imagem que o poeta nos traz duma
sociedade que vive do que mera da realidade da irrealidade, isto é faz uma
comparação com um rio que permanece quieto mesmo sabendo que sofre.
Aqui
Sofrer
É
uma promessa
Inalienável
Nessa ultima estrofe o eu lírico expõe qual essa
vocação inadiável que a sociedade tem? Portanto percebemos que essa vocação é
de sofrer pois nós não muda-se de atitudes. Entretanto, Mbate pedro traz essa
imagem que nos compara ao rio que calado na sua foz permanece o mesmo, uma vez
que o rio desagua as suas águas na foz, a ano, hora mas nada muda. Em fim o
sujeito poético critica, compara a sociedade a um rio Zambeze e por sua vez
esse rio simboliza o tempo significando que o hoje e o amanha não há diferença,
apenas a diferencia está nas ações.
5. A representação da guerra em
Minarete de medos
A guerra é representada constantemente na literatura
e contempla diferentes períodos históricos e sociedades, porque “há sempre uma
guerra acontecendo em algum lugar do mundo” (OZ, 1999, p. 31), como bem afirmou
o narrador de Pantera no porão. Similarmente, Freud assinala que
basta dar uma olhada à história da
humanidade para assistirmos a um desfile ininterrupto de conflitos, seja entre
uma comunidade em luta com outra ou outras, seja entre unidades por vezes
grandes por vezes mais pequenas, entre cidades, países tribos, povos ou
impérios, conflitos quase sempre decididos pelo sacrifício das suas forças ao
longo de uma guerra (FREUD, 2007, p. 45-46).
O fato de que os povos estão sempre em luta torna
essa temática um campo abundante para os escritores, permeando diversas obras
literárias desde muito tempo, especialmente quando os autores, de alguma forma,
a vivenciaram em alguma etapa de sua existência. Muitos escritores foram
combatentes e dedicaram-se a narrar essas experiências, alguns muito tempo
depois do ocorrido, outros durante a guerra.
Assim no
poema Querem –me à quera de Mbate pedro, o sujeito poético clama sobre aventura
que lhe inibem a lhe satisfazer seus desejos e acaba indo à guerra. Conforme o
texto abaixo nos testa:
Querem
–me à guerra
[…] Queria ficar a nomear os rios
Nas veredas do teu corpo
E a recontar as pétalas
No miosótis da sua boca
[…] As monições adormecidas
Nas kalash dos meus assassinos
Representa o trabalho árduo manual, as formigas
referidos é a população, isto é querem me à mesma formiga a guerra para que defenda a
sua vida, essa formigas tinha que participar de forma obrigatório. Portanto no
poema Quer me à guerra o sujeito
poético revela essa critica, essa injustiça.
Portanto, temos essa imagem que na sociedade
contemporâneo, o quotidiano moçambicano, devido a essas novas guerras ataques,
são convidados indivíduos que trabalhavam duramente para sustentar os
superiores, mas mesmos são convidados a defender a integridade territorial
social de moçambique ondem alguns comem mais que os outros, então é essa
justiça que Mbate pedro traz para justificar essa balança que pesa de um lado
ao outro. Em fim temos como as imagem da sociedade moçambicano no qual os
soldados são levados para morte a defender os superiores.
A pós a realização deste trabalho, percebemos que em
Minarete de medos e outros poemas de
Mbate Pedro traz visualizações sociais moçambicano desde as injustiças desde o
calar dos injustiçados, isto é, descreve uma situação de medos, conforme o
próprio texto justifica o medo que é de agir
que caracteriza a nossa sociedade, o nosso tecido social que se caracteriza
sob diferentes faixas etárias, diferentes níveis académicos, porem, o medo é a
própria mina pois um dia explodirá e matara, por sua vez o medo escraviza
devido a violação dos direitos, todavia nada comete. No poema o poeta explode
como dinamite, o eu lírico convida à todos adormecidos a combater os más
sociais uma vez que há os que espezinham os outros porque percebem que a
maioria tem esse medo profundo evocado por escritor.
Mbate Pedro traz palavras que descreve certas
imagens e possa visualizar essas injustiças. Em fim, encontramos em Minarete de
medos e outros poemas as temáticas como: a da subversão, temática de medo,
temática de despertar quer dizer a tendência é de despertar por exemplo: um
poeta explode, com objetivo de despertar atenção aos demais.
ATIENZA, Como se comenta um poema. Madrid: Síntesis,1999
CANDIDO,
António. Literatura e sociedade. 9ed,
Rio de Janeiro, 2016.
CAMPOS, Humberto de. O conceito e a imagem na poesia brasileira.
Rio de Janeiro: Jackson,1945.
OZ, Amós. Pantera
no porão. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
PEDRO, Mbate, Minarete
de Medos e outros poemas, porto editor, Maputo, 2009.
SOARES, Angélica. Género Literários. 7ª Edição. Ática. 2007
Anexos
Aqui um poeta
dinamita -se
Aqui
Um
poeta faz se de um grito
Agoirento
na voragem dos dias
Da
inglória dos pássaros
Das
palavra arrombada do insulto fácil
Com
um buzio com uma revolta
Com
os marteres de mahlazine
Da
frustração de um beijo
Entre
os trpegos amantes
Aqui
Um
poeta nasce
De
um par de cornos
Na
cabeca dos mochos
De
uma tusa exprimida
Na
rua de bagamoio
Das
resignação da náusea
Do
arroto das granadas
Com a agua estagnada
Da
inspiração estagnada
Do
preco do pau não estagnado
Com
o cuspo das formigas
Com
a tirania de um obus
Autor: Mbate
Pedro in, Minarete de medos e outros
poemas.
O
vestuário dos nus
Da
cintura acima
Estou
vestido pela subversão
Da
acintura abaixo pela irreverencia
Cobre-me
a cabeca
E
um missel na asa de uma garça
Trago
nos pes uma cartola
E
um par de peiugas rebeldes
Chega
num dia em que a fome sacia
O
ventre transparete dos esfaimados
Uma
machamba cabe na boca?
Uma
mesa cabe no estomago?
Sobrevive
uma partia
Num
pais nu?
Autor: Mbate Pedro in, Minarete de medos e outros poemas .
Promessa
inalianavel
No
precusoular dos dias
Impio
O
tempo cumpre
A
inadiável vocação
De
esviar –se num mar de quimeras
Como
Zambeze na quietude da foz
Aqui
Sofrer
É
uma promessa
Inalienável
Autor: Mbate
Pedro in, Minarete de medos e outros
poemas . pag. 17
Querem –me à
guerra
Queria
ficar a nomear os rios
Nas
veredas do teu corpo
E
a recontar as pétalas
No
miosótis da sua boca
Queria
ficar a perscrutar
A
explosão vagarosa dos teus seios
No
no dispertar libidinoso
Às
minhas manzorras
E
a fotografar a chegada apoteótica
Do
nhambalo nas tuas ancas
Eu
queria ficar
Meu
amor
Mas
querem-me à guerra
Para
que docemente desperre
As
monicoes adormecidas
Nas
kalash dos meus assassinos
Autor:
Mbate Pedro in, Minarete de medos e
outros poemas
.
[1] GIL, António Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6ª. ed. são Paulo, atlas,
2009.
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