quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Cada verso uma imagem: uma análise da expressão imagética em Minarete de medos de Mbate Pedro

 

Índice

1.    Introdução. 4

2.    Cada verso uma imagem: uma análise da expressão imagética em Minarete de medos e outros poemas de Mbate Pedro. 5

3.    Imagem poética. 6

4.    A dualidade da personagem social 7

5.    A representação da guerra em Minarete de medos. 10

6.    Conclusão. 11

7.    Referências bibliográficas. 12

 

1.      Introdução

Os escritores escrevem as suas obras dentro de um contexto. São guiados pela vanguarda ideológico literária da sua época, isso faz com que nas suas obras seja possível encontrar fragmentos do pensamento epocal assim como a imagem dos ambientes que vivem atormentando-os. (CANDIDO, 2016: 32)

O presente trabalho fez-se em torno da obra Minarete dos medos e outros poemas de Mbate Pedro, um escritor moçambicano reconhecido como um dos poetas importante pois faz a representação das imagens do cotidiano social moçambicano através das diversas palavras.

É nesse contexto que surge o seguinte tema: Cada verso uma imagem: uma análise da expressão imagética em Minarete de medos de Mbate Pedro. O mesmo tem como objetivo analisar uns dos textos e refletir sobre injustiças vividas pela sociedade moçambicana.

 A razão da escolha de tema surge da necessidade de compreender que Mbate pedro tem a tendência de nos seus poemas traçar algumas referências usando uma linguagem poética buscando palavras que servem de balizas para balizar o leitor, essas palavras expressam uma imagem. De certo modo o conta nos seus versos a extensa narática, glosando temática da subversão, de medo, assim como a de despertar do povo moçambicano.

Para elaboração deste trabalho, baseamo-nos em pesquisas descritiva neste que, para GIL (1994, p. 46), Apud por MICHEL (2005: 54), as pesquisas descritivas têm como objectivos primordial a descrição das características dum determinado fenómeno, ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. Demos também a primazia à Pesquisa Bibliográfica[1], com o intuito de consultarmos várias obras que abordam sobre a temática do escritor moçambicano Mbate Pedro.

 Quanto à estrutura organizacional, o trabalho está organizado em três partes. A primeira parte, a de aspectos pré-textuais, neste encontra capa, contra capa, assim como as partes introdutoras do trabalho; de seguida apresentamos a parte dos aspectos textuais composta do corpo do trabalho, é nessa parte que desenvolvemos o título do trabalho antes citado apresentando os pontos mais essenciais; por último colocamos o nosso ponto de vista de modo a demonstrar a veracidade dos termos por nós empregues. Essa constitui a última parte, a de aspectos pós-textuais.

2.      Cada verso uma imagem: uma análise da expressão imagética em Minarete de medos e outros poemas de Mbate Pedro.

SOARES, (2007) diz que o texto poetico é aquela que possui uma linguagem figurada, caracterizado pela sua disposicao grafica, linhuas desiguais, espacos brancos, separaao das estrofes, sendo cada linha do poema um verso, aparecendo agrupados em estrofes e o rítmo é obtido pela repecticao do mesmo número de silabas ou pela acentuacao das mesmas sílabas e por fim, a rima e os recursos expressivos da lingua em suma, o texto poetico está estruturado por versos, estrofes, rimas e métrica.

É sabido que em moçambique, as literaturas pós à colonização tendem a descrever a realidade do país, a realidade social, cultural, económico e politica, neste caso durante o período de transição os poetas que vão surgindo tendem seguir essa influência.

Daí que, em Minarete de Medos e outros poemas encontramos essa tendência de que o poeta como escritor coloca nos seus textos o sujeito poético que tem enquadramento social que acaba descrevendo na primeira pessoa a realidade vivida na sociedade. Então nesses textos em Minarete de medos e outros poemas, a traves das palavras, o sujeito poético vai traçando as imagens daquilo que é a sociedade moçambicana desde os ambientes, as acções culturais, atitudes culturais e o quotidiano da sociedade e por ter essa consciência de que é poeta e tem esse de ver de não só proteger ou falar por aquilo que não pode falar é lutar pelo bem-estar da sociedade, divulgando aquilo que é o mal social, problemas sociais. Encontramos isso em Minarete de Medos e outros poemas e por se assumir esse sujeito poético que tem o de ver das instruções dos problemas socias, em Minarete de medos o sujeito poético identifica-se no poema seguinte:

[..] Aqui um poeta dinamita -se

Aqui

Um poeta faz se de um grito

Agoirento na voragem dos dias

Da inglória dos pássaros

Das palavra arrombada do insulto fácil [...]

Com o cuspo das formigas

Com a tirania de um obus

 

3.      Imagem poética

A imagem é a representação mental do objeto, percebido pela nossa sensibilidade Primeiramente, dizia respeito à visão, mas atualmente abrange todos os sentidos. A se difere da por apontar para o objeto, enquanto a ideia o situa no plano. (CAMPOS, 1945:72)

Ainda no mesmo autor salienta que a imagem não é privilégio apenas do discurso poético: ela está também no discurso comum e no de todas as artes.

 

Portanto, no poema acima aludido, há representação imagética que tudo parte do poema aqui o poeta dinamita –se, no qual compreendemos que Dinamita- se no sentido de que o poeta explode, isto é, revela a dinamite que é uma explosão, portanto olhando essa linha de leitura a dinamite tem sido usado para explodir as minas para obter as riquezas então é nesse sentido em que o poeta dinamita-se, explode para trazer o bem-estar social.

ainda no poema, o autor primeiro expõe qual  objectivo do poeta que é o descrevo do poeta “Aqui ” refere  Moçambique numa sociedade em que ainda existe muitos problemas a serem revelados e coloca se a peça chave para a revelação desses problemas e não só a revelação desses ambiente e do dia a dia dos moçambicanos.  

ATIENZA, (1999), assevera que sob o peso da escravidão e da opressão nasceu a literatura africana de língua portuguesa, que se destaca como veículo de denúncia da miséria dos povos massacrados. Assim nos versos abaixo citados:

Um poeta faz se de um grito […]

Da inglória dos pássaros. (Mbate, 2009: 13)

Portanto percebemos o poeta moçambicano tenta resgatar parte da tradição africana ate então calada pelo imperialismo, entendendo tal resgate como uma estratégia de resistência ao discurso de um grito usando metáforas para alertar  aos que vê um problema, neste caso a alerta social criticando a injustiça feita pelos superiores.   

Com um buzio com uma revolta

[…] Com os mártires de mahlazine

A qui o poeta faz uma comparação dos mártires de mahlazine denunciando sobre aqueles que sofreram de explosão e por sua vez mahlazine representa uma imagem onde varias granadas explodiram e houve mortes. Através destas imagens, nos colguem em reflexão.

aqui

Na cabeça dos mochos

[…] Na rua de bagamoio

Outra imagem que o poeta coloca é rua de bagamoio, nesse caso através das palavras nos dão indicações dos lugares explosivas da sociedade moçambicana. 

[…] Com  a agua estagnada

 Da inspiração estagnada

Com a tirania de um obus

Nessas últimas estrofes, percebemos que a cada verso desses estrofes é uma imagem pois o autor tende demonstrar o custo de vida dos moçambicanos que as necessidades socias ainda esto em desordem. Ainda no mesmo o termo formigas é uma imagem metaforizada que representam indivíduos ou seja daquilo que e o trabalho do cotidiano de moçambicano. portanto temos o substantivo (obus e formigas ) , formigas esta no plural que significa o povo e obus que significa que muita gente trabalha oprimir por uma apenas pessoa ou grupo. Entretanto, dando em conta essas imagens, é dai que o eu lírico explode como dinamite e que quando explode desperta uma atenção à todos sobre a descrição dos problemas a terem no nosso pais criticando a sociedade moçambicana através dessas imagens colocadas que são subsequênciadas de forma a conquistar a justiça.

4.       A dualidade da personagem social

O vestuário dos nus

[…] Da cintura acima

Estou vestido pela subversão

[…] Cobre-me a cabeça

Uma vez que a dualidade é a qualidade do que contém em sua essência, duas substâncias, dois princípios ou duas naturezas, no poema o vestuário dos nus, percebemos que na sociedade moçambicana, a maioria das pessoas tem conhecimento daquilo que esta a acontecendo boas ou más porém, não criticam, assim voltamos para o tema “Minarete de medos” porque as pessoas estão com medo. Percebe se que também a subversão é aquele que combate, aquele que se revolta. Nesse temos a dualidade dessa imagem que o poeta traz de um cidadão que pensa dualidade de ser subvertido e de não ser nada ao mesmo tempo, o que significa que na nossa sociedade (Moçambique) conforme o autor cita os lugares da cidade de Maputo caso de bagamoio, mathazine, Portanto nessa sociedade moçambicana tem indivíduos que conhecem a causa, problemas socias todavia, nada fazem por causa de minarete de medos, o medo é que escraviza, e no poema Aqui o poeta explode, é uma forma de mostrar se que deve se agir portanto, no poema vestuário dos nus, nos traz essa imagem do individuo ou de uma sociedade que está dividida entre a subdivisão e a irrelevância no referente não é digno em fim temos essa dualidade da personagem social . 

[…]Trago nos pés uma cartola

E um par de peúgas rebeldes

Nessas estrofes, ainda continua essa dualidade uma vez que cartola é aquelo que mostra a paz, uma pessoa pacífica. “par de  peúgas rebeldes” nesse verso percebemos que escritor metaforiza o  medo e que o povo moçambicano tem esse espirito de rebeldia mas  acaba não revelando o devido medo. Portanto temos essas imagens que o sujeito poético nos coloca de uma personagem dividida do meio entre a paz e rebelião porem conhecemos a causa mas nada podemos fazer devido a escravidão do Minarete de medo

 

[…] Chega num dia em que a fome sacia

ventre transparente dos esfaimados

Uma mesa cabe no estomago?

[…] Nuns país nu

Nesses versos constatamos a paciência uma vez que o povo chega num momento tolerante mas vivendo tais problemas sociais não tendo nenhum comentário. No mesmo constata- se que o autor faz umas perguntas retoricas revindicando a essa tirania que escraviza, a fim de denunciar a injustiças que tem acontecido na nossa sociedade.

Promessa inalienável

No precusoular dos dias

Impio

O tempo cumpre

A inidiavel vocação

De esviar –se num mar de quimeras

Como Zambeze na quietude da foz

Aqui

Sofrer

É uma promessa

Inalienável

Uma promessa que não se pode desviar para outra pessoa, isto é, no verso seguinte No precusoular dos dias Impio […] isso significa que desde que estamos a viver os dias o tempo  cumpri a inadiável vocação (ano, horas minutos) de esviar-se num mar que meras na qual meras é uma linha de divisão entre a realidade e a irrealidade . por conseguinte pudemos notar que o eu lírico, diz que nos sociedade desde os tempos vamos viver nessa linha em que  não sabemos que é relar ou irreal, isto é, vivemos numa simples imaginação sem fundamentos como Zambeze quietude da foz. Isso nos leva um rio que desde os tempos vai andando de minutos a milésimo, de minuto a hora que não diz nada. Essa é a imagem que o poeta nos traz duma sociedade que vive do que mera da realidade da irrealidade, isto é faz uma comparação com um rio que permanece quieto mesmo sabendo que sofre.  

Aqui

Sofrer

É uma promessa

Inalienável

Nessa ultima estrofe o eu lírico expõe qual essa vocação inadiável que a sociedade tem? Portanto percebemos que essa vocação é de sofrer pois nós não muda-se de atitudes. Entretanto, Mbate pedro traz essa imagem que nos compara ao rio que calado na sua foz permanece o mesmo, uma vez que o rio desagua as suas águas na foz, a ano, hora mas nada muda. Em fim o sujeito poético critica, compara a sociedade a um rio Zambeze e por sua vez esse rio simboliza o tempo significando que o hoje e o amanha não há diferença, apenas a diferencia está nas ações.

5.      A representação da guerra em Minarete de medos

A guerra é representada constantemente na literatura e contempla diferentes períodos históricos e sociedades, porque “há sempre uma guerra acontecendo em algum lugar do mundo” (OZ, 1999, p. 31), como bem afirmou o narrador de Pantera no porão. Similarmente, Freud assinala que

basta dar uma olhada à história da humanidade para assistirmos a um desfile ininterrupto de conflitos, seja entre uma comunidade em luta com outra ou outras, seja entre unidades por vezes grandes por vezes mais pequenas, entre cidades, países tribos, povos ou impérios, conflitos quase sempre decididos pelo sacrifício das suas forças ao longo de uma guerra (FREUD, 2007, p. 45-46).

O fato de que os povos estão sempre em luta torna essa temática um campo abundante para os escritores, permeando diversas obras literárias desde muito tempo, especialmente quando os autores, de alguma forma, a vivenciaram em alguma etapa de sua existência. Muitos escritores foram combatentes e dedicaram-se a narrar essas experiências, alguns muito tempo depois do ocorrido, outros durante a guerra.

 Assim no poema Querem –me à quera de Mbate pedro, o sujeito poético clama sobre aventura que lhe inibem a lhe satisfazer seus desejos e acaba indo à guerra. Conforme o texto abaixo nos testa:

Querem –me à guerra

[…] Queria ficar a nomear os rios

Nas veredas do teu corpo

E a recontar as pétalas

No miosótis da sua boca

[…] As monições adormecidas

Nas kalash dos meus assassinos

Representa o trabalho árduo manual, as formigas referidos é a população, isto é querem  me à mesma formiga a guerra para que defenda a sua vida, essa formigas tinha que participar de forma obrigatório. Portanto no poema Quer me à guerra o sujeito poético revela essa critica, essa injustiça.

Portanto, temos essa imagem que na sociedade contemporâneo, o quotidiano moçambicano, devido a essas novas guerras ataques, são convidados indivíduos que trabalhavam duramente para sustentar os superiores, mas mesmos são convidados a defender a integridade territorial social de moçambique ondem alguns comem mais que os outros, então é essa justiça que Mbate pedro traz para justificar essa balança que pesa de um lado ao outro. Em fim temos como as imagem da sociedade moçambicano no qual os soldados são levados para morte a defender os superiores.

 

6.      Conclusão

A pós a realização deste trabalho, percebemos que em Minarete de medos e outros poemas de Mbate Pedro traz visualizações sociais moçambicano desde as injustiças desde o calar dos injustiçados, isto é, descreve uma situação de medos, conforme o próprio texto justifica o medo que é de agir  que caracteriza a nossa sociedade, o nosso tecido social que se caracteriza sob diferentes faixas etárias, diferentes níveis académicos, porem, o medo é a própria mina pois um dia explodirá e matara, por sua vez o medo escraviza devido a violação dos direitos, todavia nada comete. No poema o poeta explode como dinamite, o eu lírico convida à todos adormecidos a combater os más sociais uma vez que há os que espezinham os outros porque percebem que a maioria tem esse medo profundo evocado por escritor.

Mbate Pedro traz palavras que descreve certas imagens e possa visualizar essas injustiças. Em fim, encontramos em Minarete de medos e outros poemas as temáticas como: a da subversão, temática de medo, temática de despertar quer dizer a tendência é de despertar por exemplo: um poeta explode, com objetivo de despertar atenção aos demais.    

 

 

 

7.      Referências bibliográficas

ATIENZA, Como se comenta um poema. Madrid: Síntesis,1999

CANDIDO, António. Literatura e sociedade. 9ed, Rio de Janeiro, 2016.

CAMPOS, Humberto de. O conceito e a imagem na poesia brasileira. Rio de Janeiro: Jackson,1945.

OZ, Amós. Pantera no porão. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

PEDRO, Mbate, Minarete de Medos e outros poemas, porto editor, Maputo, 2009.

SOARES, Angélica. Género Literários. 7ª Edição. Ática. 2007

 

Anexos

 

 

Aqui um poeta dinamita -se

Aqui

Um poeta faz se de um grito

Agoirento na voragem dos dias

Da inglória dos pássaros

Das palavra arrombada do insulto fácil

Com um buzio com uma revolta

Com os marteres de mahlazine

Da frustração de um beijo

Entre os trpegos amantes

 

Aqui

Um poeta nasce

De um par de cornos

Na cabeca dos mochos

De uma tusa exprimida

Na rua de bagamoio

Das resignação da náusea

Do arroto das granadas

Com  a agua estagnada

Da inspiração estagnada

Do preco do pau não estagnado

Com o cuspo das formigas

Com a tirania de um obus

 

Autor: Mbate Pedro  in, Minarete de medos e outros poemas.

 

O vestuário dos nus

Da cintura acima

Estou vestido pela subversão

Da acintura abaixo pela irreverencia

Cobre-me a cabeca

E um missel na asa de uma garça

 

Trago nos pes uma cartola

E um par de peiugas rebeldes

 

Chega num dia em que a fome sacia

O ventre transparete dos esfaimados

 

Uma machamba cabe na boca?

Uma mesa cabe no estomago?

 

Sobrevive uma partia

Num pais nu?

Autor:      Mbate Pedro  in, Minarete de medos e outros poemas .

 

Promessa inalianavel

No precusoular dos dias

Impio

O tempo cumpre

A inadiável vocação

De esviar –se num mar de quimeras

Como Zambeze na quietude da foz

Aqui

Sofrer

É uma promessa

Inalienável

 

Autor: Mbate Pedro  in, Minarete de medos e outros poemas . pag. 17

 

 

Querem –me à guerra

Queria ficar a nomear os rios

Nas veredas do teu corpo

E a recontar as pétalas

No miosótis da sua boca

Queria ficar a perscrutar

A explosão vagarosa dos teus seios

No no dispertar libidinoso

Às minhas manzorras

E a fotografar a chegada apoteótica

Do nhambalo nas tuas ancas

Eu queria ficar

Meu amor

Mas querem-me à guerra

Para que docemente desperre

As monicoes adormecidas

Nas kalash dos meus assassinos

 

Autor: Mbate Pedro  in, Minarete de medos e outros poemas .

 


[1] GIL, António Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6ª. ed. são Paulo, atlas, 2009.

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