terça-feira, 10 de setembro de 2019

Noções de Inspecção de Carnes


Noções de Inspecção de Carnes
Apesar dos avanços na área de saúde pública com o objectivo de proteger o homem contra as doenças transmissíveis ao mesmo pelos animais ou seus produtos, e os pesados investimentos que os países realizam para erradica-las, os resultados indicam que as mesmas continuam muito presentes nas diferentes espécies pecuárias constituindo uma ameaça ao homem.
Estas enfermidades são fontes importantes de infecções para o homem, seja pela ingestão de carne e seus derivados ou por contacto directo ou indirecto.
A inspecção sanitária em matadouros reveste-se de grande para a saúde publica, ao excluir do consumo carnes portadoras de patogenia, bem como as que apresentam lesões que as tornam impróprias para o consumo.
Objectivos do programa de Inspecção de Carnes
Os objectivos destes incluem:
1.      Garantir /assegurar que apenas sejam obtidos animais sãos e fisiologicamente normais para o consumo humano e os anormais separados e tratados convenientemente.
2.      Garantir que a carne proveniente destes animais esta livre de doenças, sadia e sem riscos para a saúde humana.
Estes objectivos são alcançados através de procedimento de inspecção ante e postmortem bem como pela esfola, depena, depilação e evisceração com o mínimo de contaminação.
Qualquer procedimento de inspecção deve ser apropriado pelo espectro e prevalência das doenças e anormalidades presentes em cada uma das classes de animais sob inspecção.
Inspecção ante mortem: realizada dentro das 24h que antecedem o abate e repetida se haver cancelamento do abate por mais de um dia visa:
1.      Examinar minuciosamente todos os animais destinados para o abate.
2.      Assegurar que esses animais tiveram repouso apropriado e obter informação clínica de auxilio no diagnostico de doenças e julgamento.
3.      Reduzir a contaminação do local de abate separando animais conspurcados/sujos e condenação de animais adoentados.
4.      Garantir que animais feridos ou com dores e sofrimentos sejam sacrificados de emergência e que são tratados humanamente.
5.      Identificação de doenças notificava para evitar a contaminação do local de abate.
6.      Identificar animais doentes que foram tratados com antibióticos, quimioterapias, insecticidas e pesticidas.
7.      Exigir e garantir a limpeza e desinfecção dos meios transportes utilizados.
A inspecção ante mortem deve ser realizada em local bem iluminado em os animais podem ser examinados individual e colectivamente em repouso ou em movimento. Deve observa-se o seguinte:
1.      O comportamento.
2.      O estado nutricional dos animais { gordo, magro, ect}.
3.      O estado de limpeza.
4.      Sinais de doenças e anormalidades.
As anormalidades procuradas na inspecção ante mortm incluem:
1.      Abdómen avolumado {timpanismo}.
Descargas anormais ou profusões do corpo:
1.      Salivação abundante, corrimento nasal excessivo, lusquia.
2.      Prolapso rectal, vaginal ou uterino
3.      Diarreia sanguinolenta
Anormalidades na cor
1.      Manchas rosáceas ou vermelhas nas orelhas e flancos em suínos.
2.      Manchas azul-escuras no úbere {gangrena}.
Anormalidades no cheiro
1.      Cheiro a acetona na cetose.
Inspecção postmortem: consiste no exame de todos órgãos e tecidos, abrangendo a observação, a apreciação das suas características externas, planco e incisão de gânglios linfáticos correspondentes, alem de cortes sobre os orgaos se necessário. Esta prática e realizado por agentes de inspecção.
Deve ser realizada imediatamente a seguir a evisceração de modo a detectar qualquer anormalidade para evitar que produtos condicionalmente aptos para o consumo não sejam aprovados para o consumo.
Julgamento das carcaças
A condenação ou rejeição das carcaças pode envolver:
1.      Qualquer porção ou a carcaça anormal ou afectada por doença.
2.      Qualquer porção ou carcaça afectada por uma condição que represente risco a saúde.
3.      Qualquer porção da carcaça que aspecto repulsivo aos consumidores.
Contudo, se os animais são stressados, sujos ou superlotados, esfomeados ou sedentas ou se existem muitos germes a sua volta devido mas condições de higiene e limpezas, ou inexistência de um programa de biossegurança, não resistirão aos ataques de patogenia.
Na presença secção, trataremos mais uma vez de algumas doenças que podem afectar as nossas criações pecuárias {bovinas, suínas e avícolas} referindo-nos contudo que muitas destas foram abordadas nos livros das classes anteriores nos capítulos de cada uma das espécies pelo que, recomendamos o recurso a eles.


Doenças
Animais
Causas
Sintomas
Controlo
botulismo
Pato


É preciso eliminar o mais rapidamente possível os animais mortos e limpar muito bem os abrigos. A desinfecção dos abrigos poderá ser feita juntando um pouco de Dettol à água da limpeza. Também nesse caso tome precauções e utilize vestuário de proteção e luvas!
Cólera aviária (pasteurelose)
Doença de Gumboro

Galinha
Causada por um grupo de protozoários, chamados eimérias, ao penetrar na mucosa intestinal das aves, causa lesões que podem levar à morte. As galinhas e frangos caipiras ficam tristes, sonolentas, de asas caídas e com calafrios. Dependendo do tipo de eiméria, as fezes podem se apresentar sanguinolentas.

apresentam dispneia e cabeça arroxeada.
Recomenda-se a imunização de reprodutoras com vacinas inativadas para a transferência de anticorpos passivos para a progênie e Previne-se vacinando os pintinhos no primeiro dia.

tratar as lesões com tintura de iodo glicerinado e antibióticos em água de bebida para evitar infecções secundárias.


1.      Criptococose
Pombo

Causada pelo fungo Cryptococcus neoformans ou pelo Cryptococcus gattii.
Podem afetar pele, próstata, olhos, ossos, urinár sangue.

1.      Evitar alimentar os pombos;
2.      Diminuir a quantidade de água, alimento ou abrigo para os pombos;
3.      Os locais que acumulam as fezes das aves devem ser limpos com água e cloro;
4.      Se for necessário entrar em contato com as aves, utilizar luvas e máscaras protetoras;


Gato



Conjuntivite

Coelho
Inflamações nos olhos os deixam bem inchados e quase fechados. Alem disso, ficam cheios de um líquido amarelo e seroso, como se fosse uma remela contínua; ao escorrer, ele endurece rapidamente e fica grudado na pele.
Forte no interior do ouvido, inflamação e formação de uma secreção espessa, serosa e amarelada. Aos poucos vai engrossando cada vez mais e torna-se uma crosta, grudando na pele e fechando totalmente o ouvido do animal. Quando está em um estágio avançado, apresenta pus, sangue e mau cheiro.  A reação natural do bicho é coçar a região com as patas constantemente.  

Controlo bacteriológico periodicamente.

Eliminar os animais afectados.

Instalações, desinfectar uma vez por mês

Pediculose ou infestação
Cabrito
condições higiênicas do criatório.
  • Diminuição dos índices de parição.
  • Diminuição do crescimento dos animais.
  • Diminuição da produção de leite.
  • Aumento do número de mortes no rebanho.

os caprinos se tornam fracos, magros, com pêlos arrepiados, apresentando diarréia, edema submandibular (papada) e anemia.

Os piolhos podem ser controlados mediante pulverização ou banho dos animais com produtos à base de piretróides
(inseticidas de baixa toxicidade aos animais). Também pode ser utilizada uma calda a base de Melão-de-São-Caetano. prevenir as doenças, é necessário aplicar as técnicas de manejo sanitário de pequenos ruminantes.


Pneumonia Enzoótica
Porco
baixa de imunidade nos suídeos, tornando-os suscetíveis a outras doenças secundárias.

Tosse seca crónica e apatia

diarreia fétida, inapetência, vômitos, manchas azuladas na pele, esterilidade e abortos, leitões natimortos ou com crescimento comprometido, prostração e morte em um curto período (1 a 2 semanas).

Evitar a umidade e o sol muito forte.

os piquentes e parques de criação devem ser localizados em terras férteis e de boa inclinação para que as águas da chuva encontrem fácil escoamento;
- deve-se fornecer aos porcos água boa, abundante e de procedência conhecida;
- manter sempre limpa todas as dependências da criação;
- não introduzir animais de fora, sem prévia quarentena, de 20 dias no mínimo, em local isolado;
- adotar instalações e equipamentos, que permitam uma fácil e radical desinfecção, quando preciso;


Peru



Mastite

Cão
inflamação da glândula mamária.
O contágio acontece por meio do solo, utensílios, dejetos, água e outros locais contaminados que podem atingir a extremidade da úbere. Por isso, todo cuidado e manejo adequado são essenciais.

1.      Como prevenir doenças: dicas para se ter uma saúde melhor. ...
2.      Cuide da higiene. ...
3.      Pratique exercícios físicos. ...
4.      Mantenha uma alimentação saudável. ...
5.      Durma bem. ...
6.      Faça os exames de rotina regularmente. ...
7.      Tome as vacinas corretamente. ...
8.      Mantenha o corpo hidratado.


Papagaio



carbúnculo
Boi
A papeira é causada por deficiência de iodo no pasto consumido pela vacas.
Febre;

Tremedeira;

Claudicação acentuada;

Apatia;

Perda de apetite;

Pulso rápido;

Respiração pesada;

Inchaço dos músculos.
#1 Programe ações de bem-estar animal;

#2 Adapte fisicamente sua fazenda;

#3 Mantenha a vacinação do rebanho em dia;

#4 Forneça ao seu rebanho uma alimentação de qualidade;

#5 Instrua e capacite sua equipe.









afeta os coelhos ainda filhotes, na maioria das vezes, e essa Além A infecção acaba retirando o brilho dos olhos, que aos poucos fica opaco, caracterizando o quadro de queratite.



            Colibacilose: A Escherichia coli é responsável pela colibacilose aviária, apresentando-se de várias formas como a doença crônica respiratória, onfalite, salpingite, septicemias, peritonites, síndrome da cabeça inchada, enterites e celulite. O aparecimento da colibacilose depende da interação entre muitas variáveis, como micro-organismo, manejo, alimentação, instalações e condição do animal. Pela gravidade e difusão de sintomas, a doença pode causar grande mortalidade. Em aves, amostras de E. coli que possuem determinados fatores de virulência são designadas E. colipatogênica para aves (APEC).
Salmonelose: São causadas por bactérias do gênero Salmonella, e podem originar três enfermidades distintas: a pulorose cujo agente é S. Pullorum e ocasiona doença sistêmica severa nas aves, com alta morbidade, alta letalidade e redução na produção de ovos; o tifo aviário, causado pela S. Gallinarum e que acarreta doença sistêmica em aves domésticas, com curso agudo ou crônico e mortalidade moderada ou alta e ocorre com maior frequência em aves adultas; o paratifo aviário, causado por determinados sorovares não adaptados às aves que, até por não possuírem preferência por um hospedeiro em especial, podem causar toxinfecções alimentares em humanos. No paratifo aviário os sorotipos mais comuns são S. Typhimurium e S. Enteritidis.
Micoplasmose: A micoplasmose causada pelo Mycoplasma gallisepticum é uma doença sistêmica e respiratória, caracterizada por tosse, espirros, secreção nasal, sinusite, traqueíte, pneumonia e aerossaculite. É conhecida como “doença crônica respiratória”. OM. synoviae causa uma doença infecciosa nas aves caracterizada por quadros de locomoção e respiratório. O primeiro, e considerado clássico, é a sinovite, que causa inflamação nas membranas sinoviais, tendinite exsudativa e, ocasionalmente, bursite.
Coriza infecciosa: É uma doença respiratória aguda, subaguda ou crônica, altamente contagiosa, que afeta, principalmente, o trato respiratório superior das aves em todas as idades. Causada pela bactéria Haemophilus paragallinarum, caracterizada por corrimento nasal, espirros e edema da face baixa dos olhos, conjuntivite catarral e barbelas inchadas, especialmente nos machos.
Cólera aviária: Também conhecida como pasteurelose, cujo agente etiológico é a Pasteurella multocida. Causa septicemia de início súbito com alta morbidade e mortalidade, mas também ocorrem infecções crônicas e assintomáticas. A cólera aviária praticamente desapareceu, acometendo mais as criações caipiras. Entretanto, essa doença tem sido observada em lotes de matrizes poedeiras comerciais e a bactéria infecta aves com mais de seis semanas. Seus sintomas são febre, sonolência, congestão ou cianose de cristas e barbelas e morte repentina.
Botulismo: É uma doença de natureza tóxica, decorrente da ingestão de toxina botulínica que acomete as aves de qualquer espécie, caracterizada por prostação, paralisia e morte. Ele é causado pela toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum.As aves que ingerem a toxina existente na matéria orgânica em decomposição apresentam um quadro de paralisia flácida e morte repentina.
Estafilococose e Estreptococose: As infecções causadas por Staphylococcus sp. e Streptococcus sp. ocorrem de forma secundária devido a outras infecções bacterianas ou virais.
Viroses
Doença de Gumboro: Conhecida também como doença infecciosa da bolsa de Fabrício. Acomete aves jovens de três a sete semanas de idade, é altamente contagiosa, com grandes taxas de mortalidade. O vírus causador desta doença pertence à famíliaBirnaviridae. As cepas do vírus que atuam sobre o sistema imunológico dos frangos variam em sua patogenicidade, encontrando-se desde cepas vacinais clássicas que não causam doença, até cepas muito virulentas do vírus que têm a capacidade de produzir porcentagens variáveis de mortalidade. A doença de Gumboro leva a falta de apetite, diarreia acentuada, depressão, desidratação e desuniformidade no plantel.
Doença de Newcastle: É causada por um grupo de vírus com patogenicidade variável, membros da família Paramyxoviridae. É uma doença altamente contagiosa e afeta aves em qualquer idade, caracterizada por sinais respiratórios, digestivos e nervosos, que podem resultar em alta mortalidade. Aves doentes na forma respiratória reduzem o consumo de alimentos e apresentam espirros, dificuldade em respirar, conjuntivite e, às vezes, inchaço da cabeça. Aves em produção de ovos reduzem bruscamente a produção. Na forma digestiva a doença pode provocar diarreia com presença de sangue e mortes repentinas. Na forma nervosa, que pode ou não estar associada à forma respiratória, observa-se a paralisia de pernas e asas, incoordenação, torcicolo e opstótomo.
Bronquite infecciosa: É uma doença de caráter agudo, infecto-contagiosa com manifestações respiratórias, renais, reprodutivas e entéricas de frangos, poedeiras e reprodutoras. O agente etiológico é um coronavírus do grupo 3 pertencente à família Coronaviridae.Afeta somente galinhas e a forma respiratória em aves jovens, apresenta mortalidade elevada e sinais respiratórios semelhantes à doença de Newcastle. Na galinha adulta em produção a forma preocupante é a genital, pois afeta postura tanto em qualidade como em quantidade dos ovos, que se apresentam com casca mole, sem casca, perda de cor da gema e a clara mostra-se liquefeita.
Laringotraqueíte: É uma doença respiratória altamente contagiosa causada por um herpes vírus da família Herpesviridae, de distribuição cosmopolita e acomete principalmente galinhas. O vírus é eliminado pelas secreções oronasais e sua transmissão ocorre por contato direto. Os sinais clínicos característicos são alterações respiratórias, tais como dispneia, estertores, expectoração de exudato sanguinolento, levando alta mortalidade. Lesões como traqueia hemorrágica, com exudato sanguinolento e fibrinoso, podendo ocorrer uma discreta laringotraqueíte com conjuntivite são observadas.
Influenza aviária: É uma doença contagiosa causada pelo vírus da influenza tipo A, membro da família Orthomyxoviridae. Atinge aves silvestres (aquáticas principalmente) e domésticas. A gripe aviária, como também é conhecida, vem despertando um grande interesse por parte de toda a comunidade científica mundial, devido ao seu alto índice de letalidade, tanto nas aves domésticas, quanto em seres humanos. Nas aves, geralmente a doença é devastadora, provocando lesões sérias nos sistemas respiratório, digestivo, nervoso e reprodutivo, sendo a notificação dos focos da doença compulsória.
Bouba aviária: Também conhecida por varíola das aves e afeta as aves e em qualquer idade. É causado por um poxvírus. Quando a bouba infecta a pele, aparecem os nódulos nas regiões desprovidas de penas (crista, barbelas, em volta do bico e dos olhos). Quando afeta a garganta (forma diftérica), há formação de placas que podem se alastrar causando dificuldades para respirar, perda de apetite, prostração e mortalidade elevada.
Doença de Marek: É uma neoplasia causada por um herpesvírus, pertencente à família Herpesviridae, que afeta aves jovens. Caracteriza-se pela presença de tumores que podem ser encontrados nas vísceras das aves, no sistema nervoso central e periférico, na pele e no globo ocular. Os sintomas de quase todas as formas levam a ave à prostração, paralisia e morte elevada.
Leucose linfoide: Assemelha-se à doença de Marek, apresentando tumores internos de tamanhos variados e cor esbranquiçada, afetando aves adultas e com baixa mortalidade. É uma doença não contagiosa, de característica genética causada por vírus pertencente ao gênero Alfaretrovirus e da família Retroviridae.
Encefalomielite aviária: Doença causada por um picornavírus que acomete primariamente aves jovens, nas primeiras quatro semanas de idade. É caracterizada por tremores paralisia do pescoço e cabeça, distrofia muscular e morte. Nas aves em produção há queda brusca de postura.
Enfermidades fúngicas
Aspergilose: É definida como uma doença respiratória, causada por qualquer membro do gênero Aspergillus. A infecção ocorre pela inalação dos esporos liberados pelos fungos. Acomete aves jovens em geral e é capaz de causar grande mortalidade. A contaminação pode ocorrer durante a eclosão dos ovos, nos ninhos, nas criadeiras ou até nas granjas.
Micotoxicoses: São doenças causadas por ingestão de alimentos contaminados por micotoxinas. A principal fonte de micotoxina para a ave é o milho e/ou a ração. São produzidas por fungos, portanto qualquer aparência de contaminação (porções azuladas ou mofadas), no milho ou ração, deve ser imediatamente descartada. As aves apresentam sintomas de palidez, pouco crescimento, diarreia, hemorragia, alteração nos ovos e morte.
Parasitoses
Coccidiose: É uma doença causada por parasitas que provocam lesões nos intestinos, podendo variar desde pequenas irritações até lesões mais graves, com hemorragias e necrose, além de alta mortalidade, causam perda de peso, despigmentação e diarreia com ou sem sangue.
Verminoses: São provocadas por diferentes formas de vida (parasitas) que usam os seus hospedeiros para retirar deles o seu sustento, afetando o desenvolvimento e a produção e levá-los até a morte.
SINTOMAS de new castle: sinais respiratórios, nervosos e digestivos; espirros e respiração ofegante; asas caídas, pernas distendidas, torção de cabeça e pescoço, andar em círculo e de costas, depressão, falta de apetite, paralisia completa; diarréia aquosa e esverdeada.

Apesar das medidas preventivas, pode acontecer que os animais fiquem doentes. Muitas das doenças podem ser combatidas por medicamentos receitados pelo veterinário. Caso conheça medicamentos locais para tratar galinhas também os pode experimentar nos patos.
Uma medida preventiva usada habitualmente na Índia é misturar alho na ração dos patos. Para tal a receita é de um dente de alho por pato, diariamente. A curcuma também tem as mesmas propriedades. Ambos estes condimentos podem afetar o gosto da carne e dos ovos. Não os utilize, por isso, em grandes quantidades.
Em seguida descreveremos as doenças mais comuns nos patos. Pretendemos, com isso, fornecer uma indicação dos principais sintomas, para que possa perceber do que não vai bem com os seus patos. Caso os problemas de saúde sejam graves ou se alguns problemas se tornem a manifestar regularmente, nesse caso deverá recorrer à ajuda de um veterinário.
Botulismo
Caso ocorra botulismo num bando de patos, muitos deles ficarão, rapidamente, paralisados e morrerão. Na primeira fase da doença o pescoço e as pernas paralisam rapidamente. Um sinal precoce que permite reconhecer a doença é que o pato contaminado pendurará a sua cabeça para baixo, para o chão por que não a poderá erguer. Quando a paralisia ataca todo o corpo, o animal morre passado poucas horas.
 Causas e tratamento
O botulismo é causado por comida que se encontra estragada. O botulismo é causado por bactérias que se encontram nos restos de plantas putrefatas, restos de cadáveres de animais e na água estagnada.
O risco de botulismo é maior quando o tempo permanece quente durante um período longo na medida em que as bactérias têm mais condições para se reproduzirem. A melhor maneira de evitar que os patos apanhem a doença é impedindo-os de entrar em contacto com cadáveres de animais em decomposição ou comida putrefata.
Após ter sido diagnosticada a doença nos patos ainda é possível administrar-lhe um medicamento emético (que provoca vômitos) e deste modo se libertem da comida estragada que estava no seu estômago.Deverá ser muito cuidadoso ao fazer isto, proteja-se a si próprio usando luvas.
ATENÇÃO: O botulismo também afeta os seres humanos e, assim, as pessoas em contacto com os patos arriscam-se a contrair a doença!
Infelizmente os patos ficam doentes e morrem tão rapidamente com o botulismo que, muitas das vezes, esta medida quando é tomada já é demasiado tarde.
É preciso eliminar o mais rapidamente possível os animais mortos e limpar muito bem os abrigos. A desinfecção dos abrigos poderá ser feita juntando um pouco de Dettol à água da limpeza. Também nesse caso tome precauções e utilize vestuário de proteção e luvas!
Cólera aviária (pasteurelose)
Todos os patos, qualquer que seja a sua idade, podem contrair a cólera aviária. Os patos contaminados começam por se tornar apáticos e com 60 Criação de patos nas regiões tropicais falta de energia. Perdem o apetite, mas bebem mais que os animais que se encontram em boa saúde, sacodem muito a cabeça e as suas fezes são líquidas e têm uma cor amarelada ou esverdeada. Os seus olhos estão úmidos e as suas narinas contêm um líquido viscoso.
Causas e tratamento
A cólera aviária é transmitida de pato para pato através do líquido que escorre das suas narinas e cai na comida. Os animais saudáveis são contaminados quando comem. É possível vacinar cada ano os patos contra a cólera. É uma maneira de prevenir a contaminação.
Caso mesmo assim contraiam a doença poder-se-á administrar medicamentos para a combater. Nesse caso é preciso avisar o veterinário. Esta doença propaga-se muito rapidamente e a taxa de mortalidade é elevada (5-35%). Nem sempre se conseguem obter medicamentos.
Nesse caso é necessário tomar outras medidas. Os animais doentes têm que ser abatidos e eliminados (queimando-os ou enterrando-os). É preciso limpar bem os abrigos e as áreas adjacentes e, eventualmente, desinfetá-las com Dettol que se adiciona à água de limpeza. Caso o abrigo não seja bem desinfetado corre-se o risco que a doença permaneça e contamine os patos saudáveis.
Também se poderá mitigar os sintomas da cólera aviária. Na Índia utiliza-se correntemente a receita seguinte (para 10 animais):
*  Misture 7 a 10 dentes de alho esmagados na comida. Utilize durante 2-3 vezes por dia até que a diarréia  pare.
* Triture 10 gr de gengibre fresco e esprema o sumo. Misture-o com 250 ml de água e 10 gr de açúcar castanho. Dar esta mistura a beber aos patos.
Estas proporções são suficientes para dar de beber a 10 animais.
* Corte 5 piri-piris vermelhos (capsicum annum) em pedacinhos pequenos e misture-os na comida.
Intoxicação com bagaço de amendoim (cirrose do fígado/ aflatoxicose / micotoxicose)
Os sintomas aparecem sobretudo nos patos jovens, que crescem muito lentamente e as penas não se formam bem. Também podem surgir edemas (inchaços causados por retenção de água). As patas e as solas das patas apresentam sinais de atrofia. O fígado destes patinhos torna se gordo e duro. Vê-se bem esta gordura esbranquiçado-amarelada quando se abre os animais mortos. Muitos patinhos morrem com esta doença, apesar dos sintomas poderem não se manifestar nos patos adultos.
Causas e tratamento
Esta doença é causada por aflatoxina, uma substância venenosa que se encontra por vezes no amendoim e seus derivados (p.e. bagaço de amendoim). Não existem medicamentos para tratar esta doença. A única maneira de a prevenir é evitar que os patinhos comam amendoim ou seus derivados. É, pois, necessária muita precaução no caso de se cultivar amendoim.
Hepatite viral
A hepatite viral é uma doença que só afeta os patinhos. Trata-se de uma doença altamente contagiosa que se propaga rapidamente. Os patinhos infectados ficam mal muito rapidamente e morrem. Os patinhos com hepatite viral andam desengonçadamente e o seu bico e a pele das pernas torna-se azul. Poucas horas após terem aparecido os primeiros sintomas os patinhos caem de lado e ficam com espasmos musculares. Nas fases finais da doença as pernas ficam esticadas para trás e a cabeça inclina-se para o dorso. A taxa de mortalidade pode atingir os 80-95%. Internamente, o fígado inc



ha e pode-se constatar uma pequena hemorragia interna. Pode acontecer que os rins também inchem.
A hepatite viral também pode ser reconhecida na morte rápida de patinhos com três semanas de idade.
Causas e tratamento
A doença é causada por um vírus. Uma boa higiene pode prevenir a doença mas também existe uma vacina como medida preventiva. Os patinhos podem ser vacinados, assim como a mãe pata. As mães que receberam a vacina transferem a sua imunidade através de anticorpos à gema do ovo. Estes anticorpos protegem os patinhos durante três semanas depois de terem saído do ovo. Depois que a imunidade parental termina eles não são mais susceptíveis a contrair a doença, na medida em que a mesma não afeta animais com mais de três semanas. Caso pretenda vacinar as mães patas e os patinhos, contate o seu veterinário.
Coccidiose
A coccidiose é uma doença desconhecida em algumas regiões, enquanto que em outras é a causadora da morte de 20-70% dos patinhos de 3-7 semanas. Para além da elevada taxa de mortalidade, os patinhos que sobrevivem têm um crescimento deficiente e como adultos têm um peso inferior ao patos que não estiveram doentes.
A quando do surgimento da doença não se registam praticamente sintomas (visíveis). Eventualmente podem-se observar os seguintes sinais:
* desidratação, perda de peso e dificuldade em ficarem de pé. A única maneira de se certificar da existência da doença é retalhar um  patinho morto e examinar o seu interior. No meio do intestino há uma camada de mucosidade com pontos sanguíneos. Com a ajuda de um microscópio é possível ver organismos em forma de banana dentro do
estômago.
Tratamento
Uma vez que os patinhos tenham sido contaminados com a doença há pouco que se possa fazer para os tratar e curar. Existem medicamentos Cuidados sanitários preventivos da coccidiose, que podem ser misturados na comida. Consulte o seu veterinário a este propósito.
1Fique de olho nos sintomas. O botulismo contamina o pato, causando o que alguns chamam de “Doença Limberneck”, levando à paralisia da ave, o que pode ser percebido quando ela tenta voar ou entrar na água. As patas dela ficarão paralisadas e apenas as asas aparentarão possuir movimento. As pálpebras e o pescoço do pato ficarão caídos e pode também haver diarreia.[1]
 2
Mova o pato. Ao perceber que o pato está doente, retire-o do local onde ele foi infectado. É importante fornecer um abrigo básico para a ave, já que deixá-lo no mesmo lugar significa que ela continuará contaminada pelas bactérias. É preciso retirá-la da “fonte” da doença para que se recupere.[2]
3
Forneça muita água fresca. Ao notar os sintomas pela primeira vez, é importante dar água fresca para o pato, ajudando-o a eliminar as bactérias pela urina.[4]
·         Se o pato não quiser beber, utilize uma seringa para que ele consuma água fresca.[5]

·         No entanto, nem todos os patos conseguirão se recuperar. Apenas os patos que não foram contaminados por uma quantidade letal das bactérias do botulismo sobreviverão.[3]

1.      4
Dê a ele uma vacina com antitoxinas. As duas principais antitoxinas são as Antitoxinas Botulínicas Trivalentes (A, B, E) e Heptavalentes (A, B, C, D, E, F, G). Ambos os tipos deverão ser adquiridos com um veterinário.[6] A heptavalente é mais recomendada para a maioria dos tipos de botulismo.[7]
·         Geralmente, os patos são afetados pelo botulismo do tipo C, que não causa problemas em humanos, gatos e cães na maioria dos casos.[8] Às vezes, eles sofrem com o botulismo do tipo C.[9]
·         Tal tratamento não é utilizado, na maioria dos casos. Ele não é muito prático, já que precisa ser administrado cedo, quando os sintomas não são tão aparentes.[10]
          

5
Trate as feridas. Às vezes, o botulismo pode ser causado por uma lesão que permitiu a entrada das bactérias no sangue. Ao verificar que o pato possui feridas, leve-o ao veterinário, já que elas podem ter que ser tratadas cirurgicamente.[11]


6
Espere dois dias. A maioria dos patos que conseguem se recuperar do botulismo o fará dentro de dois dias; se ele sobreviver, muito provavelmente o pato ficará bem.[12]

1
Entenda como o botulismo ocorre. Geralmente, os patos contraem a doença ao viverem, beberem e comerem em água parada, onde as bactérias se desenvolvem e são acidentalmente ingeridas pelas aves.[13]
·         Os patos também podem sofrer com botulismo ao comerem invertebrados pequenos e mortos, bem como as larvas que se alimentam das carcaças.[14]
·         Alimentos estragados e plantas mortas também podem fazer com que patos contraiam a doença.[15]
2
Controle a quantidade de moscas. Diminuir a quantidade de moscas reduz o número de larvas – que podem transmitir a bactéria da doença – no local. As moscas poderão surgir por várias razões, em especial se os patos forem criados perto de gado.[16]
·         Limpe e retire o esterco. O esterco atrai muitas moscas, logo, é necessário removê-lo ao menos duas vezes por semana. Também é importante secá-lo, já que a umidade atrai as moscas; para isso, espalhe o esterco deixando-o bem fino em um local ensolarado e junte-o assim que secar.[17]
·         Limpe tudo rapidamente. Tanto o esterco quanto pedaços de alimento que caírem podem atrair moscas. Limpe-os rapidamente para evitar os insetos.[18]
·         As valas de drenagem não devem ter ervas daninhas. Locais escuros como esse podem atrair moscas.[19]
·         Introduza espécies que se alimentem de moscas. Uma forma pequena da vespa, que é parasitoide de moscas, possui filhotes que se alimentam da crisálida de moscas e que não incomodam humanos.[20
3
Remova as carcaças. Ao notar que vários patos morreram de botulismo, é fundamental retirar as aves mortas de perto rapidamente. Outros patos podem contrair a doença delas, além de haver possibilidade de infectar ainda mais a água.[21]
·         A melhor solução é queimar as carcaças ou enterrá-las longe dos patos.[22]
·         4
·         Retire peixes mortos. Os peixes mortos podem também causar alguns dos mesmos problemas do que os patos mortos; ao notar peixes em decomposição no mesmo lago que as aves, é
·          melhor retirá-los, se possível.[23]
·         5
·         Cuidado com águas rasas. As águas rasas tendem a ficar paradas, e principalmente em dias quentes, pode aumentar a proliferação das bactérias botulínicas. Retire a água do local ou inunde-o para evitar que as águas rasas se tornem um local de crescimento de microrganismos.[24]
·          
doença de Newcastle é uma patologia altamente contagiosa que infecta aves, domésticas e selvagens. Os seus efeitos são mais notavelmente sentidos em aviários pelo seu grande potencial epidémico e por levar a grandes perdas económicas. A doença é endémica em vários países, e pode acometer Galinhasperus e patos (os mais resistentes). O vírus tem um período de incubação que vai de dois a sete dias, e a doença se manifesta em até sete dias.
O impacto econômico global da doença de Newcastle é enorme. É a principal doença do Plano Nacional de Sanidade Avícola (PNSA).

Consequências para a economia[editar | editar código-fonte]
·         Alta mortalidade e morbidade.
·         Poedeiras: queda da postura, deterioração da qualidade do ovo
·         Redução da fertilidade e eclodibilidade
·         Comprometimento dos índices zootécnicos
·         Restrição à exportação de produtos contaminados
·          

Sinais Clínicos[editar | editar código-fonte]

Conjuntivite
É um sinal bastante importante e sempre se apresentará.
Respiratório
Apresenta secreção, dificuldade de respirar (bico aberto).
Digestivos
Fezes esverdeadas do início ao fim da doença.
Nervosos
Paralisia, torcicolo, dificuldade de ficar em pé.
O pinto irá perder a noção de local, espaço (Ex.:olhar para o teto)

Prevenção e Controle[editar | editar código-fonte]

Vigilância ativa para influenza aviária e doença de Newcastle, realizada em aves migratórias, plantéis avícolas comerciais e de subsistência.
Através de medidas sanitárias pode-se evitar a introdução do vírus no plantel.
O controle é realizado pela imposição da restrição de pessoas, aves e seus produtos por Médico Veterinário Oficial na propriedade, que também estabelece por ato oficial, Zona de Proteção com raio mínimo de 3Km e Zona de Vigilância com raio mínimo de 10 Km do foco de incidência.
Em caso de confirmação de DNC, segundo Regulamento do Serviço de Defesa Sanitária Animal, aprovado pelo Decreto nº 24.548, de 3 de julho de 1934 e a Lei nº 569 de 21 de dezembro de 1948, deverá ser realizado o sacrifício de aves e a indenização dos proprietários, quando for o caso.

Também conhecida como pseudopeste aviáriapneumoencefalite aviária, a doença de Newcastle é uma enfermidade aguda, altamente contagiosa que acomete aves domésticas e selvagens. Possui rápida disseminação pelo plantel, apresenta sinais respiratórios e gástricos e alta mortalidade, porém a severidade varia com a susceptibilidade e com o patotipo viral. A doença é causada pelo Avulavírus da família Paramixovírus do sorotipo-1 (APMV-1). Sua presença é de notificação obrigatória e imediata ao MAPA.
Trata-se de uma zoonose, e possui ocorrência nos principais países produtores de aves. Pode acometer aves de qualquer idade e, apesar de ser descrita em mais de 200 espécies, é mais prevalente em galinhas e perus. Patos não apresentam os sinais clínicos da doença. Aves silvestres e aquáticas são hospedeiras intermediárias e fontes de disseminação.
O vírus é encontrado nas descargas respiratórias e intestinais de aves contaminadas. A disseminação pode ocorrer por água, alimentos, equipamentos e veículos contaminados, pessoas que tiveram contato com aves doentes e aves mortas. Pode ocorrer a produção de ovos contaminados, sujeitos a morte embrionária, que eclodem, fazendo a disseminação horizontal para outras aves do lote.
Possui três cepas, que variam de acordo com a patogenicidade, produzindo diferentes sinais clínicos. A variedade entre as amostras é classificada de acordo com o tempo de morte no teste com embriões.
  • Patotipo Lentogênico: baixa patogenicidade ou apatogênico, pode causar infecção respiratória muito branda, às vezes sem sintomatologia. Mais comum em aves adultas. Esta cepa é usada na produção de vacinas. À necropsia observa-se traqueíte discreta.
  • Patotipo Mesogênico: moderadamente patogênico, induz queda na produção de ovos, sinais respiratórios como espirro, tosse e dificuldade respiratória, raramente apresenta sinais nervosos, além de queda de produção de ovos e baixa severidade e mortalidade (5% e 50%). As lesões apresentadas na necropsia são: hiperemia e hemorragias no proventrículo e intestino, fluidos oculares, nasais e hemorragia de laringe e traqueia.
  • Patotipo Velogênico: Alta severidade, casos agudos e superagudos e morte súbita. Os sinais clínicos são intensos e variam entre: sinais respiratórios severos, depressão, torcicolo, edema de cabeça, incoordenação motora, tosse e espirros e considerável queda de postura de ovos. Aves que resistem à infecção superaguda manifestam, posteriormente, alterações neurológicas. Possui 100% de morbidade sendo mais grave em lotes de perus e galinhas jovens (acima de 90% de mortalidade). As lesões observadas são hemorragia em pulmões, pró-ventrículo, intestino delgado, ceco e cérebro. Ovoperitonite, ovário com folículos degenerados ou hemorrágicos.
A amostra velogênica pode ter duas formas de apresentação:
  • Velogênico viscerotrópico que causa diarreia aquosa esverdeada e lesões hemorrágicas.
  • Velogênico neurotrópico que causa lesões no sistema nervoso.
O diagnóstico presuntivo é feito pela relação clínico-patológico do histórico do lote, sinais clínicos e lesões macroscópicas. O diagnóstico definitivo é feito através de testes sorológicos em laboratórios oficiais por isolamento, PCR e ELISA. A determinação do patotipo se faz por tempo médio de mortalidade embrionária e índice de patogenicidade intracerebral em pintos.
O vírus pode sobreviver semanas nas instalações, porém é sensível à maioria dos desinfetantes, variações de pH e também à luz solar e ultravioleta. Não há tratamento efetivo para doença, deve ser feita a erradicação do lote e medidas preventivas (biosseguridade, manejo, limpeza e desinfecção do ambiente e vacinação das aves).
Coelho, H.E., Patologia das aves. São Paulo: Tecmedd, 2006.
Dário
O adequado manejo e destino final das fezes e urina oriundas de sistemas de produção de caprinos podem contribuir para minimizar o impacto ambiental da atividade, refletir em bem estar animal, boas condições sanitárias, índices zootécnicos viáveis e ainda aumentar a receita da atividade pela agregação de valor do esterco gerado.
A Pediculose ou infestação de piolhos é uma doença que afeta muito o bem estar e a produção de caprinos. É causada, principalmente, pelas más condições higiênicas do criatório.
Existem dois tipos de piolhos: mastigador (Malófago) e sugador (Anoplura). Os piolhos ocorrem durante todos os meses do ano, porém, com maior intensidade na época seca. Sua presença em um rebanho pode ser facilmente detectada pelo exame dos pelos dos animais, preferencialmente, na linha dorso lombar e na garupa. No entanto, podem se localizar em outras regiões do animal, causando coceira e irritação da pele, inquietação e emagrecimento, podendo levar os animais à morte.
Os piolhos podem ser controlados mediante pulverização ou banho dos animais com produtos à base de piretróides (inseticidas de baixa toxicidade aos animais). Também pode ser utilizada uma calda a base de Melão-de-São-Caetano. Essa calda deve ser bem forte, podendo ser As
outras seis doenças impactam negativamente a produtividade dos rebanhos, daí a importância do diagnóstico. Trata-se de Linfadenite Caseosa, Clamidofilose, Neosporose, Toxoplasmose, Língua Azul e Leptospirose. Para prevenir as doenças, é necessário aplicar as técnicas de manejo sanitário de pequenos ruminantes. A Embrapa oferece tais instruções em documento disponibilizado no link http://www.cnpc.embrapa.br/admin/pdf/03155000120122.doc77.pdf.
Artrite Encefalite Caprina (CAE)
Leucoencefalomielite em cabritos, artrite crônica, mamite e pneumonia em adultos.
Brucelose Ovina
Epididimite nos machos, abortamento nas fêmeas, ocorrência de natimortos, nascimento de cordeiros fracos e aumento da mortalidade perinatal
Maedi-Visna (MVV)
Alterações nos pulmões, sistema nervoso central, glândula mamária e articulações, principalmente nos adultos.
Clamidofilose
Abortamento e mortalidade neonatal
Leptospirose
Abortamento
Linfadenite Caseosa
Formação de abscessos em gânglios linfáticos superficiais, podendo também acometer órgãos e linfonodos internos.
Língua Azul
Ovinos: edema na face, febre, corrimento nasal com aparecimento de crostas, vesículas na boca e nos lábios, claudicação, degeneração hialina na musculatura esquelética, aumento dos linfonodos mediastínicos, anorexia, perda de peso e morte.
Caprinos: elevação da temperatura corporal e anemia leve ou aumento do volume sanguíneo das mucosas conjuntival e nasal.
Neosporose
Abortamento em rebanhos ovinos, problemas reprodutivos e distúrbios neurológicos.
Toxoplasmose
Abortamento, natimorto e morte de neonatos.
Os estados que participam das análises são os que possuem maior representatividade na caprinocultura e na ovinocultura tropical. Seis estão na região Nordeste (Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe e Bahia), um estado é da região Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul) e dois do Sudeste do Brasil (Minas Gerais e Rio de Janeiro). Para mapear os outros estados da federação, os pesquisadores preveem um novo projeto.
A atuação em cada estado consiste na coleta de amostras de sangue em várias propriedades para o diagnóstico das doenças de caprinos e ovinos e na aplicação de questionário aos produtores, contemplando os temas nutrição, reprodução, sanidade e manejo geral. Relacionando os diagnósticos clínicos e os questionários, a pesquisa identificará os fatores de risco e o impacto econômico das enfermidades.
A Embrapa tem como parceiros no projeto universidades, institutos federais de educação, ciência e tecnologia e institutos estaduais de extensão rural. Quatro trabalhos de mestrado e doutorado já foram produzidos a partir da pesquisa e as informações foram apresentadas em oito eventos científicos.
Verminose

A verminose é uma doença causada por helmintos ou vermes que vivem, principalmente, no abomaso (coalho) e intestinos dos animais, podendo atacar todo o rebanho. Quando acometidos pelos vermes, os caprinos se tornam fracos, magros, com pêlos arrepiados, apresentando diarréia, edema submandibular (papada) e anemia.
A verminose é a doença que mais mata caprinos, sobretudo, os animais mais jovens. Os seus principais prejuízos são:
  • Diminuição dos índices de parição.
  • Diminuição do crescimento dos animais.
  • Diminuição da produção de leite.
  • Aumento do número de mortes no rebanho.
Recomenda-se vermifugar periodicamente todos os caprinos da propriedade, a fim de evitar que animais não medicados venham a contaminar os pastos com os ovos dos vermes presentes nas suas fezes. Pesquisas realizadas sobre o controle da verminose no Estado do Piauí ressaltam a necessidade de se realizar cinco vermifugações por ano, sendo três no período seco e duas no período chuvoso. Na época seca há poucas condições de sobrevivência das larvas dos vermes nas pastagens. A vermifugação, nesse período, reduz a infecção no animal e evita que o mesmo fique com uma carga muito grande de vermes na época das chuvas.
Verificar na embalagem do produto, a quantidade de dias que o produtor deve esperar para utilizar o leite e a carne dos animais vermifugados (carência), se o produto é indicado para o rebanho caprino e qual a quantidade que deve ser aplicada em cada animal. É importante observar, no momento da compra do vermífugo, a validade ao produto.
A dose do vermífugo depende do peso de cada animal. Se o criador estimar o peso do animal de modo empírico (no olho), ele deve ter o cuidado de calcular a dose do produto para um peso superior ao estimado, já que uma dose abaixo das necessidades do animal, além de não controlar os vermes, causa também a resistência destes ao produto.
Os produtos utilizados no controle da verminose dos caprinos são anti-helmínticos com vários princípios ativos (Tabela 17). Recomenda-se mudar o princípio ativo a cada ano, a fim de evitar que os vermes adquiram resistência. O criador poderá optar por produtos que apresentem preços menores ou por produtos que sejam encontrados mais facilmente nos locais de venda.

Tabela 17. Principais anti-helmínticos utilizados no controle da verminose dos caprinos.

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A melhor maneira de aplicar vermífugos nos caprinos é por via oral, porque é mais prático e evita o uso de injeções, que podem ajudar a espalhar o "mal-do-caroço" ou outras doenças (Figura 19). Além disso, o vermífugo administrado por via injetável pode provocar intoxicação e matar o animal, se a dose aplicada for maior do que a recomendada.


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Figura 19. Forma de aplicação de vermífugo por via oral.
No sistema modelo conduzido na comunidade Boi Manso, a implementação do programa de vermifugação estratégica, com vermifugações nos meses de janeiro, abril, junho, agosto e outubro resultou em redução significativa da carga parasitária nos caprinos, estimada pelo número de ovos por grama de fezes (OPG), obtido antes e após o início das vermifugações (Figura 20).

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Figura 20. Representação do ciclo de vida dos principais vermes dos caprinos.
Dentre as medidas que auxiliam no controle da verminose, destacou-se:
  • Limpeza das instalações diariamente (Figura 21)
  • Desinfecção das instalações uma vez por mês, utilizando produtos como: formol comercial a 5%, cal virgem a 40%, Iodophor a 1% e hipoclorito de sódio a 2%.
  • Remoção e manutenção das fezes acumuladas em locais distantes.
  • Vermifugação do rebanho ao trocar de área.
  • Rotação de pastagens.
  • Controle da superlotação nas pastagens.
  • Incorporação ao rebanho de animais adquiridos em outros locais, somente após a sua vermifugação.
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Figura 21. Higiene das instalações.

Linfadenite caseosa ou mal-do-caroço

É uma doença contagiosa, causada por uma bactéria que se localiza nos linfonodos ou landras, produzindo abscessos ou caroços. Os caroços podem aparecer em vários locais e sua presença causa desvalorização da pele e também da carne.
É importante evitar que os abscessos se rompam naturalmente. Portanto, quando o caroço estiver mole, ou maduro, o criador deve fazer o seguinte:
  • Cortar os pêlos e desinfectar a pele, no local do caroço, com solução de iodo a 10%.
  • Abrir o abscesso para a retirada do pus.
  • Aplicar a tintura de iodo a 10% dentro do caroço.
  • Aplicar o mata-bicheiras para evitar varejeiras.
  • Queimar o pus retirado e limpar os instrumentos utilizados.
  • Isolar os animais doentes.
Além do corte do caroço, deve-se examinar os animais no momento da compra, tendo o cuidado para não adquirir aqueles que apresentem tal problema. Quando animais do rebanho apresentarem caroço por duas ou três vezes seguidas, devem ser descartados.
Ectima contagioso ou boqueira

É uma doença contagiosa causada por vírus, que ocorre com mais freqüência nos animais jovens podendo, entretanto, atingir também os adultos.
Inicialmente, aparecem pequenos pontos avermelhados nos lábios. Posteriormente, há formação de pústulas que se rompem, secam e se transformam em crostas, semelhantes a verrugas.
Além dos lábios, pode haver formação de pústulas na gengiva, narinas, úbere e em outras partes do corpo. Os lábios ficam engrossados, sensíveis e os cabritos têm dificuldade de se alimentar, vindo a emagrecer rapidamente.
Para evitar que os animais atingidos por essa doença venham a contaminar o rebanho, os seguintes cuidados devem ser tomados:
  • Isolamento dos animais doentes.
  • Retirada das crostas com cuidado.
  • Uso de glicerina iodada:
  • Iodo a 10% - 1 parte
  • Glicerina - 1 parte
  • Uso de pomadas cicatrizantes.

Pododermatite ou frieira


É uma doença contagiosa, causada por bactérias. Provoca uma inflamação na parte inferior do casco e entre as unhas. Ocorre com maior freqüência no período chuvoso, quando os animais são mantidos em áreas encharcadas.
O sinal mais evidente da doença é a manqueira. Os animais têm dificuldade para andar, permanecem quase sempre deitados, se alimentam mal e emagrecem, podendo vir a morrer.
Para o tratamento da frieira, são recomendados os seguintes procedimentos:
  • Separação dos animais doentes do restante do rebanho.
  • Realização da limpeza dos cascos afetados.
  • Tratamento das lesões com alguns desinfetantes.
  • Solução de tintura de iodo a 10%.
  • Solução de sulfato de cobre a 15%.
  • Solução de ácido pícrico (cascofen).
Nos casos graves, recomenda-se a aplicação de antibióticos. Entretanto, existem meios para prevenir a ocorrência de frieiras, tais como:
  • Manutenção das criações em lugares secos e limpos.
  • Aparação periódica dos cascos deformados.
  • Construção de pedilúvio na entrada dos chiqueiros, devendo abastecê-lo uma vez por semana, com desinfetantes específicos. O pedilúvio deve ser construído e localizado de modo a forçar os animais a pisarem nesses materiais quando de sua entrada nos chiqueiros. O volume da solução a ser utilizado com qualquer dos produtos deve ser suficiente para cobrir os cascos dos animais.
O pedilúvio consiste em um tanque feito de tijolos e argamassa de cimento, que deve ser construído na entrada do curral, aprisco ou chiqueiro. Tem a finalidade de fazer a desinfecção dos pés dos animais.
Dimensões do pedilúvio:
  • 2,0 m de comprimento.
  • 0,10 m de profundidade.
  • Largura: correspondente à largura da porteira.
  • Proteção lateral com cerca de arame liso ou ripas de madeira de 1,20 a 1,40 m de altura.
Os seguintes desinfetantes podem ser utilizados no pedilúvio:
  • Solução de formol comercial a 10%.
  • Sulfato de cobre a 10%.
  • Cal virgem diluída em água a 40% (alternativo de criação de caprinos).

Pediculose (piolhos)


As criações de caprinos que não possuem as condições higiênicas satisfatórias, geralmente apresentam-se infestadas por piolhos. Existem dois tipos de piolhos: mastigador (Malófago) e sugador (Anoplura).
Os piolhos ocorrem durante todos os meses do ano, porém, com maior intensidade na época seca. A presença dos piolhos em um rebanho pode ser facilmente detectada pelo exame dos pêlos dos animais, preferencialmente, na linha dorso lombar e na garupa. No entanto, os piolhos podem se localizar em outras regiões do animal, causando coceira e irritação da pele, inquietação e emagrecimento, podendo levar os animais à morte.
Os piolhos podem ser controlados mediante pulverização ou banho dos animais com produtos a base de piretróides (produtos de baixa toxicidade). Também pode ser utilizada uma calda a base de Melão-de-São-Caetano. Essa calda deve ser bem forte, podendo ser obtida a partir de um quilo de folhas verdes de Melão-de-São-Caetano para cada 10 litros de água. As folhas devem ser maceradas ou trituradas e misturadas à água. Após esse processo, a mistura deve ser filtrada (coada) com pano e utilizada para banhar os animais.
Quando da aplicação de produto químico para controle dos piolhos, os seguintes cuidados devem ser tomados:
  • Aplicar o produto de preferência pela manhã.
  • Misturar o produto com água, de acordo com a recomendação do fabricante.
  • Repetir o tratamento após dez dias.
Para evitar a ocorrência de piolhos nos caprinos, devem ser realizadas inspeções periódicas do rebanho, para detectar a possível ocorrência do parasita. Além disso, deve-se evitar a entrada de animais com piolhos na propriedade.

Miíases ou bicheiras


As miíases ou bicheiras são causadas por larvas de moscas conhecidas como varejeiras. As bicheiras podem causar problemas sérios, como a destruição do úbere e dos testículos, além de causar otites e outras complicações, desvalorizando a pele do animal. A mais importante causadora de miíases é a mosca Cochliomyia hominivorax, de coloração verde-metálica (mosca varejeira). Os animais com bicheiras ficam sem apetite, inquietos e magros. Se não forem tratados podem morrer.
As bicheiras devem ser tratadas com substância larvicida, limpeza da ferida, retirada das larvas e aplicação de repelentes e cicatrizantes no local afetado, diariamente, até a cicatrização. Entretanto, estas podem também ser evitadas pelo tratamento do umbigo dos animais recém-nascidos com tintura de iodo a 10% e mediante o controle das moscas, através da limpeza nas instalações. Devem-se tratar todas as feridas que forem vistas nos animais, principalmente na época chuvosa.
A tintura de iodo a 10% pode ser obtida através dos seguintes ingredientes:
  • Iodo em pó 10 g
  • Iodeto de Potássio 6 g
  • Álcool 95 ml
  • Água destilada 5 ml
Caso o criador não disponha dos ingredientes necessários à confecção da tintura, pode adquirir o produto já pronto nas farmácias.

Sarna


A sarna é uma parasitose causada por ácaros, que são parasitas muito pequenos, medindo menos de 1 mm.
Os caprinos, geralmente, são acometidos pela sarna auricular, conhecida como caspa do ouvido, e sarna demodécica, conhecida como bexiga, que danifica o couro do animal.
a) Caspa do ouvido
  • Realizar a limpeza do ouvido, retirando as crostas com algodão embebido em uma solução de iodo a 10%.
  • Usar sarnicida no local.
  • Usar repelentes para evitar bicheiras.
b) Bexiga
  • Não comprar animais com bexiga.
  • Controlar a superlotação nos apriscos.
  • Tratar os animais doentes com ivermectin, aplicado por via subcutânea, a uma dose de 0,2 mg por quilograma de peso vivo, em uma única dose.
Os animais doentes devem ser separados e tratados com sarnicida de uso tópico ou geral. Aqueles animais que, porventura, não melhorarem com a aplicação do remédio devem ser descartados do rebanho.
obtida a partir de um quilo de folhas verdes de Melão-de-São-Caetano (planta daninha) para cada 10 litros de água. As folhas devem ser maceradas ou trituradas e misturadas à água.  Após esse processo, a mistura deve ser filtrada (coada) com pano e utilizada para banhar os animais. Quando da aplicação de produto químico para controle dos piolhos, os seguintes cuidados devem ser tomados, como, aplicar o produto de preferência pela manhã e misturar o produto com água, de acordo com a recomendação do fabricante. Repetir o tratamento após dez dias.
Para evitar a ocorrência de piolhos nos caprinos, devem ser realizadas inspeções periódicas do rebanho, para detectar a possível ocorrência do parasita. Além disso, deve-se evitar a entrada de animais com piolhos na propriedade.
Nenhum caprino ou ovino recebido no HV com sinais de tétano recuperou-se.
Raiva
Dos 6 surtos de raiva diagnosticados em caprinos e ovinos, 5 ocorreram no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2004 e 4 foram descritos por Lima et al. (2005a). Dois casos que não foram incluídos nesse trabalho são descritos a seguir. O primeiro ocorreu em um ovino adulto, macho, da raça Santa Inês, em março de 2004, no município de São José de Espinharas, na Paraíba, e o segundo em novembro de 2005, em um caprino mestiço de Boer, macho, com 2 anos de idade, proveniente do município de São Mamede, Paraíba. A doença teve um curso clínico de 5 dias nos dois casos, e os sinais encontrados variaram. Foi observada depressão, reflexo palpebral diminuído, agressividade, vocalização, salivação, incoordenação e paralisia flácida dos membros pélvicos, paralisia espástica dos membros torácicos, movimentos de pedalagem e relaxamento do esfíncter anal.
Macroscopicamente não havia lesões significativas, mas no exame histológico observou-se, no primeiro caso, meningite não supurativa, difusa, discreta, com mielite linfocitária, principalmente na região da medula torácica e presença de corpúsculos de Negri nos neurônios da substância cinzenta medular. No segundo caso havia discretos manguitos linfocitários na zona medular do cerebelo e corpúsculos de Negri nas células de Purkinje. No tronco encefálico havia corpúsculos de Negri nos neurônios do núcleo dorsal do nervo vago. O exame de IFD foi negativo no primeiro caso e positivo no segundo.
Intoxicação por Ipomoea asarifolia (salsa)
Cinco surtos de intoxicação por I. asarifolia foram diagnosticados, sendo 1 em caprinos e 4 em ovinos. Os dados referentes a esses surtos encontram-se no Quadro 4.
Em todos os surtos, os animais acometidos tinham menos de 4 meses de idade, com exceção de um reprodutor no Surto 3, que apresentou sinais nervosos, mas se recuperou. Todos os animais foram trazidos ao LPA/HV com história de sinais nervosos após ingestão da planta, principalmente no período de estiagem, quando há pouca disponibilidade de forragem e a salsa ainda está verde. Em apenas 2 surtos não havia história de ocorrência anterior da doença (Surtos 1 e 4). No Surto 5 foram acometidos 26 animais de um rebanho de 600 ovinos. Havia relato da doença em anos anteriores, sempre em animais com menos de 2 meses e os episódios duravam aproximadamente 1 mês, sempre na época de estiagem. Na maioria dos surtos registrados no LPA os sinais clínicos duravam de 7-10 dias, até que os animais morriam ou eram eutanasiados por não apresentarem melhora no quadro clínico.
Os sinais clínicos em todos os animais caracterizavam-se por tremores musculares que podiam ser generalizados ou somente da cabeça e se agravavam quando os animais eram movimentados, hiperexcitabilidade, midríase, opistótono, estrabismo, dismetria, severa incoordenação e quedas. Em aproximadamente uma semana do início dos sinais alguns animais ficavam em decúbito lateral, urinando e defecando com freqüência. Quando colocados em estação não conseguiam permanecer em pé e andar, voltando para o decúbito e apresentando tremores musculares.
Não havia lesões macroscópicas significantes. Os animais dos Surtos 2 e 3 não apresentavam lesões histológicas do sistema nervoso central. No ovino do Surto 1 havia vacúolos na camada granular do cerebelo (Fig.3) com raros esferóides axonais e moderado número de células de Purkinje contendo vacúolos intracitoplasmáticos. No ovino do Surto 4 havia uma quantidade discreta de esferóides axonais na camada granular do cerebelo. No ovino que foi necropsiado no Surto 5 havia vacuolização das células de Purkinje e também numerosos esferóides na camada granular do cerebelo (Fig 4).

Traumatismo
Foram diagnosticados 4 casos de alteração do SNC devido a lesão provocada por trauma, sendo 3 devidos a trauma medular e 1 de trauma cerebral.
Em dois caprinos machos, um de 2 meses de idade e outro de 11 meses, foram observados sinais clínicos de flacidez dos membros torácicos e espasticidade dos membros pélvicos, reflexo de flexão dos membros torácicos ausente e dos pélvicos aumentados, incoordenação, reflexo do panículo na região da cernelha ausente, priapismo, tenesmo e ranger de dentes. Na necropsia observou-se fratura da sexta vértebra cervical no primeiro animal e da sétima vértebra cervical no segundo. Um terceiro caprino, fêmea, de 20 dias de idade foi trazida ao HV por apresentar paralisia dos membros pélvicos, sendo realizado o diagnóstico de trauma medular, mas não havia descrição do local da lesão.
Polioencefalomalacia (PEM)
Foram diagnosticados, de janeiro de 2000 a maio de 2006, três surtos de PEM em pequenos ruminantes, sendo 2 em ovinos e 1 em caprinos. O surto em caprinos e um dos surtos em ovinos foi descrito por Lima et al. (2005b). O segundo surto de PEM ocorreu em maio de 2005, em um rebanho de 300 ovinos da raça Santa Inês, dos quais adoeceram e morreram 9 animais. Um dos ovinos afetados foi encaminhado ao HV e apresentava cegueira, opistótono, andar cambaleante e ataxia. No mesmo período 6 outros animais apresentavam os mesmos sinais e foram tratados com vitamina B1, mas acabaram morrendo. Quinze dias antes outros 2 ovinos haviam morrido com os mesmos sinais clínicos. O rebanho recebia como alimentação uma ração formulada com 30% de milho, 30% de sorgo, 20% de torta de babaçu e feno de capim Tifton (Cynodon dactylon). A torta de babaçu tinha sido incorporada à ração 5 dias antes do início do surto e segundo o proprietário as mortes pararam logo depois que ela foi retirada da dieta. No exame macroscópico observaram-se, no encéfalo, áreas amareladas no córtex frontal, com cavitações entre a substância branca e a cinzenta. Na histologia observaram-se grandes áreas de necrose cortical, caracterizadas por palidez difusa da substância cinzenta, eosinofilia de neurônios, hiperplasia endotelial, e algumas áreas de cavitação, com células gitter ao redor. Em outras áreas a necrose era laminar, com aumento do espaço perivascular e perineuronal. Havia discreta meningite eosinofílica. No cerebelo, na região do nódulo, havia necrose tanto da substância branca quanto da cinzenta, com comprometimento da camada granular, das células de Purkinje e da camada molecular.
Meningite
Em um caprino com 3 semanas de idade, do município de São Mamede, Paraíba, foi observado um caso de meningite supurativa em conseqüência de infecção neonatal. O animal apresentava, também, onfaloflebite, bexiga urinária com conteúdo purulento,
Meduloblastoma
Um ovino macho com 11 meses de idade foi trazido ao HV por apresentar sinais progressivos de andar em círculos, incoordenação motora e cabeça baixa e inclinada para a esquerda. Os achados macroscópicos consistiram de uma assimetria do hemisfério direito do cérebro, com presença de uma massa de aspecto firme e coloração branco-amarelada, medindo aproximadamente 5cm de comprimento, localizada na parte anterior do cerebelo e acima do tronco encefálico, que se estendia até o cérebro. Microscopicamente, a massa apresentava numerosas células com núcleos arredondados, cromatina proeminente e citoplasma pouco definido e arranjadas em mantos ou feixes amplos formando pseudorosetas, características dos meduloblastomas.
pericardite fibrinosa e edema pulmonar. Outro caso de meningoencefalomielite supurativa, em conseqüência de descorna, foi observado num caprino adulto do município de Patos.
Meningite Bacteriana
Esta infecção ocorre ocasionalmente em borregos especialmente entre as 2ª e a 4ª semana de vida. Os sintomas incluem fome, depressão, cabeça baixa e rígida e incapacidade de seguir a sua mãe. É muito raro conseguir sucesso no tratamento desta patologia e os borregos que não beberam colostro são os mais susceptíveis.


Border Disease
Border disease é causada por um vírus e afecta borregos recém nascidos. Tremem incontrolavelmente e são muito lanudos. Geralmente não sobrevivem e são frequentemente rejeitados pela ovelha.
Geralmente a causa é a entrada de animais portadores no rebanho, pelo que se o rebanho for fechado esta doença não ocorre. Não há tratamento.



Enterotoxemia Tipo C
Existem alguns casos de enterotoxémia causada por uma infecção bacteriana. Estas bactérias vivem no solo ou no intestino de animais saudáveis. A enterotoxémia tipo C infecta animais muito jovens causando hemorragias no intestino delgado, a infecção geralmente ocorre a seguir a alterações alimentares. O tratamento não é muito eficaz e a vacinação é a melhor maneira de prevenir esta doença.


Enterotoxemia Tipo D

O tipo C é uma das doenças mais comuns em ovelhas. Ocorre em borregos que comeram muito e demasiado rápido causando uma proliferação muito rápida das bactérias no seu intestino causando uma infecção muito perigosa. A melhor maneira de prevenir esta doença é vacinando os animais. Também é importante monitorizar a quantidade que os borregos ingerem, especialmente no primeiro mês de vida para prevenir a sobrealimentação.


Deficiencia em cobre
As ovelhas adulta são susceptiveis a toxicidade ao cobre, por outro lado devido ao seu baixo teor no leite os borregos são susceptíveis a sofrerem de falta de cobre.
Se tiverem essa carência exibiram sinais como dificuldade em andar ou de se manterem em estação. É facilmente corrigido administrando um suplemento rico em cobre ou sulfato de cobre aos borregos.


Diarreia
Quando se está perante um caso de diarreia é fundamental perceber o que é que a está a causar uma vez que não é uma doença por si só mas um sinal de doença. Entre as possíveis causas estão infecções, alterações alimentares e stress. Fazer análises às fezes pode ser fundamental para descobrir o agente causal da diarreia. É fundamental incluir o seu veterinário na resolução deste problema. Para minimizar as perdas é importante prevenir a desidratação administrados fluidos e electrólitos.

Diarreia por E.coli
Diarreia causada por e.coli é muito comum em borregos muito jovens que vivem em ambientes com poucas condições de higiene. Como tratamento é recomendado fluidoterapia e antibiótico mas é altamente recomendado investir na prevenção.


Bócio
O bócio é causado pelo aumento de tamanho da glandula tiroide que está localizada na região do pescoço. Quando os borregos nascem com esta patologia geralmente não têm lã e são fracos correndo o risco de morrer de fome. Se o bócio não for muito avançado é possível que o borrego sobreviva. É causado por uma deficiência em iodo na alimentação da ovelha e por isso como prevenção é recomendado que seja adicionado à dieta das ovelhas gestantes sal iodado.

Ectima contagioso
É uma infecção viral altamente contagiosa que provoca pustulas dolorosas à volta da boca do Borrego, é autolimitante e tende a passar em poucas semanas. Existem vacinas que ajudam a prevenir a infecção.


Peeira
É uma infecção bacteriana que ocorre em borregos na primavera quando estão na pastagem com erva alta e sempre molhada. Os animais afectados sofrem de claudicação grave e é possível trata-los com spray com antibiótico. Se for uma doença que esteja disseminada pelo rebanho é possível tratar com pedilúvios.

Hipotermia
Hipotermia é uma causa de morte comum em borregos muito jovens. Como não são capazes de regular a sua temperatura corporal no primeiro dia e meio de vida arrefecem facilmente e podem morrer se a sua temperatura corporal baixar dos 36,6ºC, por isso é fundamental mante-los quentes. Para evitar perdas económicas relacionadas com mortalidade de borregos é aconselhado que sejam mantidos em áreas abrigadas e quente.

Acidose
Os animais jovens são susceptíveis a acidose, causada por uma diminuição do pH sanguíneo devido a sobrealimentação de alimentos ricos em hidratos de carbono facilmente fermentescíveis. Se não for corrigida pode ser letal. Os borregos afectados podem estar letárgicos, ter diarreia e possivelmente febre. Para tratar a acidose pode usar alcalinizantes como bicarbonato de sódio.

Parasitas internos
Os parasitas mais comuns em animais jovens são as coccidias e o cryptosporidium. O cryptosporidium causa depressão e diarreia, que pode levar a morte por desidratação e hipotermia. A fluidoterapia e manter a temperatura corporal adequada é fundamental para o sucesso da terapêutica.
As coccidioses tendem a surgir durante o stress do desmame, causa alterações no intestino delgado que por sua vez leva a diarreia por má absorção. Há tratamento mas é melhor prevenir o aparecimento com boas medidas de higiene.

Onfalite e artrites
As onfalites são inflamações e infecções do umbigo, estas infecções funcionam como porta de entrada de agente infecciosos para a corrente sanguínea que por sua vez podem dar origem a artrites. Borregos com onfalites têm a região do umbigo tumefacta quente e dolorosa, e quando adicionalmente sofrem de artrites claudicam e as articulações também se encontram tumefactas, quentes e dolorosas. Estas patologias podem ser tratadas com penicilina ou outro antibiótico da mesma família mas também podem ser prevenidas com uma boa desinfeção do umbigo após o parto.

Tinha
Tinha é causada por uma infecção fúngica da pele. A infecção pode passar de uns borregos para os outros através da tosquia. As lesões encontram-se maioritariamente na cabeça, pescoço e costas. Pode ser tratado com fungicidas e é zoonotico.

Pneumonia
Os borregos são muito susceptíveis a contrair pneumonias, especialmente quando há má ventilação nas instalações onde se encontram ou alterações climatéricas súbitas. É na grande maioria das vezes fatal e mesmo após o tratamento os animais mantém sequelas pulmonares podendo mais tarde ter uma recaída. Os sinais clínicos envolvem dispneia, corrimento nasal e febre. A melhor forma de prevenir esta patologia é criar boas condições de ventilação e ambientes limpos.

Scrapie
Scrapie é uma doença que afecta o sistema nervosa central. Não tem tratamento e é sempre fatal. É causada por um prião. Os sinais clínicos incluem aparente prurido intenso, alterações na marcha e convulsões.
Os mecanismos de transmissão não estão absolutamente compreendidos e estudos recentes apontam para a possibilidade de haver transmissão pela urina podendo o prião resistir no ambiente durante décadas. Também parece existir a possibilidade de transmissão no parto e através do contacto com a placenta. Os primeiros sinais surgem entre os três e os cinco anos de idade. Não é zoonotica.

Doença do músculo branco
É causada por deficiências em vitamina E e/ou selénio e causa alterações degenerativas no musculo esquelético e cardíaco. Os membros posteriores tornam-se rígidos, costas arqueadas, e abdómen retraído. Pode ser tratado com administração parenteral de vitamina E ou selénio. Como forma de prevenção é necessário fornecer à ovelha e ao borrego quantidades adequadas destes nutrientes.

Spider Syndrome ou condrodisplasia hereditária ovina
É uma doença homozigótica recessiva que causa alterações no desenvolvimento da cartilagem e osso de ovinos. É mais comum em Suffolk e Hampshire. Os animais afectados nascem com deformações nos membros e são incapazes de se menter em pé. Ao comprar animais para o seu rebanho deve ter comprar animais que sejam livres do gene que causa a doença.
aprinos e ovinos, normalmente, são muito resistentes a doenças e, contando com um bom manejo, dificilmente adoecem. No entanto, eles podem, sim, ser acometidos por algumas delas, entre as quais, encontram-se a linfadenite caseosa (mal-do-caroço), o ectima contagioso (boqueira), a pododermatite (frieira), além das doenças causadas por ectoparasitas, como piolhos, miíases (bicheiras) e sarnas e, principalmente, aquelas causadas por endoparasitas (verminose).
Sendo assim, a fim de proteger seus animais contra tais doenças, os pecuaristas podem lançar mão de algumas medidas preventivas para amenizar ou mesmo evitar que algumas doenças acometam seu rebanho. São elas:
- fornecer aos caprinos uma alimentação racional, alimentos de boa qualidade e frescos para evitar distúrbios alimentares;
- queimar ou desinfetar o esterco e toda "sujeira" ou material que esteve em contato com animais doentes ou suspeitos;
- tirar da criação todos os animais fracos, raquíticos, mal desenvolvidos ou "de pouca saúde", porque estão mais sujeitos a contrair doenças, podendo passar aos outros;
- queimar ou enterrar em cova funda e cobrir com cal virgem todos os animais mortos e detritos contaminados;
- evitar o aparecimento de todos os animais, que possam transmitir alguma doença aos caprinos, como ratos, pássaros, cães, gatos, morcegos, entre outros;
- a pessoa que estiver lidando com os animais doentes não deve, depois, ter contato com os animais sadios para evitar que estes também se contaminem;
- manter sempre bem secas as instalações, não molhando as ripas do piso, evitando a umidade, pois é ela a causadora do aparecimento de muitas doenças;
- lavar e desinfetar todos os comedouros e bebedouros e depois secá-los bem;
- manter em quarentena todos os animais vindos de fora, mesmo os que saíram para exposições ou por qualquer outro motivo e que estejam de regresso.
Vale ressaltar que estas são algumas das medidas que o criador pode tomar para evitar o aparecimento de doenças em seu rebanho. Tratam-se de atitudes racionais que, quando tomadas em conjunto, podem gerar grandes resultados na prevenção de doenças para impedir ou dificultar a penetração e o desenvolvimento destas na criação.
Para melhor auxiliar o pecuarista com sua criação de caprinos, o CPT - Centro de Produções Técnicas elaborou uma vasta área de cursos a respeito de caprinos e ovinos. Os cursos auxiliam na criação, manejo, reprodução, alimentação, abate e comercialização. Leia também um outro artigo a respeito Manejo correto das cabras para produção de leite.


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