terça-feira, 21 de maio de 2019

Africa entre os seculos xv e xix - História


Africa entre os seculos xv e xix

Como havíamos observado no capítulo anterior, particularmente quando abordamos o tema historiografia africana,foi palco do desenvolvimento das grandes civilizações.
            Estas civilizações evoluíram, ate um certo período, nas fronteiras do seu continente, de forma autónoma e sem grandes influências exteriores.
             Mas a partir do seculo vii, ou mesmo antes, o continente africano estabeleceu contactos com outros povos do mundo. E no seculo xv, a africa subsariana iniciou contactos com os europeus. Os desenvolvimentos posteriores resultaram na partilha e ocupação efectivado continente.
             Esta matéria constitui o objecto de estudo deste capítulo.
             A partilha de africa teve uma consequência directa na expansão imperialista, que teve oi seu início nos finais do seculo xix. Aa a partir deste período, as potências colonizadoras não se interessaram apenas em fazer comércio (ouro, marfim e escravos) com os reinos e impérios africanos: passaram a ter interesse em domina-los politicamente para melhor explorar os seus recursos. O processo de partilha de africa culminou com a demarcação das fronteiras africanas, que perdura ate aos nos dias.

                                               Carteiristas de africa entre os seculos XV e XIX
Na periodização da historia de africa, o período pré-colonial pode ser tido como um exemplo de como o critério de periodização varia de acordo com diferentes perspectivas e/ou correntes.
                  E assim para muitos eurocentristas e afrocentristas, o período pré-colonial prolonga-se ate ao seculo XV, com a chegada dos europeus. Por sua vez, na perspectiva africanistas, na base da qual se desenvolve o presente capitulo, o período pré-colonial estende-se ate aos fins do seculo XIX, com o início da partilha e ocupação efectiva de africa.
                  No seculo XV, com a chegada dos europeus ao continente africano, as sociedades locais possuíam uma dinâmica politica, económica e sociocultural distinta, que resultava das suas vivências e contactos com os outros povos (ex: árabes e persas). Estas sociedades não si podem considerar avançadas ou atrasadas, tal como defendem os eurocentristas e afrocentristas, respectivamente.
                   Com efeito da presença europeia em africa entre os seculos XV e XIX alterou a dinâmica das sociedades locais, sobretudo as que se localizavam ao longo da costa, tal como aconteceria em qualquer outra situação semelhante.
                   A sociedade africana entre os seculos XV e XIX e o resultado da influência de três elementos fundamentais: as tradições locais baseados na existência dominada e dominantes, onde estas exercem o poder politico-ideológico, que era legitimado sobretudo pelo controlo dos ritos magico-religioso; a influência dos povos árabes e da religião islâmica, e, por fim, a influência cultural-europeia, que trouxe com ela o cristianismos.
O islamismo, estava profundamente enraizado na africa do norte tendo-se expandido pela região ocidental (reino songhay) e a costa oriental (gerando o povo swahili). A influência da europa assimilou-se por parte de alguns africanos, da educação ocidental, assim como a aquisição de alguns traços culturais ocidentais, devido a compra de artigos europeus (ex: roupa, produtos manufacturados, armas de fogo, etc).
O cristianismo teve maior implantação em africa, neste período, apenas nas regiões costeiras, onde as comunidades se afastavam dos seus dirigentes, devido ao tráfico de escravos; ou em regiões com muita população europeia e sem influência islâmica (ex; cidade do cabo). Existiram neste período vários estados em forma de reinos ou impérios: (es:Mwenemutapa, Congo, Mali, Songhay e Gana).
E au ladodestas existiam as chamadas” sociedades sem estado”( clãs, tribos, grupos étnicos, etc), que constituem povos unidos pela tradição e língua comum e com vários chefes que dirigiam determinados espaços territoriais, como Shonas, Iorubas e Swahilis. Estas sociedades encontravam se particularmente só domínio de reinos ou impérios.
           O contacto com os europeus fizeram com que os reinos e impérios alterassem as suas estruturas politica para se adequarem as exigências do comércio transatlântico (comercio triangular) e, sobretudo, devido ao tráfico de escravos.
Antes da chegada dos europeus no continente esteve envolvido com o comércio transariano, cujos principais centros de produção e trocas comerciais localizavam-se no interior. Mas com a presença dos europeus a partir do seculo XV, os centros de produção mantem-se no interior de africa, mas os comerciais deslocam-se para o litoral, um processo já iniciado no seculo VII com a penetração mercantil árabe-persa na costa oriental.
           Os produtos mais procurados pelos europeus eram ouro, marfim escravos.
            O comércio de escravos teve duas grandes consequências para o continente e para a humanidade. No entanto a escravatura e o só traficam não foram trazidos pelos europeus: os africanos já a praticavam mas não de forma desumana e em grande escala, tal como ocorreu entre os seculos XV-XIX. A escravatura anterior a presença europeia e conhecida como escravatura domestica.







A invasão do continente africano 
             A invasão da africa pelas potências imperialistas europeias teve lugar por volta de finais do seculo XIX. Alguns autores propuseram 1870 como ano de início, porque nessa altura os principais países capitalistas viram-se mergulhados na primeira grande crise financeira a escala mundial, encarregando-se a expansão imperialista como solução da crise.Mas mesmo antes de 1870 já haviam ocupações de alguns territórios africanos por franceses na Senegâmbia, Belgas no Congo e Portugueses na africa central. Mas o ano 1880 foi consensual para marcar o início da invasão africana.
           As principais razoem que levaram a europa a ocupar a africa segundo Uzoigwe:
*teorias económicas;
*teorias psicológicas;
*teorias diplomatas;
*teorias da dimensão africana.
          Teorias económicas e no ponto de vista em diz que a invasão de africa pelas profundas transformações que ocorreram no sistema capitalista que ocorreram devido a crise 1870 e que ditaram transição do capitalismos de livre-concorrência (laisser-faire) ao capitalismo monopolista ou financeiro.
         O novo imperialismo tem necessidades radicalmente novas, a saber: novos mercados para explorar o seu capital financeiro (através de investimentos, créditos ou donativos).
Os principais defensores desta teoria são: Rosa Luxemburgo, George Ledebour, John AtkinsonHobson e Vladimir Lenine. Estas são as razoes do porque  as razoes económicas a explicar os motivos das potencias coloniais dominarem politicamente africa apos seculos de relações comerciais:
·         A superprodução;
·         Os excedentes de captais e subconsumo dos países industrializados levaram-nos a colocar uma parte crescente dos seus recursos económicos fora das sua esfera política actual e a aplicar activamente uma estratégia de expansão política com vista a apossarem-se de novos territórios.
E preciso salientar que mas da metade dos investimentos europeus neste período da partilha (1880-1914) si destinavam a africa do sul, como forma de controlar a riqueza mineira (diamantes e ouro).





Teorias psicológicas
De uma forma geral esta teoria procura a supremacia da <<raça branca>> como causa da partilha e posterior colonização de africa. Que dividem se em: darwinismo social, cristianismo evangélico e atavismo social.
Darwinismo social
       Em 1859, Darwin afirmava << as espécies que melhor se adaptam as transformações ambientais sobrevivem, e as que menos si adaptam desaparecem pelo processo de selecção natural.
Como já estudamos nas classes anteriores charles Darwin foi uma figura notável na biologia na evolução das espécies, particularmente das plantas. Porem, alguns estudiosos, entre eles George Hegel, usaram a teoria da evolução das espécies para justificar a superioridade da <<raça branca>> , e assim a conquista dos povos africano  seria justificada por estes constituírem  <<raça inferior>> ou <<espécies não evoluídas>> devendo ser dominadas pela <<raça branca>> devido ao processo de <<relação natural>>. O ponto alto defesa desta teoria atingiu-se com o nazismo na Alemanha de Hitler.


<<(…)Cristianismo envangelico_ do aquele que invocar o  santo nome de deus sera salvo.>> (romano,10:13)
        Esta teoria foi defendida principalmente pelos missionários, que afirmavam ser seu dever normal espalhar o cristianismos e a civilização ocidental em africa, acrescentado ainda que havia a necessidade de <<salvar almas>> dos povos africanos. Estes missionários estavam imbuídos de um espirito <<humanitário>> e <<filantrópico>>.
         O humanitarismo e filantropismo dos missionários europeus eram, muitas vezes, acompanhados de reais interesses económicos para os seus países de origem.

Atavismosocial explica a partilha de africa em termos sociológicos e não económicos. Assim, segundo Schumpeter, seu principal defensor, o homem tem um desejo natural de dominar o próximo, pelo simples prazer de domina-lo. Considera o imperialismo um <<egoísmo colectivo>>. Deste modo, as potencias europeias ocuparam efectivamente o continente africano pelo simples desejo de dominar as nações <<fracas>>, demonstrando assim o seu poder.



Teorias diplomatas
Estas teorias apresentam argumentos puramente políticos para justificar a partilha de africa. Estas teorias nascem no nacionalismo europeu, que estava <<fervendo>> no espirito dos cidadãos europeus, sobretudo devido a crise económica de 1870 e aos conflitos imperialistas entre as potencias europeias.                                          Estas estas teorias podem ser agrupadas em: prestígio nacional, equilíbrio de forca e estratégia global

*Prestígio nacional: o principal defensor desta teoria foi Carlton Hayes, que o imperialismo foi um fenómeno nacionalista.
           Países como a franca qui havia sido derrotado pela Alemanha em 1871 e perdido as regiões de Alsácia de Lorena, viam na expansão imperialista, sobretudo para africa, uma forma de resgatar a sua dignidade e estudo de potência.
           O governo europeu de então via a expansão imperialista ou o colonialismo como forma de aumentar a sua popularidade manter-se no poder, pois a crise económica mundial de 1870 levara a sucessivas manifestações populares de descontentamento.

            *Equilíbrio de forca: os seus principais defensores são: Langer e F.H.Hinsley. este ultimo que afirma que a causa principal da partilha de africa foi o desejo de paz estabilidade dos estados europeus. E preciso recordar também que a  a expansão os países europeus não queriam fazer grandes investimentos e nem criar conflitos. 
              Dai que, quando começaram a existir conflitos entre os europeus e os africanos pelo controlo de algumas regiões africanas, a solução tenha sido a divisão e a ocupação e partilha do continente-africano.

*Estratégia  global: os principais defensores desta teoria são: Ronald Robinson e John Gallaghe. Esta defende que a invasão e partilha de africa foram motivadas por uma tragedia global e não pela economia. Os movimentos de reacção a presença europeia em africa ameaçavam interesses estratégicos globais das nações europeias. Os defensores desta teoria afirmavam que africa foi ocupada, não porque tivesse riquezas materiais a oferecer aos europeus, mas porque ameaçavam os interesses dos europeus. Esta teoria ajuda-nos a compreender a rapidez em que africa foi dominada politicamente (aproximadamente vinte ou trinta anos, de 1880 ate 1900/1919)




Teorias de dimenurasão africana
   Esta teoria examina a partilha de africa do ponto de vista africanista (ver correntes de historiografia africana), tendo em consideração tanto os factores europeus como os africanos.
            E inegável que no seculo XVIII, com a revolução industrial francesa, a europa atingiu um nível de desenvolvimento material e espiritual  que a colocou em grande vantagem em relação a africa, caso ocorresse algum conflito.
             E preciso ter em conta, alem dos factores económicos da expansão (necessidade de matérias-primas, novos mercados e exportação de capitais), a importância dos factores africanos locais.
             No inicio da abolição da escravatura no seculo XIX ( e preciso notar que a iniciativa  do abolicionismo foi dos europeus, que já estavam mas bem preparados para anova era das relações comerciais com africa) os europeus começaram a procurar produtos alternativos aos escravos, entre os quais as oleaginosas (óleo de palma, de dendém, amendoim, etc), ouro e madeira.
              Este comercio ficou conhecido como <<comercio legismo>>( em posição ao ilegítimo: trafico de homens-escravos). Em africa a produção de oleaginosas não eram monopolizadas pelas elites dirigentes, mas por pequenos empresários ou pela família.
               A teoria da dimensão africana nega ideia de que a conquista e a partilha e a conquista eram inevitáveis para a africa, defendendo que foi uma consequência logica de um processo de <<devoração>> de afric apela europa, cujo inicio mais remoto data do seculo XV, quando da chegada dos europeus.
             O processo de domínio económico antecedeu a dominação económica.
             Defende ainda que foram motivos económicos que fizeram chegar os europeus a africa no finais do seculo XIX e que a resistência africana precipitou a conquista militar efectiva, marcando o inicio da era colonial.








                                                     As viagens exploratórias
  Na primeira vaga de <<descrobimentos>> (seculos XV-XIX),como já havíamos visto nos outros casos os europeus limitaram se apena s na exploração do litoral africano, sendo  o anterior de africa  uma região por desvendar. No seculo XIX graças aos avanços técnico-científico  que ficou conhecido como  viagens exploratórias.
         Nestas viagens os marcos geógrafos (principais rios e lagos)  desempenham um papel fundamental pelas seguintes regiões: 
*os principais rios constituíam meios de acesso ao interior de africa;
*os rios constituíam ainda  a principal  via de transporte para a importação e exportação de produtos de e para as principais cidades do interior de africa;
*os grandes lagos africanos constituem reservas de minerais.
      Os principais exploradores foram os mercadores e comerciantes, os missionários e os militares.


O explorador David Livingstone
       O exemplo mais notável de um s missionários e o do pastor e e medico David Livingstone, que chega a africa do sul em 1841. E depois atravincou para o interior, atravessando o deserto do Calaári, <<descobriu>> o lago Ngami, tomou a direcção noroeste, passando para o rio Zambeze, e chegou a Luanda, na costa atlântica, por volta de 1854.   
        Entre 1858-54, Livingstone realizou novas viagens de exploração, financiados pelo governo britânico, desta vez não de barco a vapor e não a pé como anteriormente. Nestas viagens apercebeu-se de que não seria possível usar o rio Zambeze como via de acesso as regiões ricas férteis e populosas da região da africa central, tal como  Livingstone descreveu no seu relatório.
         Por todos os lugar onde ele passou condenou severamente a escravatura e defendeu que a colonização em africa seria o único<<remedio>> para o fim da barbaridade conforme ilustra o seguinte exerto: << que deus abençoe amplamente todo o homem, seja ele, americano, inglês ou turco, que possa ajudar a sarar essa charga>>. A generosidade e o caracter humanitário de Livingstone fizeram com que os africanos organizassem um funeral digno de um herói apos a sua morte.



O explorador Henri Stanley
         Henri Morton Stanley foi um praticante de caca desportiva e, ao mesmo tempo, um homem de negócios. E esse era bastante diferente do bom pastor Livingstone, pois foi um homem brutal e sem escrúpulos. Por volt ado ano 1875 ele deu a volta ao lago vitoria concluindo assim que este era de facto um lago e que se situava ali a nascente do rio Nilo acabando deste modo a discussão relativa sobre a nascente do rio nilo, suscitada pelos exploradores que o antecedem (Burton e Speke), verificando-se que era, afinal, Speke que tinha a razão.
          Ao alcançar assim o oceano atlântico verificou-se que na verdade o rio lualaba era na verdade o rio congo, encontrando se deste modo o acesso a africa central. Foi devido a este êxitos que o rei da Bélgica, Leopoldo II, chamou Stanley para dirigir a associação internacional do congo, que foi responsável pela ocupação da região que veio a ser o Congo Belga (actual Republica Democrática do Congo).


O explorador Henrich Barth
Henrich Barth foi professor de geografia comparada e de comércio colonial da antiguidade da universidade de Berlim e era alemão em africa ao serviço da Inglaterra.
             Barth permaneceu no Sudão central e ocidental durante cinco anos, onde veio a encontrar e a produzir vários documentos ( fontes históricas) bastante importantes para o conhecimento da historia de africa ocidental. Regressou a Inglaterra em 1855, tendo este atravessado o deserto do Sara, finalizando tal empreendimento na cidade de Trípoli (actual capital de Líbia).


Outros exploradores
            Os militares que participaram nas viagens de exploração foram: Major Houghton, que procurando a nascente do rio Níger e partindo da Serra Leoa, acabou perdendo a vida. E hornemann, que partiu do Cairo com o mesmo objectivo acabou por desaparecer no deserto do Sara.
Savorgnan de Brazza fez o reconhecimento do rio Ogue na bacia do Congo. E alem de Livingstone, Stanley, Barth, Houghton, Hornemann e Brazza, vários outros exploradores realizaram viagens pelo interior de africa.


                                                      Conferência de Berlim
                     A conferência de Berlim apareceu em vários outros e diversos livros, intimamente relacionados com a partilha de africa, mas e preciso esclarecer esta relação.
                     Segundo uzoigwe, três importantes acontecimentos, verificados entre 1876 e 1880 levaram a que Salisbury (Inglaterra) e bismarck (Alemanha) optassem pelo domínio efectivo de africa nomeadamente:
*a  conferencia geográfica de bruchelas

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