terça-feira, 25 de junho de 2019

Sociedade das diferenças vs escola multicultural e intercultural

Da urgência da formação do “professor intercultural” na sociedade das diferenças
Hoje em dia, a gente vive numa sociedade marcada, principalmente, pelos contactos culturais. Observam-se transformações a nível da articulação dos diferentes agentes educativos, na gestão de salas de aulas e do currículo, bem como da gestão do próprio processo do ensino e aprendizagem. Este é um facto que nos permite perceber que a escola, sendo uma instituição social, está fortemente habitada por indivíduos que pertencem a diferentes sensibilidades culturais.

1.      Sociedade das diferenças vs escola multicultural e intercultural

Como já foi dito por Pieroni e tal (2014.p,32) a globalização é um produto de pensamento liberal e o fenómeno é considerado, por um lado, uma feliz meta da história e, por outro, alguns só vêem os efeitos contraditórios dela. Como resultado deste fenómeno, observa-se que, aumentaram sem precedentes os contactos entre as culturas e a coabitação entre os diferentes modos de vida, contribuindo para multi/interculturalidade das sociedades e das escolas.
Podemos assim depreender que deduzir, a escola no geral, e o professor, de modo particular, precisam flexibilizar as suas práticas pedagógicas de modo a adequá-las às novas exigências da sociedade, ou seja, a escola deve dar resposta à realidade pluricultural que constitui a população escolar.
Na sociedade actual percebe-se cada vez mais a multiculturalidade, cuja “pluralidade de culturas, etnias, religiões, visões do mundo e outras dimensões das identidades infiltra-se, cada vez mais, nos diversos campos da vida contemporânea” (Moreira, 2001, p. 41).

2.      Novas exigências na formação de professores: o professor intercultural

O projecto intercultural escolar para poder ser realizado precisa de professores que sejam conscientes e à altura da função que deverão exercer. Para Zeichner (1993), se adoptarmos uma definição pragmática e contextualizada de cultura tendo presente que cada individuo está integrado em grupos múltiplos, justapostos e multiculturais. Por definição, cada um de nós é um ser intercultural, independentemente das suas identidades culturais e todos os professores devem preocupar-se com o problema da comunicação intercultural, independentemente das identidades culturais e da composição demográfica do seu grupo de alunos.
Em uma sociedade multicultural como a nossa (sociedade contemporânea, independentemente da sua localização geográfica) torna-se necessário repensar afirmação de professores à luz dos novos desafios. Neste sentido, é necessário o desenvolvimento por parte dos professores, de atitudes não etnocêntricas, ser sensível e respeitar as várias diferenças e ter a capacidade de pôr em questão práticas desenvolvidas durante anos em função da cultura dominante e substituí-las por outras que promovam a paridade de culturas e a emancipação dos alunos tendo em conta a sua diversidade cultural e de potencialidades.

3.      Para uma competência intercultural

Segundo Azevedo (1996) citado por (Gonsalves, 1999,p.112) formar “professores interculturais” é, na verdade, um imperativo ético, na medida em que só a acção destes, coadjuvada, necessariamente, pela dos restantes agentes educativos, poderá, transformar a escola numa instituição de promoção da tolerância, da paz e do respeito pela diferença, através, e como resultado, de atitudes e práticas.
Deste modo, a interculturalidade significa “um estado ideal de partilha e valorização das culturas, para o qual se deve tender”, e em que o “eu” e “o outro” reconhecendo-se, embora, como distintos, constroem um universo comum de convivencialidade, solidariedade e fraternidade.
A competência intercultural não pode ser adquirida de forma espontânea por indivíduos, e nem simplesmente através da exposição e encontros com pessoas de diferentes culturas se o contacto ocorrer em condições inadequadas. O professor embutido de competência intercultural, não é um professor particular, mas um professor geral ou das várias áreas disciplinares que se torna sensível as problemas da equidade social.

Reflexão
Vivemos numa sociedade multicultural, onde a pluralidade de culturas galvaniza diferentes identidades, por isso constata-se que os professores, em geral, estão sujeitos a ter uma formação apropriada para lidar perfeitamente com distintas identidades culturais. A escola deve ser sujeita a promover novos métodos para a facilitação do professor na compreensão das diferentes identidades individuais dos estudantes

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