domingo, 16 de junho de 2019

Divida Pública.


Capítulo I

1. Introdução

O presente trabalho da cadeira de Finanças Públicas e Direito Financeiro é fruto de um empenho e dedicação de todos intervenientes, que fizeram com que se torna-se uma realidade, desde os elementos do grupo ate aos autores que facilitaram as fontes bibliográficas, o trabalho tem como tema a Divida Pública.
1.1. Objectivo Geral.
Analisar de forma sistemática e detalhada sobre a Divida Pública  
1.2. Objectivos Específicos
O presente trabalho tem como objectivo discutir de forma critica a Divida Pública, destacando deste modo insustentabilidade da divida em Moçambique.  
1.3. Metodologia
Para elaboração do presente trabalho usamos como métodos a consulta do manual da cadeira que proporcionou em um único trabalho. Como resultado tivemos a estruturação do trabalho presente desde sua introdução, desenvolvimento e conclusão.
                                               


Capítulo II      
2. Dívida Pública        
No conceito crédito Público identificámos como elemento objectivo a dilação temporal entre duas prestações e a situação devedora de determinada quantia e o correspectivo dever de reembolsá-la. Temos a divida.
A divida, assim, é consequência do recurso crédito e da emissão do empréstimo.
Dívida Pública é o conjunto das situações passivas que resultam para o Estado do recurso a crédito público, directa ou indirectamente.

2.1. Formas de dívida pública

A dívida Pública, pode dizer-se que tem as formas de crédito e dos empréstimos que lhe dão origem. Nesta ordem de ideias a divida pública poderá ser interna ou externa, consoante seja interno ou externa o respectivo empréstimo.
A dívida externa poderá reportar-se a situação passiva do Estado relativamente às instituições monetárias e financeiras internacionais, caso em que se designa de dívida internacional.
Com este entendimento a divida da comunidade a outros países e instituições internacionais de crédito.
Dívida externa e internacional, em conjunto forma a dívida externa nacional, esta poderá ser de curto prazo também designada de flutuante, de longo prazo, fundada ou consolidada.
A dívida fundada compreende os compromissos com exigibilidade superior a doze meses e pode ser, perpetua, consolidada ou temporária.
A dívida adquirida através de operações e emissão de título no mercado com resgate a longo prazo, ou quando não tenha prazo de reembolso será considerada consolidada.
A dívida temporária pode ser amortizável em momento incerto ou em condições predeterminadas incluindo as de prazo.
A deficiência de caixa é suprida através de divida afluente e resgata se em curto espaço, na eventualidade de insuficiência momentânea. A dívida de curto é representada usualmente, por Bilhetes de Tesouro.
A dívida pode ser titulada ou não titulada conforme os direitos e deveres dela emergente estejam ou incorporados em certos títulos documentais nas condições definidas na Lei.



Capítulo III

3. A Gestão da dívida Pública

É feita no âmbito do subsistema do tesouro e corresponde a um conjunto de operações necessárias á dinâmica do crédito e que pode ter em vista a sua amortização regular ou irregular e reembolso final (gestão normal) ou a sua modificação (gestão anormal).
A gestão da dívida pode decorrer da sua amortização, conversão, remissão, conforme o modo extinção ou diminuição do empréstimo público que lhe deu origem.

3.1. Dívida interna e divida externa

Muito se tem discutido sobre as vantagens e desvantagens da divida interna relativamente à divida externa.
A dívida Pública externa poderá ser do tipo comercial, bilateral ou multilateral:
Dívida Pública externa do tipo comercial refere-se aos empréstimos contraídos junto dos bancos comerciais estrangeiros, a taxa de juro do mercado.
A dívida bilateral resulta dos empréstimos provenientes dos outros Estados.
A Dívida multilateral é consequência da contracção dos empréstimos junto de instituições financeiras multilaterais por exemplo: BM, FMI, BAD.
No caso das dívidas bilateral e multilateral, trata-se de empréstimos concessionais, ou seja de empréstimos com uma taxa de juro muito inferior á de mercado e que beneficiam de condições vantajosas de pagamento, como sejam, um longo período graça a prazos de amortização muito dilatados. 

3.2. Vantagens de endividamento

A dívida Pública externa proveniente de poupança externa implica um aumento de recursos financeiros totais disponíveis para o financiamento do investimento nacional que permite um rápido crescimento económico.
No caso do inverso o recurso a este tipo de empréstimo por parte do Estado absorve poupanças internas, reduzindo o volume de recursos financeiros disponíveis para o sector privado.  
O endividamento externo consiste no aumento da disponibilidade de divisas para o país devedor, contribuindo para o financiamento dos défices na balança de transacções correntes a um aumento das reservas externas do Banco Central, ainda constitui vantagem do empréstimo Público externo consiste no seu baixo custo e condições favoráveis de amortização.





3.3. Desvantagens do endividamento

ü  O serviço da dívida Pública externa implica uma saída do dinheiro no país e o pagamento dos juros representam uma transferência de favor de agentes económicos nacionais.
ü  A acumulação da dívida pública externa gera uma crescente drenagem de divisas do país mas com reflexo na balança de transacções correntes.
ü  As consequências da dívida na economia em via do desenvolvimento, a crise da dívida ilustram bem os elevados riscos associados a um endividamento externo excessivos o qual se traduz numa maior vulnerabilidade.
ü  Desvalorização da moeda e da inflação no valor da dívida, e sofre um agravamento cada vez mais que a moeda nacional se desvaloriza já que serão necessárias mais unidades de moedas para pagar os juros e capitais em moedas externa.
ü  Perda da soberania. 

Capítulo IV  

4. Sustentabilidade da Dívida

É sustentável quando o Estado tem a capacidade em recursos para proceder o reembolso.
Quanto maior for o rendimento nacional menor será o peso da dívida e consequentemente será a sua sustentabilidade.
A dívida que absorve uma parcela considerável do fluxo de recitas correntes ao Estado (fiscais não fiscais) não será sustentável pois não disporá dos meios necessários para fazer face aos encargos da sua divida sem por em causa o normal funcionamento de Administração Pública e provisão de bens públicos essencial.
Quando analisamos a dívida pública devemos ter em conta a relação entre a divida total e o serviço. No caso da dívida externa a relação entre os encargos por ela gerados e exportação de bens e serviços constitui indicador de maior relevo, é a capacidade exportadora de um pais que nos diz se a divida externa é ou não sustentável. Uma economia que não gera suficientes receitas em moeda externa não terá meios necessários ao pagamento da divida externa.
O endividamento não deve provir de financiamento de gastos supérfluos e de consumos, que não contribuem para expansão do PIB e das exportações, a dívida a pagar é compensada pela crescente capacidade do Estado que não terá um impacto negativo no orçamento do Estado e na balança de pagamento.

 

 

 

4.1. A sustentabilidade da Divida Pública em Moçambique

Causas do endividamento político
A partir dos meados da década 80, a dívida pública em Moçambique conheceu um crescimento acelerado. São vários os factores que contribuíram para o aumento do stock da dívida pública, sendo de destacar:
ü  Os elevados défices orçamentais, fraco nível de receita correntes e insuficientes donativos;
ü  Elevados défices externos, por causa das exportações que não contribuem para importação de bens e serviços do país;
ü  Donativos insuficientes para cobertura do défice da balança de transacções correntes e para evitar que o país se depare com falta de divisas;
ü  As facilidades na obtenção de crédito após adesão de Moçambique ao FMI e ao Banco Mundial em 1980.

4.2. Estrutura da Dívida Pública em Moçambique

A estrutura da dívida pública moçambicana manteve-se inalterada desde o inicio das reformas económicas em 1987, embora se verifique uma tendência para o crescimento da divida multilateral. A dívida do Estado para com a banca comercial internacional é nula, já que os créditos apresentam condições incomportáveis tendo em conta o nível de receitas correntes do Estado, a falta de poupança doméstica torna indesejável o empréstimo interno para o financiamento dos défices orçamentais.
Existem diversas razões para o predomínio do endividamento externo dos créditos internos, dentre eles destacam-se:
ü  O baixo custo do crédito externo em relação aos empréstimos internos;
ü  A escassez da poupança nacional.

4.3. Insustentabilidade da divida Pública de Moçambique

O elevado índice de endividamento do estado moçambicano nos últimos anos, tem contribuído para que a dívida seja insustentável pois, não é acompanhada por um aumento paralelo do rendimento nacional das receitas correntes do estado e das exportações em virtude da incorrecta gestão e utilização dos financiamentos obtidos bem como da situação de guerra que se viveu no país.
Uma maior parte dos empréstimos contraídos acabou sendo canalizado para o financiamento de guerra despesas imprescindíveis e de projecto de investimento que se vieram revelar insustentáveis, por um lado, uma parte muito significativa das receitas do estado é directamente canalizada para o exterior em vez de serem aplicadas em área vitais para o desenvolvimento económico e social de Moçambique, como a saúde, a educação, reabilitação e construção de infra-estruturas económicas.
Desde 1984, Moçambique beneficiou de várias operações de reescalonamento da sua dívida no âmbito do Clube de Paris que congrega a maioria dos países credores, sendo que estes acordos apenas abrangem a dívida pública bilateral e resultam no adiantamento dos pagamentos a efectuar e, em certos casos, numa redução da taxa de juros, e face á gravidade do problema da dívida pública externa, Moçambique foi eleito para fazer parte da iniciativa do Banco Mundial e do FMI para os países pobres altamente endividados(HIPC).
Neste sentido, a dívida pública externa constitui um importante obstáculo ao desenvolvimento económico-social de Moçambique. O serviço da dívida torna difícil a diminuição dos défices no orçamento e na balança do pagamento uma vez que se traduz na realização de despesas públicas e implica a saída de divisas nas balanças de transacções corrente e de capitais.


















Capítulo V     

5. Conclusão


Importa concluir que a Dívida Pública é o conjunto das situações passivas que resultam para o Estado do recurso a crédito público, directa ou indirectamente.
A divida pública pode ser interna ou externa, quando responde a situações passivas relativas as instituições monetárias e financeiras internacionais. A dívida externa tem como vantagem aumentar os recursos financeiros totais disponíveis para o funcionamento do investimento nacional que permite maior crescimento económico, também tem como desvantagens o serviço da dívida Pública externa implica uma saída do dinheiro no país e o pagamento dos juros representam uma transferência de favor de agentes económicos nacionais.
A dívida pública só se tornará sustentável com um perdão massivo da dívida externa, evitando deste modo que uma proporção excessiva das receitas correntes do Estado e das exportações seja desviada para o seu serviço.

















Referências Bibliográficas
WATY, Teodoro Andrade. Introdução às Finanças Públicas e Direito Financeiro I. 2ª Edição. Maputo, W & W – Editora, 2004. 
Tribunal Administrativo Relatório sobre a conta Geral do Estado 2012























Anexos
Dívida Pública variação                                                                               (Em mil Meticais)
Dívida pública
2008
% Do PIB
2009
% Do PIB
2010
% Do PIB
2011
% Do PIB
2012
Externa
92.733
22,6
115,232
28,1
122,754
29,9
127,577
31,1
142,028
Interna
7.446
1,8
11,914
2,9
18,747
4,6
22,330
5,4
23,738
Total
100.179
24,4
127,146
31,0
141,501
34,5
149,907
36,5
165,766

% Do PIB
Variação (%) 12/08
34,6
53,2
5,8
218,8
40,4
65,5
Fonte: Mapa I-3 Da GGE (2008-2012)
A Dívida teve um crescimento de 65,5% no quinquénio. A Dívida Pública Interna registou um incremento de 218,8%, mais que triplicando no período, e a Externa, 53,2%.
 
Dívida pública desembolso
                                                                                                                (Em mil Meticais)           
Designação
2011
Peso
%
2012
Peso
%
Multilaral
6.109.833
14,5
9.988.286
22,5
Bilateral
10.189.250
24,1
7.756.307
17,5
Total da Dívida Externa
16.299.083
38,5
17.744.593
40,0
Obrigações do Tesouro
2.618.617
6,2
3.150.112
  7,1
Bilhetes do Tesouro
21.500.00
50,9
25.500.00
52,9
Outros
1.862.770
4,4
              0
0,0
Total da Dívida Interna
25.981.387
61,5
26.650.112
60
Total da Dívida
42.280.470
100,0
44.394.705
100,0
Fonte: Mapa I-3 da CGE (2011-2012).

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