quarta-feira, 31 de julho de 2019

Análise do Impacto dos Projectos Financiados pelo Fundo de Desenvolvimento Distrital do Desenvolvimento Socioeconómico Local: Caso do distrito da cidade de Inhambane 2015-2017.


O trabalho terá como tema Análise do Impacto dos Projectos Financiados pelo Fundo de Desenvolvimento Distrital do Desenvolvimento Socioeconómico Local: Caso do distrito da cidade de Inhambane 2015-2017.
1.1.Delimitação do Tema no Tempo e no Espaço
A análise a ser feita, será destinada há uma parcela dos munícipes da Cidade de Inhambane, acerca da percepção na participação económica para a melhoria das suas condições de vida. O estudo concentrar-se-á na Província de Inhambane concretamente no distrito da cidade de Inhambane.
A escolha deste horizonte temporal é pelo facto de ter dados relativos ao período de 2014, e pelo facto dos munícipes terem feito o pedido do valor para investimento local e não fazerem a devolução segundo o chefe interno do departamento de investimento e financiamento externo em Inhambane.
Em relação a escolha do ano 2017 é pelo facto de começar a se fazer sentir o desenvolvimento de alguns projectos e reembolso dos mesmos. 

 2.Contextualização
Em Abril de 2001 o Governo de Moçambique aprovou o Plano de Redução da Pobreza Absoluta (PARPA-I) que vigorou entre 2001-2005. Em Maio de 2006 o Conselho de Ministro (CM) Aprovou o Plano de Acção para a redução da Pobreza Absoluta, 2006-2009 (PARPA-II) (Brito, 2012:25, citado por Cumbe 2016: 05).

Em 2006, o Governo de Moçambique introduziu o OIIL, popularmente conhecido por “7 Milhões”, para contribuir para a redução da pobreza através do financiamento de projectos de produção de comida, de geração de emprego e de renda (Sande, 2011:207).

Em finais de 2009, o OIIL foi transformado em FDD com personalidade jurídica, autonomia administrativa e financeira, gerido localmente. O FDD é tutelado pelo Governador provincial que homologa os planos e relatórios de actividades, autoriza a recepção de donativos, abertura e contas e realiza inspecções regulares. A execução das actividades do FDD é da responsabilidade do Conselho Consultivo Distrital (CCD) 

Segundo Canhanga (2001:189), a constatação do fracasso e incapacidade do Estado centralizador em promover o desenvolvimento socioeconómico e a modernização politica, funcionou como catalisador para realçar a questão da descentralização. O modelo centralizador da administração e o carácter marcadamente intervencionista do Estado acabaram por ter efeitos contraproducentes na sociedade e na administração pública moçambicana, levando a uma certa letargia politica, a diferenças regionais cada vez mais acentuada, ao regionalismo, a paralisação da administração que em algumas zonas do país, era incapaz de prestar mesmo os serviços mais básicos, ao subdesenvolvimento, a evasão fiscal e, em última análise ao descrédito, senão mesmo perda de legitimidade do Estado, (Ibid).
Neste contexto, as reformas levadas a cabo no âmbito da governação local e descentralização pelo governo moçambicano visavam principalmente, aproximar o governo dos cidadãos, garantido a sua participação e inclusão nos processos governativos e, consequentemente a provisão de bens e serviços de forma eficiente, eficaz e de acordo com as preferências dos cidadãos (Ibid).

Segundo Faria (2011), Distrito é a base do planeamento do desenvolvimento económico, social e cultural do país, o que fundamenta a necessidade de que todas as acções de desenvolvimento, programadas a qualquer nível, devem realizar-se no território do Distrito, ou seja nos Distritos onde o processo de planeamento deve integrar acções e actividade que respondendo as medidas e políticas definidas, resolvam as preocupações concretas da população local. Para efeito, existem os OLE’s cuja função é representar o Estado ao nível local para administrar o processo de desenvolvimento do respectivo Distrito e contribuir para unidade e integração nacional. 

Valá (2009) afirma que como resultado do conhecimento da importância e necessidade de se desenvolver o Distrito, produziu-se uma série de legislação, nomeadamente a OLE, Lei dos Órgãos Locais do Estado, 10 de Maio (BR, 2003; o RELOLE- Regulamento da Lei dos Órgãos Locais do Estado, de 10 de Junho (BR, 2005); e o Decreto nº6/2006, que aprova a Estrutura Orgânica do Governo Distrital e o seu Estatuto Orgânico (BR, 2006). Esta legislação deu corpo ao processo de reformas politicas e administrativas no âmbito da descentralização.
Portanto, Valá (2009), esclarece que as aludidas reformas resultaram num sistema de governação local que contribui maiores competências aos distritos e aos órgãos hierarquicamente subordinados e dela constituídos mera extensão, mecanismo administrativo visando aproximar a prestação de serviços dos seus beneficiários.
Por seu turno, o PQG[3] (2010-2014),refere que os Governos Distritais enquadram-se no processo de organização administrativa, que com as reformas do Estado deram origem ao processo de descentralização político-administrativa, valorização da organização social das comunidades e aperfeiçoamento das condições da sua participação na administração pública para o desenvolvimento socioeconómico e cultural do país.

Deste modo, é neste contexto dos esforços do Governo moçambicano em tornar o distrito a base de desenvolvimento que se enquadra o presente trabalho, particularmente no âmbito da institucionalização do FDD, que tem em vista contribuir para a redução da pobreza através do financiamento de projectos a nível do distrito, como a produção de comida, geração de emprego e de renda.

2.      Justificativa
A escolha do tema em análise é pelo facto de ser um tema actual, e também pelo facto de aprofundar os conhecimentos em torno de acesso ao FDD e por saber que o FDD é importante para o combate a pobreza através do funcionamento de iniciativas de produção de comida, geração de rendimento e criação de emprego a nível dos distritos, desta forma contribuindo para o desenvolvimento do país como um todo. E ajudar os Munícipes e o Governo naquilo que concerne a flexibilidade da gestão orçamental e facilitar os mecanismos de transferências dos recursos do Estado para o benefício das comunidades.
Numa altura em que esta a ser questionada a forma como os “7 milhões” de meticais estão a ser “distribuídos”, importa do impacto dos projectos financiados pelo FDD. É importante também fazer um estudo no local neste caso no distrito onde o Estado considera como polo de desenvolvimento do país alocando anualmente “7 milhões” de meticais.
      Este estudo será pertinente concretamente aos munícipes do distrito da cidade de Inhambane, para o desenvolvimento socioeconómico e na transparência da gestão, no critério de acesso ao FDD.
4. Problematização
O Governo de Moçambique através da Lei nº12/2005, de 23 de Dezembro (BR 2005), que aprovou o Orçamento do Estado (OE)[4]Para o ano 2006, cria o OIIL, hoje conhecido popularmente por FDD.
De acordo com o nº1 do artigo 4 do Decreto nº90/2009 de 15 de Dezembro (BR 2009), constitui um dos objectivos do FDD financiar acções que visam estimular o empreendedorismo, a nível local, de pessoas pobres mas economicamente activas.
A expectativa inicial da maioria da população era de que os sete milhões fossem alocados aos projectos de infra-estruturas locais, (salas de aulas, fontes de agua, pequenas pontes).
Desde então, os fundos deviam ser usados para estimular as actividades económicas directamente, através da inserção de dinheiro em projectos. Os beneficiários de projectos receberiam financiamento em forma de empréstimo com implicação de que um fundo rotativo seria criado nos distritos a medida que os doadores fossem reembolsados o valor.

De acordo com Ramos 1998, citado por Fórum (2002:41), os projectos tem numerosas vicissitudes ao longo das suas fases de preparação e execução, acabando por originar resultados insatisfatórios, tais como, dilatação dos prazos, custos superiores aos orçamentados, incumprimento das especificações. Uma gestão correcta dos projectos, ainda que não permitia garantir que todos alcancem plenamente os seus objectivos, deve na maior parte dos casos, fazer com que os resultados da operação sejam semelhantes aos desejados. Contudo, se os projectos nos deixam insatisfeitos por não conseguirem uma gestão de acordo com métodos e técnicas especialmente adaptadas e cada caso temos que fazer uma análise daí que surge a seguinte questão: Qual é o Impacto dos Projectos Financiados pelo FDD no Desenvolvimento Socioeconómico Local.

5. Objectivo da Pesquisa
5.1. Objectivo Geral
Ø  Analisar o Impacto dos Projectos Financiados pelo FDD no Desenvolvimento Socioeconómico Local.

5.2. Objectivos específicos
Ø  Identificar a situação de pagamentos dos beneficiários e as suas causas.
Ø  Avaliar o impacto do FDD no desenvolvimento do distrito da cidade de Inhambane.
Ø  Descrever a situação real do FDD a nível distrital.

6. Questões de pesquisa
Ø  Quais são os critérios de elegibilidade dos beneficiários do FDD no distrito da cidade de Inhambane?
Ø  Quais são os critérios de elegibilidade de projectos financiados pelo FDD de Inhambane?
Ø  Qual é o impacto FDD no desenvolvimento distrito da cidade de Inhambane.

7. Hipóteses
Ø  O processo de elegibilidade dos beneficiários do FDD no distrito de Inhambane não obedece os critérios estabelecidos pelo Governo;
Ø  O processo de elegibilidade de projectos financiáveis pelo FDD no distrito de Inhambane não obedece os critérios estabelecidos pelo Governo;
Ø  O impacto do FDD no desenvolvimento do distrito é positivo.

8. Metodologia do trabalho
No entender de Nérici (1978:15), a metodologia é o conjunto coerente de procedimentos racionais ou práticos-racionais que orientam o pensamento para serem alcançados conhecimentos válidos. A realização de qualquer pesquisa pressupõe a estruturação de um método a fim de guiar os passos do pesquisador e possibilitar a sua replicação quando conveniente. Assim, o projecto metodológico deve ser cuidadosamente pensado e baseado na natureza do problema, objecto de estudo e nas características da pesquisa a ser realizada.

Salomon (1992:10), define metodologia como sendo o interesse por princípios e técnicas suficientemente gerais para se tornarem comuns a todas as ciências ou a uma significativa parte delas. Alternativamente são princípios filosóficos ou lógicos suficientemente especificam para que em ordem poderem estar particularmente relacionados com a ciência, distinguida de outros afazeres humanos. Os dois conceitos são de difícil distinção, pois estão entrelaçados e que a metodologia envolve o método e o método é a maneira, a forma que o cientista escolhe para ampliar o conhecimento sobre determinado objecto, facto ou fenómeno de acordo com GILL (1999).
Na metodologia descrevem-se os procedimentos a serem seguidos na realização da pesquisa, sua organização varia de acordo com as peculiaridades de cada pesquisa. Requer-se, no entanto, a apresentação de informações acerca de alguns aspectos, como os que são apresentados a seguir: tipo de pesquisa; população e amostra; colecta de dados; análise dos dados (Gil, 2002:162-163).

8.1. Método de procedimento
Método constitui um conjunto de regras uteis para a pesquisa, que permitem ao estudante ou pesquisador ter mais claro as bases logicas da sua pesquisa (Lundin, 2016:123).
Método monográfico: consiste no estudo de determinados indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou comunidades, com a finalidade de obter generalizações. O estudo monográfico pode, também abranger o conjunto das actividades de um grupo social particular. (Andrade, 2006:134).
Método monográfico foi útil para o presente trabalho, pois através dele buscou-se analisar diferentes indivíduos e associações de forma representativos de modo a trazer resultados generalizados.
Método hipotético-dedutivo: Consiste na adopção da seguinte linha de raciocínio: “quando os conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto são insuficientes para explicação de um fenómeno, surge o problema. Para tentar explicar a dificuldades expressas no problema, são formuladas conjecturadas ou hipóteses. Das hipóteses formuladas, deduzem-se consequências que deverão ser testadas ou falseadas. Falsear significa tornar falsas as consequências deduzidas das hipóteses. Enquanto no método dedutivo se procura a todo custo confirmar a hipótese, no método hipotético-dedutivo, ao contrário, procuram-se evidências empíricas para derruba-la” (GIL, 1999[5], citado por Silva e Menezes, 2001:27). E neste trabalho este método será usado em paralelo com método monográfico.
8.2. Quanto á natureza
Pesquisa aplicada objectiva gera conhecimentos para aplicação prática e dirigidos a solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesse locais (Menezes e Lúcia da Silva, 2001:20).
O trabalho basear-se-á na pesquisa aplicada porque identificou-se um problema dos projectos financiados pelo FDD no desenvolvimento socioeconómico, este método permitiu ao pesquisador encontrar possíveis soluções aplicáveis a resolução do problema identificado no distrito da cidade de Inhambane no que diz respeito aos projectos financiados pelo FDD.
8.3. Quanto aos objectivos
Tem normalmente, a forma de um trabalho piloto e visa aprofundar o conhecimento do pesquisador sobre o contexto onde o problema prevalece. Visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vista a torna-lo (mais) explícito, antes do trabalho propriamente dito ter lugar; serve também para construir hipóteses para aborda-lo. Este tipo de pesquisa implica normalmente um levantamento bibliográfico; entrevistas preliminares com pessoas, exemplos semelhantes que estimulem a maior compreensão do problema pelo pesquisador, etc. quanto aos objectivos a pesquisa assumem, normalmente, as formas de pesquisa bibliográfica e estudos de caso (Lundin, 2016:121).
A pesquisa exploratória permitiu ao pesquisador, ter maior familiaridade com os projectos financiados pelo FDD para o desenvolvimento socioeconómico, ou seja com o tema em análise.
8.4. Quanto á forma de abordagem
Pesquisa qualitativa considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objectivo e subjectivo do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenómenos e a atribuição de significados são básicos no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte directa para colecta de dados e o pesquisador é instrumento chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem (Menezes e Silva, 2001:20).
Esta abordagem permitiu ao pesquisador explicar os projectos financiados pelo FDD para o desenvolvimento socioeconómico do distrito da cidade de Inhambane.
8.5. Procedimentos técnicos e técnicas de recolha de dados
Quanto aos procedimentos técnicos para a recolha de dados para o presente trabalho, o pesquisador privilegio os seguintes: Pesquisa documental, pesquisa bibliográfica, a entrevista e o questionário.
a)      Pesquisa Documental: Apesquisa documental assemelha-se á pesquisa bibliográfica.
É elaborada a partir de material escrito, fontes primárias que ainda não receberam um tratamento analítico. A consulta a fontes primárias, como o recenseamento, documentos políticos administrativos, são exemplos de pesquisa documental (Lundin, 2016: 122).
Esta técnica permitiu ao pesquisador de fazer a recolha de relatórios sobre projectos financiados pelo FDD no distrito da cidade de Inhambane.
b)     Pesquisa bibliográfica: Pesquisa bibliográfica trata-se do levantamento de toda a bibliografia já publicada em forma de livros, revistas científicas, publicações avulsas,
Imprensa escrita, periódicos, tralhos científicos (Andrade, 2006:56).

c)      Entrevista: consiste num encontro entre duas pessoas a fim de que uma delas obtenha informações sobre um determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional (Marconi e Lakatos, 2007:197).
O uso da técnica de entrevista consistiu na entrevista de membros dos CCs e do Fórum Local, mutuário do FDD, e por fim, esta técnica permitiu ao pesquisador colher opiniões de residentes do distrito da cidade de Inhambane em torno do desenvolvimento socioeconómico dos projectos do FDD.


9.Referencial Teórico
Teoria é um conhecimento mais amplo de factos ou relação entre factos. Diz respeito a forma de organizar os factos, explicando-os, estabelecendo relações sobre a forma de serem utilizados para previsão da realidade. Consiste na ordenação significativa dos factos, traduzidos em conceitos, princípios, leis, classificações, correlações, teoremas (Carvalho, 2009:10, citando Jacquard,1997).
O presente trabalho privilegiar-se-á na Teoria do Desenvolvimento Endógeno.


9.1. Teoria de Desenvolvimento Endógeno
Do ponto de vista espacial ou regional, o conceito de desenvolvimento endógeno pode ser entendido como um processo interno de ampliação contínua da capacidade de agregação de valor sobre a produção, bem como da capacidade de absorção da região, cujo desdobramento é a retenção do excelente económico gerado na economia local e ou a atracão de excelentes provenientes de outras regiões. Esse processo tem como resultado a ampliação do emprego, do produto e da renda do local ou da região, em um modelo de desenvolvimento regional definido (Amaral, 1996:37).
O Desenvolvimento Endógeno pode ser considerado como um processo de mudança estrutural e de crescimento económico no qual a organização do sistema produtivo, a rede de relações entre actores e actividades, a dinâmica de aprendizagem e o sistema sócio cultural são determinantes no processo de mudança. O território, nesta teoria, é visto como agente de transformação social (Barquero, 2002:58).

a)      Percursores da Teoria do Desenvolvimento Endógeno
Dentre os principais defensores e representantes da TDE pode-se citar os autores como:
Boisier (1998), Barquero (2001), e Amaral (2002).

b)     Contexto de Surgimento da Teoria do Desenvolvimento Endógeno
O Desenvolvimento Endógeno suas origens na década de 1970, quando começam a se destacar as propostas de desenvolvimento da base para o topo, ou de baixo para cima, partindo do fortalecimento das potencialidades do local, como forma de transformar, fortalecer e qualificar as estruturas internas de uma região (Moraes, 2003:125).
A Teoria de Desenvolvimento Endógeno (TDE), apoia-se em factores como: capital social, capital humano, conhecimento, pesquisa e desenvolvimento, sendo que os factores são gerenciados endogenamente em cada território, e baseia-se na execução de políticas de fortalecimento e qualificação das estruturas internas dos territórios, criando condições socias e económicas para geração e atracção de novas actividades produtivas (ibid).
TDE surge como contraposição aos modelos clássicos de crescimento, que levariam inevitavelmente a um estado estacionário da economia, situação que iria contra a premissa de que, para haver desenvolvimento real, é necessário que se estabeleça uma dinâmica de formação de produtividade crescente (Araújo, 2014:106).
Farias e Araújo (2010:10), citando Amaral (1996), afirmam que a formação da TDE se deve a ruptura com a teoria tradicional de desenvolvimento, que baseia-se na função de produção Y=f (K,L), ou seja, o volume de produção (Y) é função do capital (K) e Trabalho (L). Na nova teoria os factores ante considerados exógenos na determinação do crescimento económico, tais como: capital humano, conhecimento, informação, pesquisa e desenvolvimento, passaram a ser considerados como endógenos.

c)      Pressuposto da Teoria do Desenvolvimento Endógeno
Segundo Julião (2001:50), a TDE é lançada numa época de clara recessão económica e contrariando os princípios anteriormente seguidos:
Advoga que não basta haver crescimento para haver desenvolvimento. Assim, o conceito de desenvolvimento torna-se mais abrangente agregado componente de natureza económica, social e cultural;
Assume que o desenvolvimento de uma região não se pode efectuar em função de outra. É a falência das teorias redistributivas. Num contexto de crise generalizada cada região deve potenciar os seus próprios recursos no sentido de encontrar uma via para o desenvolvimento.
Com base nestes dois pressupostos a actuação do Estado (Administração Central) perde importância relativa enquanto elemento catalisador e responsável principal do processo de desenvolvimento. O Estado, neste contexto, procura incentivar a capacidade de mobilização e valorização dos recursos endógenos de cada região (Ibid).

d)     Criticas á Teoria do Desenvolvimento Endógeno
Uma primeira critica, de caracter mais geral, diz respeito á concepção reducionista e, por que não, conformista, de pensar a existência de duas únicas opções: desenvolvimento para fora ou nos moldes “ cada um por si”. Reducionista conformista por excluir desde o principio a possibilidade de construção de alternativas ao sistema económico mundial actual vendo o como um dado, algo fixo e não passível de transformação, em lugar de vê-lo como processo histórico e, por isso mesmo, sujeito a transformação e superação (Braga, 2002:27).
A assertiva de que os actores locais, públicos e privados, são os responsáveis pelos investimentos e pelo controle dos processos de desenvolvimento, pilar sobre o qual se sustenta a defesa da condução do processo “de dentro para fora”, também é altamente questionável. Isto porque contrasta fortemente com a realidade actual de centralização e concentração económica e de poder, na qual os actores que controlam os processos de desenvolvimento são as grandes empresas transnacionais e os grupos de interesses fortemente incrustados nos governos dos países centrais (Braga, 2002:27).

e)      Aplicabilidade da Teoria do Desenvolvimento Endógeno para o Estudo
Segundo Araújo (2014:106), “a TDEconsidera, em linhas gerais, que desenvolvimento está relacionado á utilização, execução e valorização de recursos locais e á capacidade de controlo do processo de acumulação, possibilitando a geração de rendimentos crescentes, por meio do uso dos recursos disponíveis e da introdução de inovações, garantido criação de riqueza e melhoria do bem- estar”. Portanto, com base na perspectiva da TDE, a descentralização do FDD, contribui para o desenvolvimento dos distritos.

a)      Resultados Esperados
Espera-se que a pesquisa traga os seguintes resultados:
Ø  Que o estudo traga resultados satisfatórios e que se chegue a compreender como é que o fundo de desenvolvimento distrital contribui para inserção social, cultural, e económico na participação comunitária dos seus beneficiários;

Ø  Que o estudo sirva de uma orientação para os próximos estudantes que pretendem pesquisar acerca do impacto dos projectos financiados pelo FDD.


























Referencias Bibliográficas

a)      Livros

Amaral, D, F. (2010), Curso de Direito Administrativo, 3ª Edição, Editora: EdiçõesAlmeidina, SA, Coimbra.

Andrade, M, M. (2006), Introdução á Metodologia do Trabalho Cientifico, 7ªEdição, Editora: Atlas S.A. São Paulo.

Barquero, A, V. (2001), Desenvolvimento Endógeno em Tempos de Globalização, UFRGS Editora, Rio Grande.

Barquero, A, V. (2002), Desenvolvimento Endógeno em Tempos de Globalização, Editora da UFRGS, Porto Alegre.

Brito, L. (2012), “Pobreza, PARPAS e Governação”, Saúde Nelson (editor), Desafios para Moçambique, Editora: Garamond Ltd, Rio de Janeiro.
                                        
Canhanga (2001), Os Desafios da Descentralização e Dinâmica da Planifição, Editora: IESE, Maputo.

Chiavenato, I. (2003), Introdução á Teoria Geral da Administração, 7ª Edição, Editora,Elsevier Ltda., Rio de Janeiro.

Cistac, G. (2001), Manual de Direito das Autarquias Locais, Editor: Livraria Universitária, Maputo.

Gill, A,C. (1999), Métodos e Técnicas de Pesquisa Social, 8ª Edição, Editora: ATLAS S.A, São Paulo.

Gill, A,C. (2002), Como Elaborar Projectos de Pesquisa, 4ª Edição, Editora: ATLAS S.A, São Paulo.

Jcquard, A. (1997), Pequeno manual de Filosofia para o uso dos não-filósofos, Editora: Terra mar, Lisboa.
Lundin, I. (2016) Metodologia de Pesquisa em Ciências Sociais, Editora Escolar, Maputo.

Marconi, M, A. e Lakatos, E, M. (2001), Metodologia Cientifica, 2ª Edição, Editora: Atlas S.A, São Paulo.

Marconi, M, A. e Lakatos, E,M. (2006), Fundamentos de Metodologia Cientifica, 5ª Edição, Editora: Atlas S.A, São Paulo. 

Orre, A e Forquilha, S, C. (2012), “Uma Iniciativa Condenada ao Sucesso. O Fundo Distrital dos 7 milhões e suas consequências para a governação em Moçambique” IESE (editor) Moçambique: Descentralizar o Centralismo? Economia Politica, Recursos e Resultados, Editora: IESE, Maputo, páginas: 168-196.

b)     Artigos e Revistas

Valá, S,C. (2009), Orçamento de Investimento de Iniciativa Local a Dinamização da Economia Rural em Moçambique: Resultados, Desafios e Perspectivas”. Economia,Politica e Desenvolvimento, Revista Cientifica Inter-universitária, Volume- 1, nº2, Maputo, Paginas: 27-51.

c)      Legislação e Outras Publicações

Centro de Integridade Pública (2012), O Distrito com Polo de Desenvolvimento: UmOlhar da Sociedade Civil, CIP, Maputo.

Conselho de Ministros (2009), Decreto nº90/2009, de 15 de Dezembro, que cria o FDD, Publicação Oficial da Republica de Moçambique: Moçambique.

Decreto nº6/2006, Aprova a Estrutura Orgânica do Governo Distrital e seu EstatutoOrgânico, Maputo.

Lei dos Órgãos Locais do Estado, 10 de Maio, (BR, 2003: RELOLE), Regulamento dos Órgãos Locais do Estado, 10 de Junho (2005) Maputo.

Manual de Procedimentos (2013), Ficha de Resumos do Progresso dos Projectos, Maputo.

Plano Quinquenal do Governo (2010-2014), Maputo.




CAPÍTULO 2
REFERENCIAL TEÓRICO E DEBATE CONCEPTUAL

Para o enquadramento teórico do estudo, este capítulo apresenta a teoria que sustenta a pesquisa, e discute os seguintes conceitos chaves para o estudo: FDD, distrito, desenvolvimento, desenvolvimento local, desenvolvimento socioeconómico local, e descentralização.

2.1. Referencial Teórico
Teoria é um conhecimento mais amplo de factos ou relação entre factos. Diz respeito a forma de organizar os factos, explicando-os, estabelecendo relações sobre a forma de serem utilizados para previsão da realidade. Consiste na ordenação significativa dos factos, traduzidos em conceitos, princípios, leis, classificações, correlações, teoremas (Carvalho, 2009:10, citando Jacquard,1997).
O presente trabalho privilegiar-se-á na Teoria do Desenvolvimento Endógeno.

2.1.1. Teoria de Desenvolvimento Endógeno
Do ponto de vista espacial ou regional, o conceito de desenvolvimento endógeno pode ser entendido como um processo interno de ampliação contínua da capacidade de agregação de valor sobre a produção, bem como da capacidade de absorção da região, cujo desdobramento é a retenção do excelente económico gerado na economia local e ou a atracão de excelentes provenientes de outras regiões. Esse processo tem como resultado a ampliação do emprego, do produto e da renda do local ou da região, em um modelo de desenvolvimento regional definido (Amaral, 1996:37).
O Desenvolvimento Endógeno pode ser considerado como um processo de mudança estrutural e de crescimento económico no qual a organização do sistema produtivo, a rede de relações entre actores e actividades, a dinâmica de aprendizagem e o sistema sócio cultural são determinantes no processo de mudança. O território, nesta teoria, é visto como agente de transformação social (Barquero, 2002:58).

a)      Percursores da Teoria do Desenvolvimento Endógeno
Dentre os principais defensores e representantes da TDE pode-se citar os autores como:

Boisier (1998)[11]; Barquero (2001)[12]; Amaral (2002)[13]


b)     Contexto de Surgimento da Teoria do Desenvolvimento Endógeno
O Desenvolvimento Endógeno suas origens na década de 1970, quando começam a se destacar as propostas de desenvolvimento da base para o topo, ou de baixo para cima, partindo do fortalecimento das potencialidades do local, como forma de transformar, fortalecer e qualificar as estruturas internas de uma região (Moraes, 2003:125).
A Teoria de Desenvolvimento Endógeno (TDE), apoia-se em factores como: capital social, capital humano, conhecimento, pesquisa e desenvolvimento, sendo que os factores são gerenciados endogenamente em cada território, e baseia-se na execução de políticas de fortalecimento e qualificação das estruturas internas dos territórios, criando condições socias e económicas para geração e atracção de novas actividades produtivas (ibid).
TDE surge como contraposição aos modelos clássicos de crescimento, que levariam inevitavelmente a um estado estacionário da economia, situação que iria contra a premissa de que, para haver desenvolvimento real, é necessário que se estabeleça uma dinâmica de formação de produtividade crescente (Araújo, 2014:106).
Farias e Araújo (2010:10), citando Amaral (1996), afirmam que a formação da TDE se deve a ruptura com a teoria tradicional de desenvolvimento, que baseia-se na função de produção Y=f (K,L), ou seja, o volume de produção (Y) é função do capital (K) e Trabalho (L). Na nova teoria os factores ante considerados exógenos na determinação do crescimento económico, tais como: capital humano, conhecimento, informação, pesquisa e desenvolvimento, passaram a ser considerados como endógenos.

c)      Pressuposto da Teoria do Desenvolvimento Endógeno
Segundo Julião (2001:50), a TDE é lançada numa época de clara recessão económica e contrariando os princípios anteriormente seguidos:
Advoga que não basta haver crescimento para haver desenvolvimento. Assim, o conceito de desenvolvimento torna-se mais abrangente agregado componente de natureza económica, social e cultural;
Assume que o desenvolvimento de uma região não se pode efectuar em função de outra. É a falência das teorias redistributivas. Num contexto de crise generalizada cada região deve potenciar os seus próprios recursos no sentido de encontrar uma via para o desenvolvimento.
Com base nestes dois pressupostos a actuação do Estado (Administração Central) perde importância relativa enquanto elemento catalisador e responsável principal do processo de desenvolvimento. O Estado, neste contexto, procura incentivar a capacidade de mobilização e valorização dos recursos endógenos de cada região (Ibid).

d)     Criticas á Teoria do Desenvolvimento Endógeno
Uma primeira critica, de caracter mais geral, diz respeito á concepção reducionista e, por que não, conformista, de pensar a existência de duas únicas opções: desenvolvimento para fora ou nos moldes “ cada um por si”. Reducionista conformista por excluir desde o principio a possibilidade de construção de alternativas ao sistema económico mundial actual vendo o como um dado, algo fixo e não passível de transformação, em lugar de vê-lo como processo histórico e, por isso mesmo, sujeito a transformação e superação (Braga, 2002:27).
A assertiva de que os actores locais, públicos e privados, são os responsáveis pelos investimentos e pelo controle dos processos de desenvolvimento, pilar sobre o qual se sustenta a defesa da condução do processo “de dentro para fora”, também é altamente questionável. Isto porque contrasta fortemente com a realidade actual de centralização e concentração económica e de poder, na qual os actores que controlam os processos de desenvolvimento são as grandes empresas transnacionais e os grupos de interesses fortemente incrustados nos governos dos países centrais (Braga, 2002:27).

2.1.2. Aplicabilidade da Teoria do Desenvolvimento Endógeno para o Estudo
Segundo Araújo (2014:106), “a TDE considera, em linhas gerais, que desenvolvimento está relacionado á utilização, execução e valorização de recursos locais e á capacidade de controlo do processo de acumulação, possibilitando a geração de rendimentos crescentes, por meio do uso dos recursos disponíveis e da introdução de inovações, garantido criação de riqueza e melhoria do bem- estar”. Portanto, com base na perspectiva da TDE, a descentralização do FDD, contribui para o desenvolvimento dos distritos.

2.2. Debate Conceptual

2.2.1. Fundo de Desenvolvimento Distrital

Para Forquilha (2009), citado por IESE (2010: 41), o FDD é um instrumento formal criado pelo Estado, para atingir objectivos patentes em documentos estratégicos formais para a redução da pobreza, redução das disparidades regionais e promover a participação activa dos cidadãos.

O FDD é uma dotação orçamental de âmbito distrital destinada a apoiar prioritariamente pessoas Pobres, economicamente activas[9], sem possibilidade de acesso ao crédito no sistema financeiro formal (CIP, 2011:16-17).

 O FDD é uma instituição pública dotada de personalidade jurídica, autonomia no âmbito administrativa e financeira e funciona em cada distrito do país junto ao Governo Distrital. O FDD destina-se a apoiar prioritariamente pessoas Pobres economicamente activas sem possibilidade de acesso ao crédito no sistema financeiro formal (MPFDD, 2011:4).

Tomando as duas definições acima, o FDD pode ser conceituado como sendo uma instituição pública financeira que funciona no governo distrital. O FDD tem como objectivo financiar os projectos de pessoas desempregadas que vivem nos distritos sem nenhuma fonte de rendimento, ou seja, sem capacidade de fazer empréstimo no crédito Bancário.

2.2.2. Distrito
Segundo o artigo 12 da Lei nº8/2003 de 19 de Maio, distrito é a unidade territorial principal da organização e funcionamento económico, social e cultural da Republica de Moçambique. É composto por postos administrativos e localidades. Abrange também áreas das autarquias locais compreendidas no respectivo território.
Distrito é o nível administrativo mais próximo da população e, portanto, o mais sensível e potencialmente mais competente para responder as suas preocupações, demandas e prioridades segundo (Valá, 2008: 183 citado por Cumbe 2016: 17).
No âmbito da desconcentração e descentralização, o distrito é definido como centro de planificação inclusiva através da promoção da participação das comunidades e das autoridades comunitárias no desenvolvimento socioeconómico e cultural do respectivo território (Jamal, 2015:10).
Tomando as três definições acima, distrito pode ser entendido como um espaço dentro de uma província[10] com uma estrutura administrativa que representa o Estado a nível local. É constituído por Postos Administrativos (PA), localidades e Povoações.

2.2.3. Desenvolvimento
Para Cistac (2007: 23) o desenvolvimento é a capacidade de satisfazer adequadamente as necessidades básicas humanas, tais como alimentação, habitação, saúde, educação, água, e protecção social.
Desenvolvimento pode ser entendido como um processo multidimensional que envolve a reorganização e reorientação da economia inteira e do Sistema social de um país. Isto envolve uma radical mudança das estruturas institucional, social e administrativa, assim como mudanças nas atitudes das populações e em vários casos, ate mesmo nos costumes e crenças populares (Francisco, 2010:67). 
Na óptica de Domingues (2008: 46), dentre os diversos critérios adoptados para medir o desenvolvimento, destacam-se a renda mínima, o acesso ao emprego, a democracia, a independência nacional e o aumento de produtividade. Mas não obstante a isso, há grande preocupação com os chamados níveis de vida, que incluem moradia, nutrição, educação, saúde e segurança.

2.2.4. Desenvolvimento Local
Os conceitos referenciados apresentam, no geral, como elementos definidores de desenvolvimento a capacidade, necessidades básicas humanas, a renda, o emprego, nível de vida, participação e produtividade. Assim, para o presente trabalho, o desenvolvimento é definido como capacidade de satisfazer as necessidades básicas humanas, garantindo a renda mínima, o emprego e a participação com vista a promover a melhoria das condições de vida dos cidadãos
Desenvolvimento local (DL) é o processo através do qual o próprio povo participa da planificação e da realização de programas que se destinam a elevar o padrão de suas vidas, isto implica a colaboração indispensável entre os governos e o povo para tornar eficaz os esquemas de desenvolvimento viáveis e equilibrados (Francisco, 2010: 67).
DL pode ser conceituado como um processo endógeno de mudança, que leva ao dinamismo económico e a melhoria da qualidade de vida da população em pequenas unidades territoriais e agrupamentos humanos (Buarque, 2002: 25 citado por Cumbe 2016: 18).
Para ser consistente e sustentável, o desenvolvimento local deve mobilizar e explorar as potencialidades locais e contribuir para elevar as oportunidades sociais e a viabilidade e competitividade da economia local; ao mesmo tempo, deve assegurar a conservação dos recursos naturais locais, que são a base das suas potencialidades e condição para a qualidade de vida da população local (Ibid).
DL é um processo endógeno registado em pequenas unidades territoriais e agrupamentos humanos capaz de promover o dinamismo económico e a melhoria da qualidade de vida da população. Representa uma singular transformação nas bases económica e na organização social em nível local, resultante da mobilização das energias da sociedade, explorando as suas capacidades e potencialidades específicas (Buarque, 1999: 9 citado por Cumbe 2016: 19).

2.2.5. Desenvolvimento Económico Local
Segundo Cacereset al (2007: 12), o desenvolvimento económico local é um processo de desenvolvimento participativo que estimula parcerias entre as principais partes interessadas do sector privado e publico num determinado território.
O MAE (2004:12), define o DEL, como um processo sobre o qual os interlocutores locais (sector público, sector privado, grupos comunitários de homens e mulheres organizados em interesses comuns), constroem e partilham decisões e estratégias para o futuro económico e produtivo do território.
É um processo participativo que estimula o relacionamento entre os interlocutores locais, facilita a implementação conjunta de estratégia e projectos principalmente orientados para a criação de condições de competitividade dos actores locais, com o objectivo de promover o emprego e o crescimento económico (Ibid).
 Na óptica de PNUD[11] citado por Cacereset al. (2007: 12), as linhas estratégicas do DEL, visam o melhoramento do ambiente empresarial através da promoção do desenvolvimento de micro, pequenas e medias empresas, e de criação de um sistema financeiro através de instituições financeiras a nível provincial e distrital.
No entender destes autores, o DEL é o processo dinamizador da sociedade local, mediante o aproveitamento eficiente dos recursos existentes em uma determinada zona ou localidade, capaz de estimular e diversificar seu crescimento económico, criar emprego e melhorar o nível de vida dos cidadãos.
Ainda no entender destes conceitos acima citados, o DEL é um processo participativo dos interlocutores locais, que constroem e partilham opiniões e estratégias, que impulsionam o desenvolvimento socioeconómico local, visando o melhoramento do ambiente empresarial do ponto de vista a promover o emprego e o crescimento económico.




[1] Segundo o Decreto nº90/2009, de 15 de Dezembro, CCD é o órgão deliberativo do FDD, tomam decisão sobre os pedidos de empréstimos submetidos, verifica a consistência dos projectos com os planos Estratégicos de Desenvolvimento do Distrito e faz o seu acompanhamento permanente.
[2] Conselho de Ministro (2009) -Decreto nº90/2009, de 15 de Dezembro (BR2009), que cria o FDD, Publicação Oficial da Republica de Moçambique

[3] Plano Quinquenal do Governo é usado para nortear o funcionamento dos Órgãos Locais do Estado no quadro da descentralização administrativa.
[4]OE é o documento onde são previstas e computadas as receitas e as despesas anuais, completamente autorizadas.

[5] GIL,A,C. (1999), Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. ATLASS S.A São Paulo
6Boisier, S. (1998),Desarrollo territorial descentralizado, Cepal/ IIpesjulio,Mimeo.
[12]Barquero, A, V. (2001), Desenvolvimento endógeno em tempos de globalização, UFRGS Editora, Rio grande.
[13] Amaral, F, J. (2002), Desenvolvimento regional endógeno: (re) construção de um conceito, reformulação das estratégias, Revistas Económicas do Nordeste, v.26, nº3.
[9] Esta expressão pretende captar num só conceito todas as pessoas singulares e colectivas que, embora tenham iniciativas produtivas cobertas pelos objectivos do FDD, não são elegíveis para concessão de créditos do sistema bancário formal.
[10] Segundo a Lei nº8/2003, de 19 de, A província é a maior unidade territorial da organização politica, económica e social da administração local do Estado.
[11]PNUD (2004), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Ministério da Administração Estatal; Maputo.

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