terça-feira, 17 de maio de 2022

Sobre o Sentido e a Referência”, de Friedrich Ludwig Gottlob Frege

 Sentido e referência

Ora, Segundo Frige, o pensamento não é um o ato subjectivo de pensar, mas seu conteúdo é objectivo, que pode ser a propriedade comum de muitos” indivíduos (o sentido). Se admitirmos que uma sentença tem uma referência, uma alteração de uma palavra da sentença por outra que tenha a mesma referência não deve alterar na referência da sentença. Por exemplo: quando nós afirmamos que O “Fósforo é corpo iluminando pelo sol" e “Véspera é corpo iluminado pelo sol” Estes pensamentos das duas sentenças são diferentes, pois têm como sujeito sinais que indicam modos de apresentação diferentes do mesmo objecto.           Mas a referência da sentença não muda, está claro que ela não é o pensamento; e, como o pensamento vária de acordo com o sentido que seus termos esta assumido, que ele deve ser considerado o sentido daquela sentença.

 

E, as sentenças que tem sinais que não têm referência, elas mesmas se tornam sem referência e, portando, delas nada pode ser afirmado ou negado. Por exemplo: “o coelho da Páscoa vive na Austrália”. Nessa sentença um de seus componentes, saber, “o coelho da Páscoa” porem, tem um sentido, mas nenhuma referência. Isso faz com que não possamos indicar a referência da sentença como um todo e, por via disso, não podemos afirmar que ela é verdadeira ou falsa, ou seja, se ela tem o falso ou o verdadeiro como valor de verdade.

Como o valor de verdade de uma sentença vária de acordo com a referência, dizemos que esse valor de verdade é a sua referência. Portanto, a referência de uma sentença só importa se estivermos investigando seu valor de verdade; e, por conseguinte, romances, peças etc. Não precisam se preocupar com a referência dos nomes próprios e sentenças que adoptam, pois têm outro objectivo que não a investigação da verdade.

Entretanto, Frege defende que “é verdadeiro” não é um predicado lógico, pois não acrescenta nada a um sujeito. Para Frige: “5 é um número primo” e “O pensamento de que 5 é um numero primo é verdadeiro” querem dizer exactamente a mesma coisa. Portanto, a relação de um pensamento com o verdadeiro não deve ser vista como a relação sujeito-predicado e sim como a relação entre sentido e referência.

 

Linguagem artificial científica

Frege nos propõe uma linguagem artificial científica um nome próprio que careça de referência, “pois não mais dependeria da verdade de um pensamento o fato de um nome próprio ter ou não uma referência”

Sentenças adjectivas - o seu sentido é encerrado por um adjectivo, pois na falta de um sujeito independente, não conseguimos expressar o seu sentido numa sentença independente e, portanto sua referência não é um valor de verdade. Assim vemos em: “a raiz quadrada de 4 que é menor do que 0” e “a raiz quadrada negativa de 4”.

Sentenças adverbiais de tempo e lugar são consideradas do mesmo modo que os nomes próprios e, por seu sentido não poder expresso por uma sentença independente, sua referência não é um valor de verdade nem seu sentido é um pensamento. Se tomarmos as frases “ele foi onde ela está” e “ele foi ali”, veremos que “onde ela está” não pode ser reproduzido em uma sentença independente, pode no máximo ser substituído por “ali”, que como não é um pensamento completo, não se refere a um valor de verdade.


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