segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

A comunicação

 Introdução

A comunicação é o processo pelo qual indivíduos trocam informações e atribuem significado às mensagens (Owens, 1990, referido em Cruz-Santos, 2002). De outro modo, comunicação é um processo que requer um emissor, que codifica ou formula a mensagem e, por outro lado, um receptor, que descodifica ou compreende a mensagem. Neste processo, cada um dos intervenientes deverá estar ciente das necessidades do parceiro de forma a assegurar que as mensagens sejam efectivamente significativas e compreendidas.

No entanto, há situações em que o emissor emite uma mensagem que o receptor, por sua vez, não consegue descodificá-la. Neste caso, pode se dizer que houve ou há uma dificuldade numa das partes, quer na parte do emissor ou do receptor, e assim sendo, diz-se que houve um problema na comunicação. Mas, tal como foi mencionado em epígrafe, o problema na comunicação pode ser devido a dificuldades do emissor ou do receptor, assim, fica a ideia de que há vários tipos de problemas de comunicação.

Portanto, o presente trabalho enquadra-se na cadeira de NEE (Necessidades Educativas Especiais), cadeira leccionada no curso de Ensino de Inglês, e, visa compreender a problemática da dificuldade de trabalhar na área de comunicação. Para a melhor compreensão dessa problemática, ira-se, em primeiro lugar, dar-se o conceito de dificuldades de comunicação, seguindo-se para a classificação, tipos e causas desses problemas e por fim os respectivos sinais de alerta. De salientar que, para a elaboração deste trabalho, recorreu-se a metodologia de pesquisa bibliográfica, onde baseou-se principalmente no trabalho de Cruz-Santos, (2002), com o tema: Problemas de Comunicação em alunos com necessidades especiais: Um contributo para a sua compreensão.

1.      Conceito de Comunicacao

Antes de falar das dificuldades de trabalhar na área de comunicação, é crucial dar conceitos ou definições do termo “comunicação” para melhor compreender as dificuldades de trabalhar na área de comunicação.Segundo Sim-Sim (1998:21) citado por Pereira (2012) comunicar é um processo de troca da informação que envolve a codificação, a transmissão e a descodificação de uma mensagem entre dois ou mais intervenientes. E de acordo com o Dicionário de Língua Portuguesa (2006:247) Comunicação é o acto ou efeito de comunicar, de trocar informação através de meios e códigos diversos, verbais ou não verbais.

A dificuldade na área de comunicação significa distúrbio dos processos psicológicos básicos envolvidos no entendimento ou no uso da linguagem falada ou escrita que se pode manifestar em uma aptidão imperfeita para ouvir, falar, ler, escrever, etc. Aínda no mesmo ponto, a ASHA (Associationof Speech-Language-Hearing), as dificuldades de comunicação são as perturbações da fala e da linguagem (Heward 2000). Assim sendo, a comunicação poder ser classificada em Verbal e Não-Verbal.

ü  Verbal (oral e escrita), isto é, a comunicação verbal oral constitui comunicação de palavras faladas entre dois ou mais pessoas. A comunicação verbal escrita refere se a comunicação através da escrita (ex. cartazes, bilhetes, cartas);

ü  Comunicação não-verbal (ex. tom da voz, linguagem corporal – postura, gestos, expressões faciais); a comunicação através de símbolos e a linguagem gestual incluem se também na comunicação não – verbal, mais também a comunicação sobre forma de símbolos (ex. fotografias, desenhos, bandas desenhadas, sinais de trânsito, etc.).


1.1.Dificuldades de Fala

Para Cruz-Santos (2002), as dificuldades de fala podem ser consideradas como as dificuldades da voz, da articulação dos sons da fala e da fluência. Estas dificuldades, que são observadas na transmissão e utilização do sistema oral, definem-se do modo seguinte:

·         Perturbação da voz: É definida como uma ausência ou produção diferente da intensidade, do timbre, do tom, da ressonância e/ou da duração.

·         Perturbação da articulação: É definida como uma produção diferente dos sons da fala.

·         Perturbação da fluência: É definida como um ritmo anormal da expressão verbal, caracterizada por dificuldades no ritmo e na velocidade.


1.1.1.      Dificuldades na articulação

A perturbação na articulação é a dificuldade mais comum de todas as dificuldades da fala nas crianças (ASHA, 1999, em Cruz-Santos, 2002). A idade e cultura da criança, pode determinar na capacidade de articulação clara e correcta das palavras. Dentro das perturbações da articulação, encontram-se os tipos de erros articulatórios mais comuns que são os seguintes: a substituição (substituição de um som difícil por outro mais simples. Ex.: “O sapato é meu” por “O tapatoé meu”); a distorção (o som é produzido de uma forma invulgar ou há uma mudança da ordem dos sons. Ex.: “O crocodilo” por “Ocorcodilo”); omissão (omissão de um ou mais sons difíceis na palavra. Ex.: “O frigorifico” por “O fifico”); e assimilação (um som adicional é inserido na palavra. Ex.: “Tenho um cão pequenino” por “Tenho um cão piquininho”).

1.1.1.1.Causas dos problemas de articulação

As causas dos problemas da articulação podem ser orgânicas (causa física ou neurológica) ou funcionais (quando não são identificadas causas orgânicas).

Ascausas orgânicasenvolvem: A fenda palatina, uma dentição malformada e Tumores.

Por sua vez, as causas funcionaisestão relacionadas com as oportunidades dadas às crianças para a aprendizagem e com padrões de fala inapropriados, incluindo as oportunidades de desenvolver uma fala adequada e a ausência ou presença de modelos.

1.1.2.      Dificuldades na voz

Tal como já foi dito, esta perturbação pode ser definida como uma ausência ou produção diferente da intensidade, do timbre, do tom, da ressonância e/ou da duração. Para Havard (2000), esta perturbação pode ser vista em duas vertentes, a fonação e a ressonância. A fonação diz respeito à produção de sons realizada pelas cordas vocais, quando este processo não é realizado de forma natural, a voz torna-se abafada ou rouca. Por sua vez, as perturbações ao nível da ressonância determinam-se pela produção de demasiados sons através da passagem dor ar pelas vias respiratórias (hipernasal) ou o contrário, a existência de pouca ressonância (hiponasal).


1.1.2.1.Causas dos problemas da voz

Os problemas da voz podem resultar de várias razões das quais, destacam-se as seguintes:

·         O excesso do trabalho vocal;

·         Lesões na laringe devido a acidentes ou procedimentos médicos;

·         Malformações congénitas da laringe;

·         Nódulos ou tumores.

Os problemas originados por excesso de vocalização são os mais comuns e de fácil prevenção em crianças em idade escolar (ASHA, 1999 in Cruz-Santos, 2002).


1.1.3.      Problemas de fluência

Entende-se por fluência, como um padrão na velocidade e ritmo durante o acto de fala. Ao falarmos, às vezes repetimos sílabas ou palavras, “misturamos” alguns sons das palavras, falamos rapidamente ou preenchemos pausas nas frases com expressões tais como “hmm”, “uh” ou “túsabes”. Esses acontecimentos podem estar relacionados a situações de estresse ou devido a pressão da situação. No entanto, quando isto é demasiado frequente e persistente até ao ponto de o falante não ser compreendido pelos outros ou quando o efeito da fala é tão intenso que se torna desconfortável, pode se estar diante de uma perturbação da fluência (Hallahan e Kauffman, 1997in Cruz-Santos, 2002).

Crianças entre os 3 e os 5 anos podem demonstrar disfluências durante o período de desenvolvimento da fala, sendo estas, consideradas como um percurso normal. A maioria das defluências que ocorrem durante este período começa a desaparecer aos 5 anos de idade. O tipo de disfluência mais frequente na infância é a gaguez, que afecta cerca de 2 por cento de crianças em idade escolar, manifestando-se mais em rapazes do que em raparigas (Smith e Luckasson, 1992, citados por Cruz-Santos, 2002).

Segundo Hardman, Drew e Egan (1996), quando a disfluência da fala ocorre, os ouvintes podem fiar desconfortáveis e tentar terminar as palavras, frases, ou enunciados pelo falante, podendo gaguez ser acompanhada por gestos, expressões faciais, ou movimentos do corpo. A gaguez tem um forte impacto nos ouvintes e recebe uma forte atenção por parte dos profissionais, ainda que não tenha uma prevalência tão grande como os outros problemas de comunicação.


1.2. Dificuldades da Linguagem

As perturbações da linguagem são definidas por dificuldades ou desvio do desenvolvimento da compreensão e/ou da produção de um sistema simbólico (falado, escrito ou outro) (Cruz-Santos, 2002). Esta perturbação envolve: a forma da linguagem (fonologia, morfologia e sintaxe); o conteúdo da linguagem (sistema semântico); e o uso ou função da linguagem (sistema pragmático), devendo ter-se em conta as combinações possíveis. Para o melhor entendimento dos tipos de perturbações, há que ter em conta os seguintes conceitos:

·         Forma (Fonologia, Morfologia e Sintaxe)

Diz respeito aos elementos linguísticos que contem sons e símbolos com significado, ou seja, às regras que orientam os sons e as suas combinações (fonologia), às regras que orientam a organização interna das palavras e às que especificam como as palavras devem ser ordenadas nos diferentes tipos de frases (sintaxe).

·         Conteúdo (semântica)

O aspecto do conteúdo da linguagem envolve a componente da semântica que é responsável pelo significado da língua e noções relacionadas. Inclui conhecer os significados acordados de determinadas cadeias de sons e saber combinar estas unidades noutras, mais vastas, também elas portadoras de significado (Oliveira, 1996).

·         Uso (pragmático)

O uso pragmático consiste num sistema psicolinguístico que padroniza o uso da linguagem na comunicação, em contextos sociais. Quando abordamos problemas de comunicação, algumas questões relacionadas com diferentes formas de comunicação poderão surgir, daí a necessidade de apresentarmos dois conceitos que estão relacionados com as variações da comunicação.

ü  Comunicação regional, social ou cultural

Consiste numa variação de um sistema simbólico utilizado por um grupo de indivíduos que reflecte e determina uma partilha de factores regional, social e cultural. Variações ou alterações no uso de um sistema poderão ser indicativo de interferências da língua materna. Uma variação regional, social ou cultural de um sistema não deverá ser considerada uma perturbação da linguagem ou fala.

ü  Comunicação alternativa e aumentativa

Consiste num sistema usado como suplemento à aquisição das competências linguísticas individuais. É dirigido aos indivíduos que apresentam uma fala temporariamente ou permanentemente inadequada para atender as necessidades na comunicação. Os dispositivos protésicos e/ou as ajudas técnicas poderão ser desenhadas individualmente para serem utilizadas como um sistema aumentativo de comunicação.

1.1.1.      Categorias dos Problemas da Linguagem

Hallahan (1997), descreveram 4 categorias relativamente as perturbações da linguagem: ausência da linguagem verbal; linguagem qualitativa diferente; atraso no desenvolvimento da linguagem; e interrupção no desenvolvimento da linguagem. Essas categorias são sumarizadas no quadro a seguir:

Tipo

Factores causais ou condições relacionadas

Ausência de linguagem verbal

A criança não apresenta ter linguagem receptiva ou linguagem expressiva espontânea aos três anos

·         Perda de audição congénita ou adquirida precocemente

·         Perturbações do desenvolvimento /DEFIENCIA MENTAL

·         Problemas emocionais graves


Linguagem qualitativa diferente

A criança apresenta uma linguagem diferente dos seus pares sem necessidades especiais, em qualquer estágio de desenvolvimento-por vezes, o significado de comunicação não existe ou está desfasado

·         Problemas emocionais graves

·         Dificuldades de aprendizagem

·         Deficiência mental/perturbações do desenvolvimento

·         Perda auditiva

Atraso do desenvolvimento da linguagem

A criança apresenta linguagem que obedece a sequência normal de desenvolvimento, mas com um atraso relativamente as crianças da mesma idade cronológica

·         Derivação experiencial

·         Pouca estimulação linguística

·         Deficiência mental

·         Perda auditiva


Interrupção do desenvolvimento da linguagem

O desenvolvimento da linguagem decorre normalmente mas poder ser interrompido por motivos de doença, acidente ou qualquer trauma; poderá ser adquirida uma perturbação da linguagem

·         Perda auditiva adquirida

·         Lesão cerebral, traumatismo craniano ou infecções


CORREIA (2008),apresenta os transtornos da fala subdivididos em quatro grupos principais:

ü  Afasia motora ou de expressão (afasia de Broca)

ü  Afasia sensorial ou receptiva (Afasia de Wernicke)

ü  Afasia de condução ou de sintaxe (afasia de Goldstein)

ü  Afasia global

Afasia motora ou de expressão (afasia de Broca) - Esta variedade surge sempre em consequência de lesão nas proximidades da área de Broca. Contudo é oportuno recordar que a área de Broca está muito próximo do córtex motor; assim, a pessoa, embora sabendo o que deseja falar ou expressar, vê-seimpossibilitado de fazê-lo devido à lesão dos centros neurológicos necessários à coordenação dos movimentos responsáveis pela emissão daqueles sons adequados para esta comunicação.Logo, recomenda-se testar a capacidade de escrita usando-se a mão não afectada, que é geralmente a esquerda.

ü  Afasia sensorial ou receptiva (Afasia de Wernicke)- Esse transtorno possui valor localizatório, pois quase que invariavelmente é devido a uma lesão na área de Wernicke do hemisfério cerebral dominante. Ocorre falta completa ou a parte de compreensão estando a fala preservada, fluente, mas desconexa. Uma lesão nesta área produz enormes problemas na capacidade de compreensão, já que esse e o local da transformação de sons em palavras.

ü  Afasia de condução ou de sintaxe (afasia de Goldstein) - Pacientes costumam exibir uma fala fluente, porém repleta de parafasias (uso incorrecto de palavras).

ü  Afasia global- Pacientes com este tipo de disfasia são os únicos que poderiam ser definidos como realmente afásicos, pois sua linguagem, extremamente limitada, resume-se à emissão de grunhidos ininteligíveis.


2.      Sinais de alerta

Para a AAP (Academia Americana de Pediatria), os pais são quem melhor pode detectar problemas na fala ou linguagem; mas para isso têm de estar atentos aos sinais de alarme, que são os seguintes:

Idade

Sinais de alerta

Idade

Sinais de alerta

0-6

meses

·         Não reagir a estimulação sonora

·         Não sorrir

6-12 meses

·         Deixar de produzir sons-jogo sonoro

·         Não reagir ao seu nome

·         Não reagir a sons familiares (telefone, porta, campainha).

12-18

meses

·         Não usar monossílabos

·         Não brincar e não estabelecer contacto ocular

18-24

meses

·         Não compreender instruções simples

·         Não combinar duas palavras para formar frases

24-36

meses

·         Utilizar apenas duas palavras

·         Não formar frases

36-48

meses

·         Utilizar discurso ininteligível

·         Não formar frases simples

48-60

meses

·         Não relacionar acontecimentos simples e recentes

·         Omitir e trocar sons nas palavras

·         Ter dificuldades em iniciar uma frase / repetir sílabas e palavras (gaguez)

60-72

meses

·         Utiliza frases mal estruturadas

·         Dizer palavras ininteligíveis

·         Ter um discurso incoerente




Conclusão

As dificuldades de trabalhar na área de comunicação estão directamente condicionadas pelos problemas da fala e da linguagem. No processo de ensino e aprendizagem, os alunos com dificuldades de comunicação, carregam consigo uma história que lhe confere uma particularidade que condiciona negativamente o seu processo de aprendizagem e ao mesmo tempo criando dificuldades nos educadores para trabalhar nesta área. Aos professores cabe a tarefa, por vezes muito difícil, de ajudar estas crianças a colmatar estas dificuldades que não comprometem só as suas aprendizagens escolares mas a sua vida em geral, dificultando a sua inclusão em grupos sociais, criando-lhes estigmas e frustrações.

A ajuda a estes alunos passa pela criação de estratégias de ensino aprendizagem e pela articulação entre os diferentes profissionais que acompanham o processo de desenvolvimento dos mesmos, com um destaque especial para a família, devendo esta conferir-lhe um suporte emocional que contribua para a sua estabilidade também fundamental para o sucesso educativo dos mesmos.

Sendo assim necessário o recurso a estratégias facilitadoras, com o objectivo destes alunos conseguirem adquirir as competências do currículo comum e tornarem-se alunos com o maior índice de sucesso escolar, pessoal e social.Neste processo, o professor tem um papel de importância estratégica, conhecer os alunos no ambiente onde estas dificuldades mais se manifestam, e estar preparados para trabalhar com estes alunos com ou sem apoio de educação especial.Assim como todos os profissionais que lidam com a área de comunicação, deve estar atento para os sinais de alerta e factores de risco para alterações no desenvolvimento da linguagem.

A

Referências bibliográficas

1.      ----------------- (2006). Dicionário de Língua Portuguesa

2.      American Academy of Podiatry (AAP). Guides to your Child’s Symptoms: Speech development: www.aap.org/pubserv/speech.htm. (20.08.2019).

3.      Correia, L. (2008) Inclusão e Necessidades Educativas Especiais. 2a edição, Porto Editora.

4.      Cruz-Santos, A. (2002). Problemas de Comunicação em Alunos com Necessidades Especiais: Um Contributo para a sua Compreensão. Universityof Minho.

5.      Hardman, M., Drew, C., e Egan W. (1996). Human Exceptionality: Society, School and Family. Boston: Allyn and Bacon.

6.      Heward, W. (2000). Exceptional Children: An Introduction to Special Education. New Jersey: Merrill Publishing Company.

Transtorno do défice de atenção com hiperatividade (TDAH)

Conceito de TDAH

De acordo com Falardeau (1999), Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD.


De um modo geral a desordem por défice da hiperactividade é um estado excessivo de energia, que pode ser motora (física, muscular) ou mental (intenso fluxo de pensamentos). Portanto, se algum órgão ou glândula do nosso corpo estiver trabalhando em demasia, dizemos que ele está hiperactivo (como no caso da glândula tiróide no hiperactivo).

Para Barkley (2008). O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é o transtorno mais comum em crianças e adolescentes encaminhados para serviços especializados. Ele ocorre em 3 a 5% das crianças, em várias regiões diferentes do mundo. Em mais da metade dos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos. Crianças e adolescentes com desordens por défice da hiperactividade podem apresentar mais problemas de comportamento, como por exemplo, dificuldades com regras e limites.

Em adultos, ocorrem problemas de desatenção para coisas do quotidiano e do trabalho, bem como com a memória (são muito esquecidos). São inquietos (parece que só relaxam dormindo), vivem mudando de uma coisa para outra e também são impulsivos (“colocam os carros na frente dos bois”). Eles têm dificuldade em avaliar seu próprio comportamento e quanto isto afecta os demais à sua volta. São frequentemente considerados “egoístas”. Eles têm uma grande frequência de outros problemas associados, tais como o uso de drogas e álcool, ansiedade e depressão.

 Em geral o hiperactivo é desatento, não possui um bom desempenho na escola e tende a ter problemas com a leitura e outras tarefas académicas. Frequentemente esse transtorno pode ser acompanhado de outros atrasos no desenvolvimento como dificuldade na fala e falta de habilidade (desprazia). A hiperactividade é um estado de actividade motora excessiva que pode se manifestar por sintomas de inquietação, nervosismo e movimentos excessivos onde as crianças estão sempre correndo, pulando e saltitando ao invés de andarem. É comum vê-las se esbarrando nas pessoas ou nos móveis, tropeçando, caindo e se machucando, pois quase sempre estão se colocando em lugares perigosos. Todo esse comportamento excessivo com frequência se acompanha de uma dificuldade de concentração e manutenção do foco para prestar atenção nas aulas, realizar as tarefas, ler, fazer os deveres de casa e até para brincar de forma calma e segura com os colegas. A fala é excessiva, podendo ser desorganizada pela “pressa para falar”, e por vezes é muito acelerada parecendo que vão gaguejar.

Os principais alertas de sinais da hiperactividade em crianças são:

●       Estar sempre inquieto

●       Estar sempre se mexendo (pés e mãos) e tamborilando dedos

●       Sempre se levantar quando é para ficar sentado

●       Ficar correndo, perambulando e falando excessivamente

●       Ter dificuldades em participar de brincadeiras calmas

Algumas crianças hiperactivas se retraem por conta da própria hiperactividade, por exemplo. Nas queimadas, sempre são queimados, caem mais, são desajeitados; nas Escolas sofrem mais bullying e também costumam ser deixados de lado pelos colegas. Por isso alguns meninos hiperactivos podem optar por brincarem sozinhos, alguns até com brincadeiras ‘mais protectoras’ e que não vão machucá-los.

Os principais alertas de sinais da hiperactividade em adultos são:

●       Inquietude interna e ansiedade

●       Dificuldade de ficar sentado em reuniões

●       Tendência a ser workaholic, ou seja, viciado em trabalho

●       Falar excessivamente

●       Fumar e ou beber em demasia

Apesar dos sintomas mais notórios da hiperactividade serem da responsabilidade do cérebro, outras partes do corpo humano também têm um papel importante na hiperactividade. Pescoço, coluna, sistema imunitário, sistema digestivo e urinário estão envolvidos na hiperactividade. Por isso é que muitas crianças e adultos com hiperactividade têm:

●       Problemas respiratórios como bronquite e asma

●       Má postura física Um andar descoordenado ou desengonçado

●       Tendência para tropeçar, ir contra coisas, quedas e acidentes

●       Pouca habilidade com trabalhos ou actividades manuais

Tipos de Transtorno por défice da hiperactividade

De acordo com Barkley (2008) existem dois tipos de TDAH:

●       Hiperactividade motora

●       Hiperactividade mental

Hiperactividade motora: Basicamente na criança, a hiperactividade está ligada à motricidade, aos movimentos. É a criança agitada, que não para quieta um segundo sequer, com o bicho-carpinteiro, como dizem as pessoas.

Hiperactividade mental: profusão de pensamentos de modo desorganizado, em excesso, prejudicando o raciocínio da criança, além de tender a deixá-la desatenta, ansiosa, irritada e ou agressiva.


Causas do TDAH

Sosin (2006) argumenta que, já existem inúmeros estudos em todo o mundo demonstrando que a prevalência do TDAH é semelhante em diferentes regiões, o que indica que o transtorno não é secundário a factores culturais (as práticas de determinada sociedade, etc.), o modo como os pais educam os filhos ou resultado de conflitos psicológicos.

Estudos científicos mostram que portadores de TDAH têm alterações na região frontal e as suas conexões com o resto do cérebro. A região frontal orbital é uma das mais desenvolvidas no ser humano em comparação com outras espécies animais e é responsável pela inibição do comportamento (isto é, controlar ou inibir comportamentos inadequados), pela capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole, organização e planejamento. O que parece estar alterado nesta região cerebral é o funcionamento de um sistema de substâncias químicas chamadas neurotransmissores (principalmente dopamina e noradrenalina), que passam informação entre as células nervosas (neurônios). Existem causas que foram investigadas para estas alterações nos neurotransmissores da região frontal e suas conexões.

As causas mais comuns são as de ordem genética e ambiental (uma susceptibilidade genética em interacção directa com factores ambientais).

De forma resumida podemos dizer que as causas do TDAH são:

Em crianças, podem existir as seguintes causas de hiperactividade:

●       Complicações no parto, como hipoxia, partos prolongados e traumáticos ao bebé 

●       Ambiente familiar desorganizado, caótico, desestruturado

●       Maus tratos e abuso

●       Problemas situacionais como crises familiares (luto, separação parental e outras) levando a quadros de hiperactividade reactiva

●       Uso de álcool, tabaco, substâncias psicopáticas pela mãe durante a gestação

●       Complicações na gestação, como injúria fetal, lesão cerebral

●       Parto prematuro e baixo peso do bebé

●       Complicações no parto, como hipoxia, partos prolongados e traumáticos ao bebé

Para os adultos, as causas mais comuns para hiperactividade são:

●       Uso em excesso de medicamentos psicostimuleantes, drogas (cocaína), cafeína, tabaco

●       Síndrome de abstinência de drogas

●       Exposição a pesticidas e/ou adubos agrícolas e a produtos químicos

●       Exposição a produtos domésticos com princípio activo muito forte como diluente, amoníaco ou vernizes

●       Meio familiar caótico, desorganizado, dinâmica agressiva

●       Distúrbios emocionais, instabilidade no emprego e nos relacionamentos.

●       Transtornos psiquiátricos como, por exemplo, transtorno bipolar, mania agitada, entre outros 

●       Doenças de cérebro vasculares e outras do doenças do sistema nervoso central

●       Intoxicação por chumbo, mercúrio e outros metais pesados.



Conclusão

No decorrer da nossa pesquisa, entendemos, que o TDAH é realmente um transtorno e como tal, merece e deve ser tratado, visto que, na maioria dos casos, a criança hiperativa pode obter mais sucesso se for acompanhada de uma acção multidisciplinar, que poderá envolver professores, pais terapeutas, médicos e medicamentos. O psicopedagogo poder’a ser o elo principal entre a família e os especialistas envolvidos, durante o tratamento do TDAH, pos seu papel não é o de dar diagnóstico e sim de esclarecer aos pais que o transtorno não tratado gera inúmeras complicações para seu portador, no convívio social, muitas vezes levando à insatisfação, depressão, rejeição, busca das drogas, enfim à infelicidade. Avaliamos ser de suma importância os estudos sobre o TDAH e a divulgação dos mesmos nos ambientes escolares não so na faculdade como um trabalho científico, pois quanto mais  conhecimentos obtivermos sobre este assunto, muito mais poderemos contribuir para amenizar o sofrimento e o fracasso de nossas crianças.



Desenvolvimento humano - trabalho feito

 Desenvolvimento humano

O termo “desenvolvimento humano” é utilizado para indicar um processo complexo de transformação contínua, dinâmica e progressiva que começa com a vida, isto é, na concepção, e a acompanha, sendo agente de modificações e aquisições, (NUNES-2007). Para ele este processo ocorre durante todo o ciclo vital, por meio da interação entre as características biológicas individuais (crescimento e maturação) com o meio ambiente ao qual o sujeito é exposto. “O termo meio ambiente deve ser entendido como algo muito amplo, que envolve cultura, sociedade, práticas e interações”

Por sua vez, DAVIS (1994) citada por PIRES (2001), o desenvolvimento humano se estabelece através da interação do indivíduo com o ambiente físico e social. Ele volta a enaltecer que esse desenvolvimento é caracterizado pelo desenvolvimento mental e pelo crescimento orgânico. O desenvolvimento mental se constrói continuamente e se constitui pelo aparecimento gradativo de estruturas mentais. As estruturas mentais são formas de organização da atividade mental que vão se aperfeiçoando e se solidificando, até o momento em que todas elas, estando plenamente desenvolvidas, caracterizarão um estado de equilíbrio superior em relação à inteligência, à vida afetiva e às relações sociais. Algumas estruturas mentais podem permanecer ao longo de toda a vida, como, por exemplo: a motivação.

Outras estruturas são substituídas a cada nova fase da vida do indivíduo. Como por exemplo:

·         A obediência da criança é substituída pela autonomia moral do adolescente.

·         A relação da criança com os objetos que, se dá primeiro apenas de forma concreta se transforma na capacidade de abstração.


Importancia do estudo do Densevolvimento humano

Cada fase do desenvolvimento humano: pré-natal, infância, adolescência, maturidade e senescência; apresentam características que as identificam e permitem o seu reconhecimento.

O seu estudo possibilita uma melhor observação, compreensão e interpretação do comportamento humano. Distinguindo como nascem e como se desenvolvem as funções psicológicas do ser humano para subsidiar a organização das condições para o seu desenvolvimento pleno.

Factores que influenciam o Desenvolvimento humano

Diversos fatores indissociáveis e em contínua interação que afetam todos os aspectos do desenvolvimento Humano, (NUNES-2007).

Hereditariedade

É o conjunto de processos biológicos que asseguram que cada ser vivo receba e transmita informações genéticas através da reprodução, sendo responsável pelos muitos aspectos da forma do corpo, do funcionamento dos órgãos e do tipo de comportamento. A carga genética define o potencial do indivíduo, que pode ou não se desenvolver. Temos como exemplo as pesquisas que comprovam os aspectos genéticos da inteligência, no entanto, ela pode desenvolver-se aquém ou além do seu potencial, dependendo das condições do meio que encontra.

É a carga genética do indivíduo que será capaz de estabelecer a sua potencialidade, que poderá ou não se desenvolver. Exemplo: a inteligência poderá se desenvolver ou não dependendo das condições que o ambiente proporcionar.

Crescimento orgânico

É o processo responsável pelas mudanças do organismo tanto em tamanho como em complexidade. Refere-se às transformações do organismo como um todo, sofrendo influências tanto ambientais quanto do processo maturacional. Por exemplo, pense nas possibilidades de descobertas de uma criança, quando começa a engatinhar e depois a andar, em relação à quando esta criança estava no berço com alguns dias de vida. E logo percebemos que a estruturação do esqueleto permite à criança alcançar objetos que antes ela não conseguia.


Maturação neurofisiológica

Esta diz respeito ao processo de evolução da maturação do sistema neurofisiológico, tornando possíveis determinados padrões de comportamento. Como exemplo, temos o processo de alfabetização, que depende dessa maturação, pois para segurar o lápis e manejá-lo como um adulto é necessário um desenvolvimento neurológico que a criança dos seus 2 ou 3 anos de idade não possui.

Meio

Diz respeito ao conjunto de influências e estimulações ambientais que interferem nos padrões de comportamento do indivíduo, incluindo neste termo a cultura, sociedade, práticas e interações.

Exemplo: se a estimulação verbal for muito intensa, uma criança de 3 anos pode ter um repertório verbal muito maior do que a média das crianças de sua idade, mas, ao mesmo tempo, pode ter dificuldades para subir e descer uma escada, porque esta situação pode não ter feito parte de sua experiência de vida. Outro exemplo pode ser notado numa criança que   o incentivo à leitura for muito intenso, uma criança aos cinco anos já pode saber reconhecer as letras e escrever, mas ao mesmo tempo, outra que não teve incentivo pode não as reconhecer e nem as escrever


Princípios do desenvolvimento humano

Apesar dos processos implícitos ao crescimento serem bastante complexos, tanto antes quanto após o nascimento, o desenvolvimento humano ocorre de acordo com princípios gerais que são encontradas em todas as pessoas, conforme apresentado a seguir (Pinheiro, 2013):

1) - O desenvolvimento humano é um processo ordenado e contínuo, dividido em quatro fases principais: infância, adolescência, idade adulta e senescência;


2) - O desenvolvimento humano se realiza da cabeça para as extremidades; sequência acéfalo-caudal: a criança sustenta primeiro a cabeça, para só então levantar o tronco, sentar e andar; progride do centro para a periferia do corpo; sequência próximo distal: a criança movimenta primeiro os braços, para depois movimentar as mãos e os dedos;


3) - O indivíduo tende a responder sempre de forma mais específica as estimulações do meio. Cada vez mais vão se especializando os movimentos do corpo para respostas específicas. A fala se torna mais abrangente em relação aos objetos a serem designados etc. O desenvolvimento se dá do geral para o específico;


4) - Os órgãos não crescem de maneira uniforme. Enquanto o cérebro, por exemplo, se desenvolve rapidamente na infância, as outras partes do corpo seguem ritmos diferenciados, as vezes de forma lenta em outras aceleradamente;


5) - Cada indivíduo se desenvolve de acordo com um ritmo próprio que tende a permanecer constante segundo seus padrões de hereditariedade, se não for perturbado por influências externas, como má alimentação; ou internas, como doenças;


6) - Todos os aspectos do desenvolvimento humano são inter-relacionados, não podendo ser avaliados sem levar em conta essas mútuas interferências.


Aspectos do densevolvimento humano

Entendido em sua globalidade, o desenvolvimento pode ser dividido em quatro aspectos, para facilitar o estudo. Os aspectos são:

a)      -  Aspecto físico-motor

 É a consideração do crescimento orgânico, da maturação neurofisiológica, da capacidade de manipulação de objetos e do exercício do próprio corpo. Exemplo: a criança que consegue procurar um brinquedo debaixo da cama por já conseguir coordenar os movimentos das pernas, pés, tronco, braços e mãos.

b)     -  Aspecto intelectual

É a capacidade de pensar, de raciocinar. Exemplo: A criança que para alcançar um pacote de bolachas em cima do armário, usa de um banquinho para alcançar as bolachas, ou seja, como percebeu que sua altura não era suficiente para alcançá-las, planejou sua ação através do uso de uma ferramenta (o banquinho) e conseguiu realizar a ação.

c)      -  Aspecto afetivo-emocional

É o modo particular de cada indivíduo integrar suas experiências, é o sentir. Exemplo: o medo da criança frente o comentário de sua professora no desempenho de uma atividade, a alegria de receber um presente.


  d) - Aspecto social

É a maneira como o indivíduo reage diante das situações que envolvem outras pessoas. Exemplo: na sala de aula, é fácil observar que algumas crianças procuram outras para a realização de suas tarefas enquanto outras permanecem sozinhas.

FIM

comunicação - Diferença entre linguagem e fala

 Introdução

comunicação é um meio pelo qual o indivíduo recebe e expressa a linguagem, sendo um elemento essencial para a socialização e integração na comunidade. Portanto, os distúrbios da comunicação causam impacto direto sobre a vida social da criança e sobre o sucesso acadêmico e ocupacional, sendo reconhecidos como importantes questões de saúde pública. Os distúrbios da comunicação constituem algumas das doenças infantis mais prevalentes, manifestando-se como atraso ou desenvolvimento atípico envolvendo componentes funcionais da audição, fala e/ou linguagem em níveis variados de gravidade. Na maioria das vezes esses distúrbios são percebidos pelos pais, que referem que a criança tem dificuldade para falar ou que não fala, é dificilmente compreendida, incapaz de dizer alguns sons corretamente ou que gagueja. Sabe-se, por exemplo, que crianças com atraso no desenvolvimento da linguagem irão apresentar, na idade escolar, importantes e persistentes anormalidades neuropsicológicas, entre elas os transtornos específicos de aprendizagem.

É importante perceber o que é retardo oral de modo entender melhor as suas consequencias e seu impacto no processo de ensino, seja como pai ou preofessor.

Para melhor explicar sobre o retardo oral abordamos a diferença entre fala e linguagem, o conceito do retardo oral, tipos de retardo oral, causas do retardo oral e cuidados a ter com a voz.

Diferença entre linguagem e fala

Antes de desenvolver sobre o retardo oral é importante estabelecer uma diferença entre a linguagem e a fala. Linguagem é o sistema através do qual o homem comunica suas ideias e sentimentos, seja através da fala, da escrita ou de outros signos convencionais. Porém Andrade citado Letícia Piment no seu artigo (Distúrbios da fala e da linguagem na  infância) elabora  detalhadamente o conceito dizendo que  linguagem é o sistema simbólico usado para representar os significados em uma cultura, abrangendo seis componentes: fonologia (sons da língua), prosódia (entonação), sintaxe (organização das palavras na frase), morfologia (formação e classificação das palavras), semântica (vocabulário) e pragmática (uso da linguagem). Enquanto a fala é o canal que viabiliza a expressão da linguagem e corresponde à realização motora da linguagem. Em outras palavras, a linguagem significa trocar informações (receber e transmitir) de forma efetiva, enquanto que a fala refere-se basicamente à maneira de articular os sons na palavra (incluindo a produção vocal e a fluência).


Retardo oral ou atraso de linguagem

O retardo oral não tem para todos a mesma origem, a mesma evolução. Retardo oral ou atraso de linguagem misturam-se problemas diversos em sua expressão, origem e gravidade (Airmard, 1998). Crianças com atraso de linguagem, não apresentam necessariamente o mesmo problema ou as mesmas dificuldades. Algumas não irão precisar de atendimento terapêutico específico e apenas com orientações aos pais, poderão superar o atraso. Outras necessitarão de atendimento terapêutico para superarem suas dificuldades e por outro lado, outras, mesmo com atendimento, não conseguirão superar totalmente as dificuldades que poderão persistir até a idade adulta.

Um outro aspecto, que também na linguagem poderão apresentar futuramente dificuldades acadêmicas, por isso, o diagnóstico e é desconhecido por muitos pais e até por profissionais da área, é que a linguagem oral está diretamente relacionada à aprendizagem. Crianças que apresentaram problemas ou dificuldades o tratamento precoce são fundamentais.


Causas de retardo oral

As etiologias das alterações da linguagem e da fala podem envolver aspectos genéticos, degenerativos, lesionais, ambientais e/ou emocionais. Alguns autores classificam os transtornos com base em dois tipos de fatores que podem alterar e incidir desfavoravelmente na evolução da comunicação e da linguagem:

Fatores orgânicos, sejam eles genéticos, neurológicos ou anatômicos e fatores emocionais. Entretanto, outros autores consideram que a diferenciação entre os transtornos de etiologia orgânica e psicológica pode resultar mais útil no adulto, embora ambos os tipos de fatores devam ser considerados de forma integrada. Na criança essa diferenciação está ultrapassada, já que o efeito de qualquer fator orgânico ou psicológico tem repercussões sobre o conjunto de processos de ordem psicológica que constituem a aquisição e o desenvolvimento da linguagem. .

Tipos de Transtornos de Linguagem

Os transtornos que interferem na comunicação do indivíduo, podem estar relacionados à fala, à linguagem, à audição ou à voz.

Letícia Piment cita também Ardouin para falar dos tipos de linguagem, onde classifica em quatro (4).


Dislalia

Normalmente até os 6 anos de idade, a maioria dos sons da fala já está adquirida. A dislalia ou transtorno específico de articulação da fala corre quando a aquisição dos sons da fala pala criança está atrasada ou desviada, levando a:

·         má articulação e conseqüente dificuldade para que os outros a entendam;

·         omissões, distorções ou substituições dos sons da fala;

·         inconsistência na coocorrência de sons (isto é, a criança pode produzir fonemas corretamente em algumas posições nas palavras, mas não em outras). 2

A gravidade do distúrbio articulatório varia de pouco ou nenhum efeito sobre a inteligibilidade da fala até uma fala completamente ininteligível, embora mesmo nestes casos, as pessoas da família compreendam o que a criança quer expressar. 


Disfemia

A disfemia é conhecida pela dificuldade em manter a fluência da expressão verbal, é um transtorno de fluência da palavra, que se caracteriza por uma expressão verbal interrompida em seu ritmo, de maneira mais ou menos brusca. O tipo mais comum de disfemia é a gagueira, também chamada de tartamudez.

A tartamudez se caracteriza pela interrupção da fluência verbal, por meio de repetições ou prolongamento dos sons, sílabas ou palavras. Freqüentemente, ela vem acompanhada de movimentos corporais, como balançar os braços e as mãos, piscar os olhos ou tremor labial, na tentativa de superar o bloqueio da fala. Observa-se que a freqüência e a intensidade da gagueira estão associadas ao estado emocional do indivíduo.

Muitas crianças apresentam uma disfluência, também chamada gagueira fisiológica, entre os dois e cinco anos de idade, o que é considerado normal, visto que o desenvolvimento e a aquisição da linguagem se dão de forma intensa nesse período. A criança apresenta uma fala vacilante, repetições de vocábulos, semelhantes ao gaguejar, mas assim como a disfluência aparece, com o desenvolvimento da criança ela cessa. Recomenda-se não chamar a atenção da criança a respeito desse comportamento, nem corrigi-la ou completar frases e palavras por ela. Nessa fase pais e professores necessitam paciência e a espera para que a criança possa voltar a falar com ritmo normal. A procura por um tratamento só deve ser feita se a disfluência permanecer após essa fase.

Não se reconhece uma etiologia única para a gagueira, e as formas terapêuticas e abordagens de tratamento são variadas, visando em alguns casos uma melhor adaptação social e emocional, passando pelo enfrentamento de situações de exposição verbal, pela diminuição da ansiedade e o aumento da auto-estima. 


Afasia

As afasias compreendem os transtornos de linguagem causados por uma lesão cerebral, ocorrida após a aquisição total da linguagem ou durante seu processo. Existem diferentes tipo de afasias, porém elas são definidas de acordo com o local lesionado.

Independente do local da lesão, a afasia é vista como um transtorno de linguagem no qual existe uma perda parcial ou total da capacidade de expressão dos pensamentos por sinais e da compreensão dos mesmos. Assim, entende-se que a afasia é a incapacidade de compreender a palavra falada, de leitura e escrita, embora essas últimas se apresentem em graus variáveis. 


Disfonia

É o principal sintoma de distúrbio da comunicação oral, no qual a voz produzida não consegue, apresenta dificuldades ou limitações em cumprir seu papel básico de transmissão da mensagem verbal e emocional do indivíduo (Casanova, 1992). Uma disfonia representa toda e qualquer dificuldade ou alteração na emissão natural da voz. Portanto, toda disfonia é uma limitação vocal, podendo ser classificada em um dos quatro graus de intensidade: Grau leve - disfonia eventual ou quase imperceptível, e o trabalhador consegue desempenhar suas atividades vocais habituais com mínima dificuldade, rara fadiga, e sem interrupções;

Grau moderado - disfonia percebida continuamente, a voz é audível, com oscilações, e o trabalhador consegue desempenhar suas atividades vocais habituais, com percepção (por si próprio e/ou por ouvintes) de esforço, falhas, fadiga eventual a frequente e necessidade de interrupções; Grau intenso - disfonia constante, a voz torna-se pouco audível, e o trabalhador não consegue desempenhar suas atividades, ou o faz com grande esforço, intensa fadiga e com grandes interrupções.

Grau extremo ou afonia – é a “quase ausência” ou “total ausência” de voz, a voz torna-se inaudível, exigindo escrita ou mímica para que a pessoa se faça entender e o trabalhador não consegue desempenhar suas atividades.


Tipos de disfonias

 Funcionais (ou primárias): quando o uso da voz é a causa da disfonia;

 Comportamentais: uso incorreto da voz, uso abusivo da voz, psicogênicas;

Orgânicas (ou secundárias): quando a voz apenas reflete uma alteração cuja causa independe da produção vocal Laringopatia. Representa o quadro de sinais e sintomas (ou síndrome) resultado do conjunto de quaisquer alterações, disfunções e/ou enfermidades laríngeas, do aparelho fonador ou de quaisquer outros sistemas orgânicos que possam repercutir na voz e/ou na fala, ou seja, causadas pelo mau uso ou abuso da voz.


Cuidados a ter com a voz

De acordo com o site (dica de saúde) no seu artigo sobre cuidados com a voz:

A voz é produzida na laringe através da vibração das pregas vocais (popularmente conhecidas como cordas vocais), que realizam seu movimento graças ao fluxo de ar que vem dos pulmões na expiração e a ação dos músculos da laringe. Este som vai se modificando na faringe, cavidade bucal, nasal e seios da face. Por fim, é articulado transformando-se em fala.

Existem várias cuidados que os ajudam a manter a voz saudável tais como:

·         Hidratar o organismo: beber de 7 a 8 copos de água por dia, em temperatura ambiente;

em ambientes com ar condicionado, que resseca as mucosas, intensificar a hidratação;

·         Tossir ou pigarrear excessivamente provoca atrito nas pregas vocais, podendo feri-las;

·         Falar sem esforço e articule bem as palavras;

·         Manter uma boa postura corporal ao falar ou cantar;

·         Ter uma alimentação saudável, rica em frutas e proteínas; 

·         Reduzir a quantidade de fala durante quadros gripais, crises alérgicas e período pré-menstrual;

·         Evitar falar por longos períodos, principalmente em ambientes ruidosos; 

·         Evitar gritar e dar gargalhadas exageradas;

·         Evitar ingerir leite e derivados, bebidas gasosas e chocolate, antes de utilizar a voz continuamente;

·         Evitar ingerir álcool em excesso, bem como outras drogas;

·         Cuidado ao cantar inadequadamente ou abusivamente.



Conclusão

Até hoje em dia existe grande dificuldade em diferenciar a fala da linguagem. Uma forma simples de diferencia estes conceitos é:  linguagem significa trocar informações (receber e transmitir) de forma efetiva, enquanto que a fala refere-se basicamente à maneira de articular os sons na palavra (incluindo a produção vocal e a fluência).

O retardo oral não tem para todos a mesma origem, a mesma evolução. Retardo oral ou atraso de linguagem misturam-se problemas diversos em sua expressão, origem e gravidade. Um outro aspecto, que também na linguagem poderão apresentar futuramente dificuldades acadêmicas, por isso, o diagnóstico e é desconhecido por muitos pais e até por profissionais da área, é que a linguagem oral está diretamente relacionada à aprendizagem.

Existem diferentes tipos de transtorno de linguagem tais como: dislalia que é um transtorno específico de articulação da fala corre quando a aquisição dos sons da fala pala criança está atrasada ou desviada;

Disfemia é conhecida pela dificuldade em manter a fluência da expressão verbal, é um transtorno de fluência da palavra, que se caracteriza por uma expressão verbal interrompida em seu ritmo, de maneira mais ou menos brusca.;

Afasia compreende os transtornos de linguagem causados por uma lesão cerebral, ocorrida após a aquisição total da linguagem ou durante seu processo;

E disfonia que é o principal sintoma de distúrbio da comunicação oral, no qual a voz produzida não consegue, apresenta dificuldades ou limitações em cumprir seu papel básico de transmissão da mensagem verbal e emocional do indivíduo.

Existem algumas formas de cuidar da voz e mantê-la saudável. Para isso é preciso hidratar o corpo bebendo muita água, evitar gritos e gargalhadas exageradas, evitar ingerir quantidades altas de alcóol, e.t.c.


FIM