1.INTRODUҪÃO
O algodão (Gossypium hirsutum
L) provem de uma planta denominada algodoeiro. Conforme a variedade
pode ser uma arvore ou um arbusto, com folhas alternadas e que dão flores
amarelas ou vermelhas. (Jonasse Tuia 2010)
O algodoeiro pertence ao grupo de
plantas dicotiledóneas, família Malvaceae e tem como nome científico, Gossypium
hirsutun L. À raça Latifolium Hutch, pertence o algodoeiro “herbáceo” e à raça
Marie Galante Hutch, pertence o algodão “arbóreo”. O algodão é uma planta
erecta, anual, dotada de raiz principal cónica, pivotante, profunda e com
pequeno número de raízes secundários grossas e superficiais. (Jonasse Tuia
2010)
As folhas são pecioladas,
geralmente cordiformes, de consistência coriácea ou não e inteiras ou
recortadas (3 a 9 lóbulos). As flores são hermafroditas, axilares, isoladas ou
não, cor creme nas recém-abertas (que passa de rósea e purpúreo) com ou sem
mancha purpúrea na base interna. Elas se abrem a cada 3-6 dias entre 1-10 horas
da manhã. Os frutos são cápsulas de deiscência (abertura) longitudinal, com 3 a
5 lojas cada uma encerrando 6 a 10 sementes. (Jonasse Tuia 2010)
As sementes são revestidas de
pêlos mais ou menos longos, de cor variável (creme, branco, avermelhado, azul
ou verde) que são fibras (os de maior comprimento) e linter (os de menor
comprimento e não são retirados pela máquina beneficiadora – o Mocó não mostra
linter). (Jonasse Tuia)
1.1.Origem e expansão do
algodoeiro
Não se sabe ao certo quando é a
planta do algodão começou a ser conhecida e utilizada pelo homem, estima-se que
pelo menos 2000 anos o homem tenha conhecido e começado a utilizar a planta do
algodoeiro. Dados e relatos históricos de viajantes e historiadores apontam os
indianos como tendo sido os primeiros na domesticação da planta, e uso
industrial da fibra do algodão.( Jonasse Tuia 2010)
Em Moçambique o algodão é
produzido em Inhambane, tete, Nampula, Gaza, Cabo delegado e Manica, em regime
de fomento, sendo o sector familiar é o principal produtor. ( Hedges 1993)
1.1Importância do uso do
algodoeiro
O algodão e considerado a mais
importante das fibras têxteis, naturais ou artificiais, e também a planta de
aproveitamento mais completo e que oferece os mais variados produtos de
utilidade. ( Jonasse Tuia 2010)
Actualmente cerca de 18 países
cultivam o algodoeiro, economicamente, liderados pela China, E.U.A. Índia. Por
sua grande resistência a seca o algodoeiro constitui-se uma das poucas opções
para o cultivo em regiões semiáridas, podendo fixar o homem ao campo, gerar
emprego e renda no meio rural. (Jonasse Tuia 2010)
Do algodão quase tudo é
aproveitado, os restos de cultura – caule, folhas, maçãs, capulhos – são
utilizados na alimentação de animais em geral. O caroço é rico em óleo (18 a
25%) e contém 20-25% de proteína bruta; óleo extraído da semente é refinado e
destinado à alimentação humana e fabricação de margarina e sabões. O bagaço é
destinado a alimentação animal (bovinos, aves, suínos) devido ao seu valor
proteico (40-45% de porteira bruta), (Jonasse Tuia 2010)
1.2.Objectivos
Objectivo geral
v Produzir
algodão para a comercialização venda para as industrias
processadoras, como o caso de Xinavane e Maragra.
Objectivo específico
v Descrever
todas as práticas culturais da cultura de algodão
v Identificar
os tipos de solo adequado
v Identificar
os sistemas de cultivo desta cultura e seu ciclo de vida
2.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O algodão que é considerado a
mais importante das fibras têxteis, naturais ou artificiais, e também a planta
de aproveitamento mais completo e que oferece os mais variados produtos de
utilidade. ( Massango 1996)
As primeiras referencias
históricas do algodão vem de muitos seculos antes de cristo. Na América,
vestígios encontrados no litoral norte do peru evidenciam que povos milenares
daquela região já manipulavam o algodão. Com os incas, o artesanato têxtil
atingiu culminância, pois amostras de tecidos de algodão, por elas deixados,
maravilham pela beleza, perfeição e combinação de cores. Segundo( Jonasse Tuia
(2010)
2.1 Classificação
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Malvales
Família: Malvaceae
Género : Gossypium L
2.2 Clima e solo
O algodão é uma planta de clima
tropical e não é muito exigente em água. As chuvas devem ser muito bem
distribuídas durante o crescimento da planta mas devem ser escassas durante a
floração e ausentes no período de abertura das cápsulas. Os solos devem ser
profundos (2m ou acima), porosos, bem drenados, textura média, ricos em
elementos minerais (N, P^2 0^5) e pH entre 5,5 e 6,5. O terreno deve apresentar
declividade abaixo de 10% e não deve estar acima de 1.500m. de
altitude. (Jonasse Tuia 2010).
2.3 Época de sementeira
O plantio desta cultura deve ser
feito no início das primeiras chuvas. Isso e para garantir que a floração
chegue antes de começar o período mais frio, isto diminui a presença dos
bicudos nas plantas e elimina a queda de botões florais. (Jonasse Tuia 2010)
Afirma-se que teoricamente, como
exige, no que se refere ao solo, preferindo queles de textura media, profundos,
ricos em matéria orgânica, permeáveis, bem drenados e de boa fertilidade. No
entanto trata se de uma cultura de larga adaptação e ela adapta se a qualquer
tipo de condições edafoclimáticas e em diversos tipos de solos.
A grande importância que o
algodão ia adquirindo, em contraste com o atraso de sua produção no pais,
começou a despertar, desde o início do século interesse pela pesquisa
agronómica. (Jonasse Tuia)
Todavia, com a expansão da
cultura, alastra-se também as pragas. Aparecem condições climáticas
desfavoráveis ao algodoeiro e favoráveis a incidência das pragas, provocando
alarmante queda de produtividade da cultura. (Jonasse Tuia 2010)
2.4 Pragas e doenças frequentes.
ü Broca
da raiz (Eutinobothrus brasiliensis)
ü Broca
do ponteiro (Conotrachelus denieri)
ü Bicudo
do algodoeiro (Anthonomus grandis) (Jonasse Tuia 2010)
2.4.1 Doenças
ü Tombamento
ü Mancha
branca ou mancha de ramuria
ü Mancha
angular
ü Ramulose
ü Mancha
de alternaria
ü Mofo
branco
ü Mancha
do mirotecio
ü Doença
azul (mosaico das nervuras f. Ribeirao bonito)
ü Vermelhão
ü Podridão
das macas
ü Murcha
de fasarium
ü Nematoses
ü Nematóides
das galhas
ü Nematóides
reniforme
ü Nematóides
das lesões radiculares. ( Jonasse Tuia 2010)
2.5 Sistemas de cultivo
Cultivo do algodoeiro em sistema
de plantio directo
Cultivo do algodão em sistema de
plantio convencional
Cultivo do algodão em sistema de
plantio tradicional. (Hedgues 1993)
2.5.1Rotação de cultura
Esta e uma prática tao antiga
quanto a arte de cultivara terra, mas nos dias actuais um número significativo
de agricultores ainda não a utiliza de forma adequada, que para a cultura do
algodoeiro, principalmente, e de importância inquestionável quando se pensa em
uma actividade sustentável. (Hedges 1993)
2.5.2 Produção de palha
Para que se obtenha sucessos com
o sistema plantio directo, e indispensável o cultivo de espécies vegetais para
que o solo permaneça coberto durante a maior parte do ano. ( Hedgues 1993)
2.5.3 Estabelecimento de estande
adequado
Esta dificuldade pode ser
superada com o tratamento das sementes utilizando fungicidas. (Hedgues 1993)
2.5.4 Controlo de plantas daninhas
Para o estabelecimento do sistema
de plantio directo, e necessário adequar o solo em uma fase anterior, incluindo
nesta fase o controlo de plantas, especialmente as perenes.( Hedgues 1993)
2.5.5 Controle do trafego de
máquinas
Actualmente
a maioria dos produtores ainda não esta conscientizada da necessidade de se
fazer um planeamento do trafego de maquinas dentro das áreas agrícolas. (
Hedgues 1993)
2.5.6 Destruição dos restos das
culturas
Em função de conceitos formados
da década quarenta, onde, devido a incidência de determinadas pragas que
atacavam o algodão, todos os produtores eram obrigados a arrancar, enleirar e
queimar os restos culturais. (Jonasse Tuia 2010)
2.5.7 Ciclo de vida
O algodão para ser alimentado
pelo solo rico, ervas daninhas indesejadas e grama são excisadas. As raízes das
mudas no chão para apoiarem a planta. Em 7 e 10 dias, os brotos começam a
aparecer. Daquele ponto em diante, as medidas de plantas 160-180 dias para
produzir os primeiros sinais de algodão. Onde esta cultura em media de 1ha,
obtém se cerca de 500kg (Jonasse Tuia 2010).
3.METODOLOGIA
3.1Descrição da área
3.1.1 Localização da área
A cultura será instalada nos
campos de CCDC (centro comunitário de desenvolvimento de competências ), a
escolha desse lugar deveu se a localização do campo e as condições
edafo-climáticas, disposição de agua. Será estabelecida numa área de 1ha.
3.2Materiais
v Blocos
de notas
v Esferográficas
v Enxadas;
v Tractor;
v Charruas
de discos ou de aiveca;
v Pulverizador;
v Fita-métrica;
v Corda;
v Fato-macaco;
v Botas;
v Máscara;
3.3 Operações culturais
HST
Durante a execução de qualquer
tarefa, o trabalhador de olhar a questão do equipamento de protecção individual,
onde temos: Material de protecção individual - Botas para a protecção dos pés
contra objectos cortantes e mordeduras; luva para proteger as mãos contra
objectos cortantes e evitar a contaminação durante o manuseio dos produtos
químicos. (Jonasse Tuia 2010)
Deve usar mascaras protecção das
vias respiratórias contra a inalação dos produtos tóxicos durante a
pulverização; óculo para a protecção da vista contra partículas pequenas que
podem entrar na vista; fato-macaco – este deve ser impermeável para evitar a
inalação dos produtos químicos por contacto; e chapéu para evitar a incidência
directa da radiação solar. (Jonasse Tuia 2010)
3.3.1 Lavoura
A lavoura será feita com recurso
a uma charrua de discos onde ela ira fazer numa profundidade de 60cm. Isso para
permitir um melhor reviramento da leiva, e que para no acto da rega a agua
penetre com muita facilidade.(Sousa 1978).
3.3.2 Gradagem
Sendo uma operação de
destorroamento ela vai consistir em destruir os torrões la deixados pela
charrua no acto da lavoura. Ela ira penetrar numa profundidade de 15cm para
melhor afofamento do solo.( Sousa 1978).
3.3.3Sulcagem
Operação que vai consistir em criar
pequenos sulcos onde vamos fazer fluir a agua ate as plantas. Onde também vai
fazer se o parcelamento.( Sousa 1978).
3.4 Operações culturais
3.4.1 Sementeira
A sementeira deve ser
rigorosamente observada. O espaçamento de plantio e 80cm, entre linhas e 20cm
entre plantas, onde coloca se 4-5 sementes por covacho com 5cm de profundidade.
(Jonasse Tuia 2010)
3.4.2 Rega
Necessidades hídricas, no meu
caso que irei usar sistema de sulco, irei conduzir a agua pelos sulcos abertos
usando a rega por gravidade. (Jonasse Tuia 2010)
3.4.3 Adubação e calagem
Operação onde ira se administrar
o adubo de acordo com a necessidade da cultura em termos nutricionais, onde ira
se usar para a adubação de fundo o NPK, e por conseguinte a ureia como adubação
de cobertura. (Jonasse Tuia 2010)
3.4.4 Sacha
Operação cultural que tem como
fim eliminar as plantas não desejadas no seio do nosso campo, que tem
concorrido com as nossas culturas em termos nutricionais tal como hídricos.
Usando o recurso enxada. (Jonasse Tuia 2010)
3.4.5 Desbaste
Diminuição do número de plantas
no algodão, onde o critério a usar é a planta que estiver menos vigorosa, deve
ser eliminada. Deve se deixar 2 plantas vigorosas por covacho ou 10 plantas por
10 metros de linha de plantio. Esta operação efectuada cedo, quando as plantas
têm de 20 a 30 dias de idade, proporciona maiores produções. (Jonasse Tuia
2010)
3.4.6.Pulverização
O agro-químico –
acaricida, fungicida, herbicida ou insecticida, são encontrados no mercado sob
diversas formulações (estado físico), tais como concentrado emulsionável (CE),
solução (S,SC), pó molhável (PM ou M) necessita, para chegar ao solo ou a
planta, de um veículo que é, de ordinário, a água.
O agro-químico + água constituem
a calda defensiva: A quantidade total da calda (Volume) aplicada num hectare
deve conter a quantidade do agro-químico (dose, dosagem) preconizado pelo
fabricante para controlar a erva, a praga ou doença.
A aplicação do agro-químico pode
ser feita com pulverizador manual, autorizadores, e avisões; sabendo-se o
volume de calda e aplicar deve-se calibrar o equipamento para a aplicação
daquele volume, uniformemente, na área prevista.
4.4.7 Colheita /Armazenamento
Por exigir atenção constante ao
longo do seu desenvolvimento (mão-de-obra e capital) maiores cuidados com o
algodoeiro devem ser alocados à colheita e armazenamento. A colheita começa
normalmente no quinto mês e pode durar dois meses. Esta pode ser manual ou
mecânica. O algodão deve ser colhido em sacos de algodão, no ato da colheita
separa-se o algodão mais limpo do produto sujo; nessa ocasião separar gaulos,
carimãs, frutos verdes. ( Jonasse Tuia 2010)
5.CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES
Actividades |
Meses
=2018 |
|||||||
novembro |
Dezembro |
Janeiro |
Marco |
Abril |
Maio |
Junho |
Julho |
|
Preparacao
do solo |
|
|
|
|
|
|
|
|
Sementeira |
|
|
|
|
|
|
|
|
Rega |
|
|
|
|
|
|
|
|
Sacha |
|
|
|
|
|
|
|
|
Adubação |
|
|
|
|
|
|
|
|
Pulverização |
|
|
|
|
|
|
|
|
Colheita |
|
|
|
|
|
|
|
|
Armazenamto |
|
|
|
|
|
|
|
|
6.TABELA DE CUSTOS VARIÁVEIS
Designação |
Quantidades |
Área /ha |
Unidade |
Custo unitário (Mt) |
Custo total (Mt) |
Lavoura |
1 |
1 |
ha |
3000 |
3000 |
Gradagem |
1 |
1 |
ha |
2500 |
2500 |
Sulcagem |
1 |
1 |
ha |
1800 |
1800 |
Parcelamento |
1 |
1 |
ha |
1500 |
1500 |
Ureia |
200 |
1 |
kg |
1800 |
7200 |
NPK |
150 |
1 |
kg |
2000 |
6000 |
Cypermetrina |
6 |
1 |
L |
800 |
4800 |
Mancozeb |
10 |
1 |
kg |
550 |
5500 |
Sazonais |
7 |
1 |
……….. |
120 |
840 |
Semente |
50 |
1 |
kg |
200 |
10000 |
Total |
|
43140 |
7.TABELA DE CUSTOS FIXOS
Materiais |
Quantidade |
Área /ha |
Unidade |
Custo unitário (Mt) |
Custo total (Mt) |
Enxada |
7 |
1 |
ha |
150 |
1050 |
Botas |
7 |
1 |
ha |
750 |
1050 |
Pulverizador |
3 |
1 |
ha |
1800 |
5400 |
Pa |
1 |
1 |
ha |
500 |
500 |
Técnico básico |
1 |
1 |
ha |
4000 |
4000 |
Regante |
1 |
1 |
ha |
2500 |
2500 |
Agua |
|
1 |
ha |
3000 |
3000 |
Tambor |
1 |
1 |
ha |
1200 |
1200 |
Total |
|
|
|
|
18700 |
7.1.Resumo dos custos
Custos variáveis |
Custos fixos |
Total dos custos |
43140 |
18700 |
61840 |
8.REFERÈNCIAS BIBLIOGRÁFICA
MASSANGO, M. (1996).
Constrangimentos e oportunidades de desenvolvimento dos sistemas de produção
Agrários do Sector familiar na Ilha Josina Machel. Tese de Licenciatura,
Agronómica-UEM, Maputo. Junho, 1996.
HEDGES, D. (1993). História de
Moçambique volumes: Moçambique no Auge do colonialismo, 1930-1961. Vol.3.ed.
Departamento de Letras-EU Maputo.
Jonasse, F.C. e Tuia, J.AP9,
Agro-pecuária 9a classe. 1a Edição. Maputo. Texto Editores,
Lda-Moçambique.2010.pag.75, 76 e 78.
Jonasse, F.C. e Tuia, J.AP9,
Agro-pecuária 9a classe. 1a Edição. Maputo. Texto Editores,
Lda-Moçambique.2010.pag.89, 90 e 91.