Áreas de Conteúdo
Área do Conhecimento do Mundo
- Capítulo
1Preâmbulo
- Capítulo
1Introdução
- Capítulo
2Enquadramento
Geral
- Secção
2.1Fundamentos
e princípios da pedagogia para a infância
- Secção
2.2Intencionalidade
educativa – construir e gerir o currículo
- Secção
2.3Organização
do ambiente educativo
- Capítulo
3Áreas
de Conteúdo
- Secção
3.1Área
de Formação Pessoal e Social
- Secção
3.2Área
de Expressão e Comunicação
- Secção
3.3Área
do Conhecimento do Mundo
- Capítulo
4Continuidade
Educativa e Transições
- Capítulo
5Glossário
Os seres humanos desenvolvem-se e
aprendem em interação com o mundo que os rodeia. Ao iniciar a educação
pré-escolar, a criança já sabe muitas coisas e construiu algumas ideias não só
sobre o mundo social e natural envolvente, mas também sobre o modo como se usam
e para que servem objetos, instrumentos e máquinas do seu quotidiano.
A área do Conhecimento do Mundo enraíza-se na curiosidade natural da criança e
no seu desejo de saber e compreender porquê. Esta sua curiosidade é fomentada e
alargada na educação pré-escolar através de oportunidades para aprofundar,
relacionar e comunicar o que já conhece, bem como pelo contacto com novas
situações que suscitam a sua curiosidade e o interesse por explorar, questionar
descobrir e compreender. A criança deve ser encorajada a construir as suas
teorias e conhecimento acerca do mundo que a rodeia.
Encara-se a Área do Conhecimento do
Mundo como uma sensibilização às diversas ciências naturais e sociais abordadas
de modo articulado, mobilizando aprendizagens de todas as outras áreas. Assim,
para estruturar e representar a sua compreensão do mundo, as crianças recorrem
a diferentes meios de expressão e comunicação (linguagem oral e escrita,
matemática e linguagens artísticas).
A abordagem ao Conhecimento do Mundo
implica também o desenvolvimento de atitudes positivas na relação com os
outros, nos cuidados consigo próprio, e a criação de hábitos de respeito pelo
ambiente e pela cultura, evidenciando-se assim a sua inter-relação com a área
de Formação Pessoal e Social. As crianças vão compreendendo o mundo que as rodeia
quando brincam, interagem e exploram os espaços, objetos e materiais. Nestas
suas explorações, vão percebendo a interdependência entre as pessoas e entre
estas e o ambiente. Assim, vão compreendendo a sua posição e papel no mundo e
como as suas ações podem provocar mudanças neste. Uma abordagem,
contextualizada e desafiadora ao Conhecimento do Mundo, vai facilitar o
desenvolvimento de atitudes que promovem a responsabilidade partilhada e a consciência
ambiental e de sustentabilidade. Promovem-se assim valores,
atitudes e comportamentos face ao ambiente que conduzem ao exercício de uma
cidadania consciente face aos efeitos da atividade humana sobre o património
natural, cultural e paisagístico.
A abordagem do Conhecimento do Mundo
parte do que as crianças já sabem e aprenderam nos contextos em que vivem. A
exploração do meio próximo da criança tem para esta um sentido afetivo e
relacional, que facilita a sua compreensão e apreensão e também proporciona a
elaboração de quadros explicativos para compreender outras situações mais
distantes. De facto, hoje em dia, as crianças contactam com instrumentos e
técnicas complexos e têm acesso, através dos media e das tecnologias digitais,
a saberes sobre realidades mais distantes, que também fazem parte do seu mundo,
e, de que, gradualmente, se vão apercebendo e apropriando. Por isso, se incluem
nesta área as ferramentas ligadas às tecnologias e meios de comunicação e
informação.
Sendo a finalidade essencial da área
do Conhecimento do Mundo lançar as bases da estruturação do pensamento
científico, que será posteriormente mais aprofundado e alargado, importa que
haja sempre uma preocupação de rigor, quer ao nível dos processos
desenvolvidos, quer dos conceitos apresentados, quaisquer que sejam os aspetos
abordados e o seu nível de aprofundamento. É essencial que se vá construindo
uma atitude de pesquisa, centrada na capacidade de observar, no desejo de
experimentar, na curiosidade de descobrir numa perspetiva crítica e de partilha
do saber.
Esta compreensão e relação com o mundo levam a considerar três grandes
componentes organizadoras das aprendizagens a promover na área do Conhecimento
do Mundo:
- Introdução à Metodologia Científica;
- Abordagem às Ciências;
- Mundo Tecnológico e Utilização das Tecnologias
Introdução à
metodologia científica
A introdução à metodologia própria
das ciências parte dos interesses das crianças e dos seus saberes, que o/a
educador/a alarga e contextualiza, fomentando a curiosidade e o desejo de saber
mais. Interrogar-se sobre a realidade, definir o problema, para decidir o que
se quer saber e procurar a solução, constitui a base da metodologia científica.
O desenvolvimento da área do Conhecimento do Mundo assenta no contacto com a
metodologia própria das ciências para fomentar nas crianças uma atitude
científica e investigativa. Esta atitude significa seguir o processo de
descoberta fundamentada que caracteriza a investigação científica. Assim, a
partir de uma situação ou problema, as crianças terão oportunidade de propor
explicações, de desenvolver conjeturas e de confrontar entre si as suas
“teorias” e perspetivas sobre a realidade. A partir de uma melhor definição do
problema, decide-se se é necessário verificar esses conhecimentos e/ou recolher
mais informações e como o fazer. Importa depois que as crianças verifiquem as
"hipóteses" elaboradas, através de procedimentos que podem ser
diversos, consoante a situação (experiência, observação, recolha de informação).
A organização destes dados implica a necessidade de usar formas de registo que
permitam classificá-los e ordená-los e, eventualmente, quantificá-los, através
de desenhos, gráficos, medições, etc. A sistematização do conhecimento obtido
pode também exigir a consulta de mais informação, de modo a enquadrá-lo e a
precisar conceitos mais rigorosos e científicos que tiveram como base a
partilha e o questionamento das explicações das crianças. Todo este processo
conduzirá, muito provavelmente, ao levantar de novas questões que determinam
novos aprofundamentos.
O apoio do/a educador/a à
organização e sistematização das etapas deste processo permite à criança
apropriar-se progressivamente da metodologia científica, compreender a
necessidade de construir conceitos mais rigorosos e adotar uma atitude de
pesquisa na sua procura de compreensão do mundo.
Aprendizagem
a promover:
- Apropriar-se do processo de desenvolvimento da
metodologia científica nas suas diferentes etapas: questionar, colocar
hipóteses, prever como encontrar respostas, experimentar e recolher
informação, organizar e analisar a informação para chegar a conclusões e
comunicá-las.
Esta
aprendizagem pode ser observada por exemplo, quando a criança:
|
O/A
educador/a promove estas aprendizagens quando, por exemplo:
|
Abordagem às
Ciências
A introdução às diferentes ciências
inclui, para além do alargamento e desenvolvimento de saberes da criança
proporcionados pelo contexto de educação pré-escolar e pelo meio social e
físico em que esta vive, a abordagem de aspetos científicos que ultrapassam as
suas vivências imediatas.
Na multiplicidade de domínios
científicos que podem ser tratados e na diversidade de aprendizagens que podem
proporcionar, importa que o/a educador/a esteja atento aos interesses das
crianças e às suas descobertas, para escolher criteriosamente quais as questões
a desenvolver, interrogando-se sobre o seu sentido para a criança, a sua
pertinência, as suas potencialidades educativas e a sua articulação com os
outros saberes.
Na abordagem às ciências podem explorar-se saberes relacionados, tanto com a
construção da identidade da criança e o conhecimento do meio social em que
vive, como relativos ao meio físico e natural. Embora existam articulações
entre estes saberes, eles serão em seguida apresentados separadamente, de modo
a facilitar a sua contextualização.
Conhecimento do mundo social
Existe um conjunto de
conhecimentos relativos ao meio social e cultural que a criança vai adquirindo
nos seus contextos sociais imediatos (família e jardim de infância) e no
ambiente da sua comunidade. Estes saberes facilitam uma progressiva consciência
de si, do seu papel social e das relações com os outros e uma melhor
compreensão dos espaços e tempos que lhe são familiares, permitindo-lhe
situar-se em espaços e tempos mais alargados.
Na educação pré-escolar podem
explorar-se aspetos relacionados com o conhecimento de si (características
físicas, nome, idade) e com os seus contextos mais próximos (família, escola,
comunidade próxima). Neste âmbito incluem-se saberes que permitem a
identificação e apropriação de conhecimentos sobre os membros da sua família
(grau de parentesco, origens, ocupação, profissões, etc.). Também é importante
o desenvolvimento de conhecimentos sobre o contexto escolar, não só no que se
refere às características do espaço físico, mas também aos membros que o
integram, os seus papéis e inter-relações. Podem ainda ser incluídas as
características físicas, culturais e sociais, da comunidade, tanto em termos
mais restritos (rua, bairro, localidade), como em termos mais alargados (outras
zonas do país, outros países). Enquanto cidadã europeia, a criança deverá ter
oportunidade de desenvolver um sentimento de pertença, que não pressupõe uma
identidade uniforme, mas decorre de uma história heterogénea, com influências
diferentes resultando numa comunidade plural em termos de vivências, culturas,
valores, etc. A abordagem a estes aspetos deve ser feita numa perspetiva
global, considerando não só o momento presente, como também o passado próximo ou
distante, promovendo-se na criança a compreensão gradual da sua situação no
espaço e no tempo sociais. A consciencialização das rotinas, dos diferentes
momentos que se sucedem ao longo do dia e ao longo do ano, a elaboração e uso
de horários e calendários são importantes para a compreensão de unidades
básicas do tempo. É através destas vivências que a criança toma consciência do
desenrolar do tempo: o antes e o depois, a sequência semanal, mensal e anual e
ainda o tempo marcado pelo relógio.
Neste processo, há também que
mobilizar intencionalmente estratégias que permitam à criança distinguir o
presente do passado e prever o que vai fazer num futuro mais ou menos próximo,
levando-a a compreender as semelhanças e as diferenças entre o que acontece no
seu tempo e nos tempos de vida dos pais, dos avós e outros mais distantes. O
desenvolvimento contextualizado e articulado destes saberes permitirá à criança
conhecer as características da sua e de outras comunidades, os seus hábitos,
costumes, tradições e elementos do património cultural e paisagístico,
facilitando o desenvolvimento de atitudes de respeito e compreensão face à
diversidade.
Aprendizagens
a promover:
- Tomar consciência da sua identidade e pertença a
diferentes grupos do meio social próximo (por exemplo, família, jardim de
infância, amigos, vizinhança).
- Reconhecer unidades básicas do tempo diário,
semanal e anual, compreendendo a influência que têm na sua vida.
- Conhecer elementos centrais da sua comunidade,
realçando aspetos físicos, sociais e culturais e identificando algumas
semelhanças e diferenças com outras comunidades.
- Estabelecer relações entre o presente e o passado
da sua família e comunidade, associando-as a objetos, situações de vida e
práticas culturais.
- Conhecer e respeitar a diversidade cultural.
Estas
aprendizagens podem ser observadas, por exemplo, quando a criança:
|
O/A
educador/a promove estas aprendizagens quando, por exemplo:
Envolve as crianças e as famílias na recolha de
materiais que reflitam a sua diversidade cultural e mudanças ao longo do
tempo (roupas, fotografias, utensílios, artefactos, alimentos, etc).
… |
|
|
Conhecimento
do mundo físico e natural
O contacto com seres vivos e
outros elementos da natureza e a sua observação são normalmente experiências
muito estimulantes para as crianças, proporcionando oportunidades para
refletir, compreender e conhecer as suas características, as suas transformações
e as razões por que acontecem. Este conhecimento poderá promover o
desenvolvimento de uma consciencialização para a importância do papel de cada
um na preservação do ambiente e dos recursos naturais.
O conhecimento das crianças sobre a
paisagem local, ou seja, o reconhecimento dos seus elementos sociais, culturais
e naturais e a interação entre eles, contribui para melhorar a ligação afetiva
e pessoal com esta, alicerçando a identidade local e o sentido de pertença a um
lugar. Esta atitude de pertença positiva para com o lugar onde se vive é
desenvolvida, em paralelo, com um maior sentido de responsabilidade para
salvaguardar os valores locais (naturais, sociais, históricos, …) e com uma
consciencialização para as consequências das ações humanas sobre o território.
A leitura da paisagem pode ocorrer de forma direta através da observação do
local onde vivem ou de um que visitaram, ou de forma indireta recorrendo a
imagens, fotografias, vídeos, mapas, etc.
Alguns conteúdos relativos à
biologia (conhecimento dos órgãos do corpo, dos animais, do seu habitat e
costumes, de plantas, etc.) e ainda à física e à química (luz, ar, água, etc.)
podem originar experiências a realizar
por crianças em idade pré-escolar, permitindo a compreensão de um conjunto de
saberes nesta área. Alguns destes conhecimentos articulam-se diretamente com
questões ligadas à saúde e segurança (práticas de segurança rodoviária, de higiene
corporal, de alimentação,
de exercício físico) que conduzem a uma sensibilização
das crianças para os cuidados com a saúde e com o corpo e para a prevenção de
acidentes.Os conhecimentos de meteorologia (vento, chuva, etc.)
são aspetos que interessam às crianças e que podem ter um tratamento mais
aprofundado, para além da sua observação e registo. Neste sentido, também as
aprendizagens podem ampliar-se e diversificar-se, para além do meio imediato,
tanto em geografia (o planeta Terra, algumas noções do sistema solar e da
influência do sol na vida da terra, os rios, os mares, os acidentes
orográficos, etc.), como em geologia (comparação e coleção de rochas,
observação das suas propriedades). Tendo em conta o contexto e os interesses
das crianças, poderá ainda ser explorada a noção de energia e a diferença entre
fontes de energia renovável e não renovável.
Aprendizagens
a promover:
- Compreender e identificar características
distintivas dos seres vivos e reconhecer diferenças e semelhanças entre
animais e plantas.
- Compreender e identificar diferenças e
semelhanças entre diversos materiais (metais, plásticos, papéis, madeira,
etc.), relacionando as suas propriedades com os objetos feitos a partir
deles.
- Descrever e procurar explicações para fenómenos e
transformações que observa no meio físico e natural.
- Demonstrar cuidados com o seu corpo e com a sua
segurança.
- Manifestar comportamentos de preocupação com a
conservação da natureza e respeito pelo ambiente.
Estas
aprendizagens podem ser observadas, por exemplo, quando a criança:
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O/A
educador/a promove estas aprendizagens quando, por exemplo:
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Mundo
Tecnológico e Utilização das Tecnologias
Os recursos tecnológicos fazem hoje
parte da vida de todas as crianças, tanto em momentos de lazer (brinquedos
tecnológicos, computadores, tablets, smartphones, televisão, etc.), como no seu
quotidiano (batedeira elétrica, aquecedor, secador de cabelo, códigos de
barras, lanternas, etc.).Estes recursos são muitas vezes integrados no jogo
simbólico, em que a criança faz de conta que fala ao telefone ou ao telemóvel,
utiliza um objeto para fazer de caixa registadora numa situação de supermercado
ou para fingir que tira fotocópias. A observação destas situações permite ao/a
educador/a compreender o papel das tecnologias na vida da criança, e partir do
que esta sabe para alargar o seu conhecimento e apoiar formas de o utilizar. O
acesso ao computador no jardim de infância, ou noutro local da comunidade, é um
meio privilegiado na recolha de informação, na comunicação, na organização, no
tratamento de dados, etc. Assim, possibilita aprendizagens, não só no âmbito do
conhecimento do mundo, como também nas linguagens artísticas, na linguagem
escrita, na matemática, etc.A importância dos meios tecnológicos e informáticos
no conhecimento do mundo, próximo e distante, e no contacto com outros valores
e culturas faz com que a sua utilização no jardim de infância seja considerada
como um recurso de aprendizagem. Deste modo, contribui-se também para uma maior
igualdade de oportunidades, uma vez que o acesso das crianças a estes meios
poderá ser muito diverso.
Sabendo que as tecnologias
exercem uma forte atração sobre as crianças e desempenham um papel importante
na sua vida diária, importa que estas, desde cedo, sejam apoiadas a fazer uma
“leitura crítica” dessa influência, a compreender as suas potencialidades e
riscos e a saber defender-se deles. A educação para os media acompanha a
utilização dos meios tecnológicos e informáticos como ferramentas de
aprendizagem, havendo assim uma articulação com outras áreas de conteúdo.A
compreensão dos meios tecnológicos implica que a criança não seja apenas
consumidora (consultar, ver filmes, etc.), mas também produtora (fotografar,
registar, etc.), alargando, deste modo, os seus conhecimentos e perspetivas
sobre a realidade.
Aprendizagens
a promover:
- Reconhecer os recursos tecnológicos do seu
ambiente e explicar as suas funções e vantagens.
- Utilizar diferentes suportes tecnológicos nas
atividades do seu quotidiano, com cuidado e segurança.
- Desenvolver uma atitude crítica perante as
tecnologias que conhece e utiliza.
Estas aprendizagens
podem ser observadas, por exemplo, quando a criança:
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O/A
educador/a promove estas aprendizagens quando, por exemplo:
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Síntese
ÁREA DO CONHECIMENTO DO MUNDO |
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Componentes |
Aprendizagens a Promover |
Introdução à Metodologia Científica |
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Abordagem às Ciências |
Conhecimento do mundo social
Conhecimento do mundo físico e
natural
|
Mundo tecnológico e Utilização das Tecnologias |
|
Sugestões de
reflexão:
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ARTIGO ORIGINAL
RODRIGUES, Micheli Evangelista [1], TOURO, Gilmara Pereira Macedo [2], FRAZÃO, Luzia Aparecida Martins [3], SILVA, Marlene Barbosa dos Santos [4], TEIXEIRA, Selma Ojeda[5], BORTOLUSSO, Simone [6], PORTO, Verônica Alves [7]
RODRIGUES, Micheli Evangelista. Et al. A matemática na educação infantil. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 11, Vol. 01, pp. 118-127 Novembro de 2018. ISSN:2448-0959
A MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
RESUMO
Este trabalho justifica-se pelo fato da observação de crianças com idades diferenciadas, porém na primeira infância,e nota-se que os mesmos estão em processo de aquisição de conhecimentos relacionados aos numerais, tanto quanto sua contagem, quanto sua representação. Pensando nessa perspectiva resolvemosesplanar o assunto relacionado à matemática no processo de desenvolvimento infantil.
palavras–chave: Matemática, Professor-mediador, Sociedade.
INTRODUÇÃO
A numeração e a contagem é algo muito relevante na atualidade no mundo globalizado em que vivemos, E torna-se cada vez mais necessário dominar a leitura, a escrita, a interpretação, também conseguir raciocinar matematicamente. Pensando nesse âmbito, é fato que a matemática desenvolve o pensamento no ser humano e que sua importância na primeira infância e na educação infantil é ímpar, ainda, auxiliando-nos a entrar em diferentes mundos de maneira interdisciplinar.
Sendo assim, o lúdico no auxílio do ensino matemático é ferramenta importante na mediação do conhecimento, estimulando à criança de maneira facilitadora e com entusiasmo, aguçando-a de maneira desafiadora, pois a criança aprende brincando; o brincar enriquece também as relações sociais e fortalece a relação entre o ser que ensina e o ser que aprende, tornando a criança um sujeito ativo e que constroi seu próprio conhecimento, deixando-o adquirir sua autonomia, indispensável na contemporaneidade. Neste contexto os jogos nos auxiliam no trabalho lúdico, trabalhando de forma prazerosa e facilitadora, arquitetando a matemática de modo a raciocinar construindo o conhecimento lógico, não mecanicamente. O professor é peça fundamental nesse processo, sendo o mediador e estimulador desse processo essencial do desenvolvimento intelectual humano.
A MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Atualmente, frente às necessidades sociais e a avançada tecnologia e sua essencialidade são raros os momentos em que na sociedade não está inserida a matemática; portanto, é fato que a matemática é uma necessidade imperativa. Ela está presente até mesmo nos momentos dos quais nunca imaginávamos que estaria, logo que a criança inicia seus primeiros movimentos corpóreos ela está desenvolvendo um tipo de jogo matemático, onde o descobrir das mãos, pés, o próprio movimento de suas pernas são calculados inconscientemente, mas puramente matemáticos.
Segundo Gómez-Granell (1996,p.257)
[…] a maioria das ciências, inclusive as ciências humanas e sociais, como a psicologia, a sociologia ou a economia, tem um caráter cada vez mais matemático. Os comportamentos sociais, a ecologia, a economia, etc. se explicam através modelos matemáticos. Análises estatísticas e cálculos de probabilidade são elementos essenciais para tomar decisões políticas, sociais e econômicas e até mesmo sociais.
Nesta linha de raciocínio sabemos que o trabalho com a matemática não deve iniciar-se apenas no Ensino Fundamental, o que normalmente tem sido feito na educação brasileira, e, que essa disciplina não se resume a uma lista de fatos que devem ser memorizados, portanto, o presente trabalho tem por objetivo compreender o ensino da matemática desde a Educação Infantil, a fim de refletir sobre as práticas educativas nesta etapa da escolarização até o Ensino Fundamental.
Sendo assim O professor é peça chave, importante elo educacional, é o mediador e estimulador no processo de aprendizagem, possui sua função é de propiciar às crianças um ambiente em que possam explorar diferentes ideias matemáticas, que não sejam apenas numéricas, mas também referentes à geometria, às medidas e às noções de estatística, de forma prazerosa e que possam compreender a matemática como fator inserido na vida. Dessa maneira é imprescindível também que o professor avalie se o trabalho desenvolvido está atingindo os objetivos preestabelecidos. Diante disso,é fato que por muitas vezes o professor querendo inovar, buscando o aprendizado insere jogos no âmbito escolar, iremos falar sobre eles no decorrer do assunto, mas vale a pena ressaltar nesse momento que para se utilizar um jogo matemático devemos ter objetivos bem claros, bem planejados, pois o jogo que envolve o brincar sem uma meta, apenas brincar por si só, não auxilia no aprendizado do educando, apenas traçando metas claras poderá redirecionar sua prática pedagógica, com vistas a promover uma aprendizagem de matemática significativa para as crianças.
Na educação infantil, deve-se iniciar, portanto, os primeiros conceitos matemáticos, pois é nessa fase que a criança aprende e assimila o aprendizado com maior facilidade, no entanto, o professor deve ter um conhecimento amplo para não equivocar-se em seus objetivos.
Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil:
A Educação Infantil é a primeira etapa da educação básica, oferecida em creches e pré-escolas, estas podem se caracterizar como espaços institucionais não domésticos que constituem estabelecimentos educacionais que educam e cuidam de crianças de 0 a 5 anos de idade, podendo ser públicas ou privadas, no período diurno ou vespertino, em jornada integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgão competente do sistema de ensino e submetidos a controle social. O Estado tem o dever de garantir a oferta da Educação Infantil pública, gratuita e de qualidade, sem requisito de seleção. (BRASIL, 2010, p.12).
Sendo assim, nessa etapa da criança, o brincar e a ludicidade devem ser o ápice do aprendizado, as atividades devem ser prazerosas e motivadoras, também devem ajudar a criança a refletir o tempo todo, construindo por si mesma a sua matemática.
A ludicidade deve ser aplicada com objetivos pertinentes, pois, permite sua adequação para as demais áreas do conhecimento, representadas nesse contexto pela matemática. A interação, a socialização de ideias e a troca de informações são elementos indispensáveis nas aulas de matemática em todas as fases de escolaridade. Jamais esquecendo-se que o professor deve ter um olhar voltado para a criança como sendo um ser com um conhecimento prévio social.
O que leva muitas vezes a criança em todos os níveis a possuir dificuldades em matemática também é o fato da matemática possuir uma linguagem meramente técnica, isso dificulta o aprendizado, mas a matemática tida como moderna exige esse saber técnico que deve ser promovido pela escola no decorrer do Ensino Fundamental. No entanto, a criança vai adquirindo uma linguagem matemática de maneira social, no brincar, seja para marcar a passagem do tempo, medir distâncias, distinguir o pesado do leve, ter conceitos espaciais como em cima e embaixo, fora e dentro, frente e atrás ou tão simples como repartir algo ou mesmo complexa como projetos de engenharia,segundoVygotsky:
O processo histórico-social e o papel da linguagem no desenvolvimento do indivíduo. Sua questão central é a aquisição de conhecimentos pela interação do sujeito com o meio. Para o teórico, o sujeito é interativo, pois adquire conhecimentos a partir de relações intra e interpessoais e de troca com o meio, a partir de um processo denominado mediação. (Vygotsky, 1996)
Vygotsky na verdade enfatiza que o meio influência na formação do sujeito, pois o meio transforma o sujeito.
A matemática é utilizada no nosso cotidiano assim como no da criança, deve ser trabalhado o que faz parte desse universo infantil como a idade, o corpo, os brinquedos, as músicas, comparações, os jogos e brincadeiras. Ela deve ser ensinada como instrumento para interpretação das coisas que rodeiam nossas vidas e o mundo, formando assim pessoas conscientes para a cidadania e a criatividade e não somente como memorização, alienação e exclusão.
Nesta perspectiva a Matemática está presente em muitas das atividades realizadas pelas crianças, por exemplo, distribuir materiais entre os colegas; calcular a distância entre sua posição e um alvo a ser atingido; pensar no trajeto mais curto para se deslocar de um lugar a outro. Dentre os conhecimentos que serão construídos nessa etapa da escolaridade, a matemática ocupa um lugar de destaque.
Neste contexto, numerosas pesquisas têm apontado a relevância do trabalho com essa disciplina para as crianças pequenas, especialmente no que diz respeito à construção do conceito de número, além das noções ligadas às grandezas e medidas, bem como espaço e forma.
Existem muitas formas de conceber e trabalhar com a Matemática na Educação Infantil,sendoquea mesma está presente na arte, na música, em histórias, na forma como organizamos o pensamento, nas brincadeiras e jogos infantis. O importante é que o professor perceba que pode trabalhar a matemática na Educação Infantil sem se preocupar tanto com a representação dos números ou com o registro no papel, pode colocar em contato com a matemática crianças de todas as idades, desde bebês. A criança é um ser em formação. Deve-se cuidar para que essa formação seja natural e a mais rica possível em termo de possibilidades.
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil “A Educação Infantil é colocada como a primeira etapa da Educação Básica, devendo ser ofertada pelo Estado com qualidade garantida”.
Desde seu nascimento a criança vive num mundo cheio de conhecimentos matemáticos, que são parte integrante de sua vida mesmo que ela não a perceba, a matemática está presente em tudo em nossas vidas, desde o momento que colocamos água em um copo o suficiente para que ele não transborde, ou, quando reparto uma bolacha com um amigo.
Pensando nesse âmbito a Educação Infantil representa uma etapa importantíssima no processo de ensino e aprendizagem na vida do aluno, é esse contato riquíssimo social, cultural e porque não dizer “conteudístico” que irá gerar vários aprendizados na primeira infância.
Sendo assim, na Educação Infantil, o trabalho com noções matemáticas deve atender, por um lado, às necessidades da própria criança de construir conhecimentos que incidam nos mais variados domínios do pensamento e, por outro, precisa corresponder a uma necessidade social, isto é, o aprendizado para a vida, participar e compreender um mundo que exige diferentes conhecimentos e habilidades. Mas, faz-se necessário saber na educação infantil onde se quer chegar com “tal” conhecimento, saber aonde se quer chegar para escolher os caminhos a seguir, daí a necessidade de um planejamento e de estabelecer às razões de se trabalhar as ideias matemáticas na educação infantil, um momento que serve para alicerçar a construção dos conceitos matemáticos.
As noções matemáticas tais como contar e estabelecer relações quantitativas e espaciais dentre outras, são construídas pelas crianças através de interações com o meio e através das relações interpessoais. A criança na faixa etária de 0 a 8 ou 9 anos por muitas vezes ainda não é capaz de fazer abstrações mentais, portanto, trabalhar matematicamente com materiais concretos é de suma importância e altamente rico.
No entanto, vale a pena ressaltar que o trabalho com materiais concretos deve ser planejado sistematicamente e deixando bem claro quais metas, quais objetivos o professor quer atingir, não é porque a criança simplesmente manipula um objeto que ela aprende, o manipular somente durante a brincadeira sem a mediação do professor não é por si só objeto de aquisição de conhecimento, não é porque a criança simplesmente brinca que ela aprende, a criança deve ser estimulada, indagada, transformada em sujeito pensante que constrói sua matemática.
O professor é o mediador das crianças neste processo, buscando questionar, desafiar e promover situações de incentivo às manifestações de autonomia, criatividade e verbalização do educando, deve-se lembrar também que cada criança tem seu tempo de aprendizagem, respeitando o limite de cada uma, não forçando, e assim cada criança vai descobrindo um novo mundo, o mundo dos números, do raciocínio lógico. Exercitando a criança a pensar, raciocinar, esperar a sua vez, respeitando a opinião do colega, trocar ideias, perceber algo, pois assim ensinam a sabedoria. Cada criança é um ser diferenciado, com cultura diferenciada, aprendizado diferenciado, cada um com seu estilo diferente de aprender, seu modo de lembrar, de fazer, de executar e de compreender a disciplina. Há pessoas com mais facilidade de aprender e outros possuem mais dificuldade, enquanto uns aprendem rápido, outros aprendem devagar, no entanto aprendem. E o professor tem que estar atento a estes detalhes, estimulando num tempo correto. Sabendo organizar de uma maneira adequada, e como organizar e objetivar são importantes, não saindo do seu contexto, isto é, seu objetivo. Dessa forma, o professor pode acompanhar o raciocínio dos seus alunos.
Aprender números vai muito além de saber quantificar objetos, não desmerecendo é claro sua importância no cotidiano.
As noções básicas em matemática, lógica e geometria começam ser elaboradas a partir dos 4,5 anos de idade, o início do aprendizado matemático, portanto, é vital, é essencial que a base seja sólida, bem construída e bem trabalhada, para que nela se assentem os conhecimentos matemáticos futuros. A criança precisa aprender a reconhecer as diferenças e semelhanças, como por exemplo, entre um quadrado e um círculo; um círculo e uma esfera, entre outros. Trabalhando a matemática, estará se trabalhando aquilo que a criança realmente irá usar fora da escola. Não importa se ela acerta ou erra, na verdade nessa idade não há acertos ou erros uma vez que a criança está em fase de assimilação do conhecimento, portanto, não há como errar e sim, aprender, assimilar, e o conhecimento é produzido através de construções sucessivas, e quando a criança busca caminhos para encontrar respostas para os problemas, então acontece o conhecimento. Mas, é importante lembrar que estimular o raciocínio lógico-matemático é muito mais do que ensinar matemática é estimular o desenvolvimento mental, é fazer pensar.
Nesse contexto, o professor possui uma função importante que é propiciar às crianças um ambiente em que possam explorar diferentes ideias matemáticas, mas a matemática não são apenas numerais, adicionar ou subtrair o importante é trabalhar a matemática de modo que não sejam apenas ideias numéricas, mas também referentes à geometria, às medidas e às noções de estatística, de forma prazerosa e que possam compreender a matemática como fator inserido na vida: É necessário que as crianças sintam – se participantes num ambiente que tenha sentido para elas, para que possam se engajar em sua própria aprendizagem. O ambiente da sala de aula pode ser visto como uma oficina de trabalho de professores e alunos podendo transformar – se num espaço estimulante, acolhedor, de trabalho sério, organizado e alegre, ou seja, é de suma importância criar um espaço escolar para estimular a capacidade de aprender a gostar da matemática, com diversas maneiras através de brincadeiras, jogos. Brincando, jogando, cantando, ouvindo histórias, e estas ao contrário do que se pensa são riquíssimas em matemática, livros sequenciados, que falam quantidades (“Os três porquinhos”, “Branca de Neve e os sete anões”, entre outros) o aluno estabelece conexões entre seu dia a dia, seu cotidiano,a matemática, e as demais áreas. Frisando sempre que atividades no papel devem ser trabalhadas de maneira sequencial, mas não são o único meio de aprendizado na Educação Infantil, na verdade o papel deveria ser deixado de lado no quesito sequência numérica, pois há maneiras mais divertidas, prazerosas e eficazes de se trabalhar esse conteúdo.
A matemática dissociada da realidade é uma ciência isolada, sem sentido, é necessário que esta seja estimulante para que haja o aprendizado. Todo professor de Matemática deve se preocupar com os conteúdos a serem ministrados ao longo do ano letivo. Dessa forma, priorizando e proporcionando aos alunos conteúdos significativos dentro da vastidão que é o currículo referente às aulas de Matemática. Uma ideia que pode ser interessante e que despertará a atenção do aluno é quando há uma vinculação de conteúdos, isto é, ocorre uma contextualização, onde conteúdos de matemática aparecem vinculados a outras áreas, isso gera objetivos mais amplos, não se torna resolver algo por resolver, mas, portanto, cria-se uma lógica, um sentido.
O professor deve conhecer muito bem o seu papel, e conhecer melhor ainda os conteúdos a ser ministrados, isso é importantíssimo. As regras e técnicas referentes a matemática sempre devem ser contempladas, mas não podem ser as únicas formas e estratégias de ensino. A tecnologia tão atual e atrativa dá razão especial ao ensino da matemática, recursos como: computadores e tablets devem ser utilizados sempre, porém com o cuidado em relação aos seus objetivos e de acordo com a realidade do ambiente escolar. Quando o aluno é motivado por esses mecanismos ele assimila com maior facilidade os conteúdos, pois o aprender é prazeroso.
A matemática nasceu da necessidade do ser humano de contar e resolver seus problemas sociais, e isso permanece até a atualidade, mas o que temos visto é uma matemática que exclui, que não contempla toda sociedade, é claro que estamos falando sobre a educação infantil, mas, o que deve ficar claro nessa parte do pensamento é o fato de que estamos ensinando a matemática de forma a excluir pessoas, dificultar o aprendizado, e um desses fatos é a linguagem utilizada, é necessário falar a nomenclatura matemática corretamente, pois assim, o aluno será incluído nesse saber matemático tão excludente.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio:
A Aprendizagem de concepções científicas atualizadas do mundo físico e natural e o desenvolvimento de estratégias de trabalho centradas na solução de problemas é finalidade do ensino, de forma a aproximar o educando do trabalho de investigação científica e tecnológica, como atividades institucionalizadas de produção de conhecimentos, bens e serviços.
Portanto, a matemática deve utilizar elementos reais, da vivência dos estudantes, transformando esses elementos numa linguagem formal matemática, que é elemento fundamental do saber.
Mesmo o professor da Educação infantil deve ter conhecimento desse tipo de informação, pois, caso a necessidade do uso de uma nomenclatura surja ele saberá se posicionar em relação a isso, visto que nessa etapa da vida criança (Educação Infantil), a criança aprende com maior facilidade absorvendo tudo a sua volta.
É estritamente necessário o uso da nomenclatura matemática, ao contrário do que se pensava, anteriormente, esse pode ser um fator que gera dificuldades de aprendizagem, pois, quando digo que, por exemplo, iremos fazer uma “continha de mais” ou, vamos “juntar” mais palitos, posteriormente num enunciado digo que teremos que fazer uma “adição”, a interpretação do enunciado fica deficitária, fica incoerente, sem contextualização. A memorização dessa nomenclatura é usual na vida diária, e fator de aprendizagem Matemática, segundo Markarian, 1998 “O aprendizado da Matemática depende muito de símbolos próprios e específicos, isso pode a tornar menos acessível”. (Markarian, 1998)
Sendo que para Sanches, 2004“A linguagem e a terminologia utilizadas, que são precisas, exigem uma capacitação, nem sempre avançada, dos alunos, não só do significado como da ordem e da estrutura que se desenvolvem (Saches 20004)”.
Os signos matemáticos adquirem vida, em sua estrutura, e que muitas vezes, para os alunos são “abstratos e sem sentido”, uma vez que esse tipo de linguagem é diferente da linguagem usal, se torna, assim, uma linguagem técnica matemática. A linguagem em si não motiva, mas os professores insistem numa abordagem formal nos alunos da disciplina, nenhum aluno é despertado por algo que seja motivo de insatisfação, ou não desperte sua curiosidade.
Os elementos referentes à linguagem matemática bem assimilados e sistematizados em outras áreas do conhecimento são ferramentas de comunicação e sistematização fundamentais, que deixa rica a capacidade de transmissão, facilita o modo de pensar, ajuda a descobrir o fator problema, esclarece a apresentação de ideias e evita rodeios na descrição de situações.
A matemática está presente em vários elementos sociais, por esse motivo ela está inserida na escola, a escola deve suprir as necessidades sociais uma vez que formamos na escola cidadãos que fazem parte da sociedade.
A tarefa do ensino é tornar a matemática uma ligação viva entre a relação matemática-aluno de forma contextualizada, favorecendo dessa forma o conhecimento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se considerar, portanto, que a matemática é parte integrante da vida do homem e deve ser trabalhada inicialmente desde a infância uma vez que se trata de algo vital e essencial a vida social humana.
Sendo assim a matemática deve ser estimulada precocemente, porém de maneira lúdica e mais essencial ainda de maneira contextualizada e atrativa; com o auxílio de jogos bem objetivados e contextualizados pelo professor a Matemática se torna lúdica, atrativa, e ainda simplifica a aquisição do conhecimento; os jogos são uma das chaves para aprendizagem, uma vez que eles atingem praticamente todos os alunos em sua diversidade social, cultural e intelectual.
Para finalizar, vale a pena ressaltar que o bem mais precioso no trabalho matemáticos são os jogos, as brincadeiras, cantigas e todo o encantamento presente nos mesmos, o desafio, o fazer pensar, o refletir, andam lado a lado com o professor na busca da aprendizagem, este, mediador, auxiliador do conhecimento.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. v. III. Brasília: MEC/SEF, 1998.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Secretaria de Educação Fundamental, Brasília: MEC/SEF, 1998.
BRASIL. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Secretaria de Educação Média e Tecnológica, Brasília: MEC/SEMT, 1999.
CAMARGO, Paulo. Quando o Problema não é o Aluno, 2003. Disponível em:<http://www.intervox.nce.ufrj.br/alunopro.htm>. Acesso 25 de out 2018.
CARVALHO, Paulo Cezar Pinto. Fazer Matemática e usar Matemática. Salto para o futuro. Série Matemática não é problema. Disponível em:<http://www.tvebrasil.com.br/SALTO/boletins2005/boletins2005.htm> Acesso em: 25 out 2018.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
KAMII, Constance. A criança e o número: implicações educacionais da teoria de Piaget para a atuação com escolares de 4 a 6 anos. Campinas: Papirus, 1990.
PAROLIN, Isabel Cristina H.; SALVADOR, Lia Helena Schaeffer. Odeio matemática: um olhar psicopedagógico para o ensino da matemática e suas articulações sociais. Revista da Associação Brasileira de Psicopedagogia, n. 59, p. 31-42, 2002.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 1996.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 1998.
[1] Geógrafa, Pedagoga e pós em: Educação Especial, Geografia e Libras. Professora.
[2] Pedagoga com pós em: Metodologia em Educação Infantil e series inicias do Ensino Fundamental. Professora
[3] Pedagoga, com pós em; Educação Especial, Psicopedagogia e Educação para a Infância e anos iniciais do Ensino Fundamental. Professora
[4] Pedagoga, pós em: Educação para a infância, Educação Especial e Neuropedagogia. Professora
[5] Pedagoga com pós em: educação Especial e dificuldade de aprendizagem. Professora
[6] Pedagoga, com pós em: Educação Infantil e series iniciais e Educação Especial. Professora
[7] Pedagoga com pós em: Educação Infantil e series inicias do Ensino Fundamental e Educação Especial. professora
Enviado: Outubro, 2018
Aprovado: Outubro, 2018