Índice
3.1. A emergência do proletariado urbano
3.2. A luta do proletariado urbano
3.3. A Primeira Guerra Mundial e uma crise
econômica e social da década 20
1. Introdução
O presente trabalho vai falar dos seguintes temas a
política social de Moçambique no período colonial duas classes Fundamental,
estrutura social, emergência do proletariado
urbano, a luta do proletariado urbano, a primeira guerra e crise
econômica e social da década XX.
De seguida ira-se falar também das primeiras
formações nacionalistas africanas, a diferença entre nacionalismo Europeu e
Africano o papel das associações e da impressa.As manifestações liberais e
árticas.
2.A política social
2.1. A estrutura social
Moçambique apresentava no período
colonial duas classes fundamentais:
A grande burguesia vivia na metrópole e tinha
grandes investimentos em Moçambique. A
seguir vinha na burguesia de mídia, baseada fundamentalmente por uma burguesia
comercial local, baseada principalmente em Lourenço Marques, interessada no
crescimento de importação e exportação de produtos de e para o campesinato e no
trânsito de mercadorias de e para os países vizinhos. Os seus estavam, portanto, bastante ligados à
burguesia na Europa e na África do Sul.
Com o crescimento das cidades e a chegada de colonos
à procura de trabalho, emergiram duas camadas sociais: uma de trabalhadores
permanentes, construção e semiqualificados, e outra de pequena burguesia. A grosso modo, podemos esquematizar uma
estrutura social de Moçambique, no período colonial, da seguinte forma:
Estrutura social de Moçambique durante o período
colonial.
3.1. A emergência do proletariado
urbano
Qual era o papel específico de Moçambique na
penetração imperialista?
Servir os interesses de acumulação de capital da
burguesia internacional e da burguesia portuguesa.
Assim, Moçambique integra o complexo econômico da
África Austral, através da construção e desenvolvimento dos portos e
caminhos-ferro de Lourenço Marques e Beira.
Atenta na seguinte cronologia:
1887 - Início da construção do caminho-de-ferro
LM-Transvaal;
1897 - Entrada em funcionamento da linha férrea
Beira-Umtáli;
1922 - Funcionamento do caminho-de-ferro
Trans-Zambézia.
As obras de construção então iniciadas exigiram a
utilização de grandes contingentes de mão-de-obra, recrutados em regime de
trabalho obrigatório, particularmente na área situada a sul do rio Save e em
Sofala.
3.2. A luta do proletariado urbano
Desde 1900, o poder colonial português consolidou-se
no Sul de Moçambique e, paralelamente, reforçaram-se os laços econômicos com a
África do Sul.
Como o governo precisasse de mão-de-obra barata, instituído
o trabalho forçado. Assim, Em 1904 foi
criada a Curadoria dos Negócios Indígenas e Emigração com o objetivo
supervisionar o recrutamento de trabalhadores para as minas sul-africanas, bem
como pare o uso interno.
O governo colonial tentou sempre impedir o pagamento
de preços elevados. De qualquer modo, o
nível de salários no porto e caminhos-de-ferro e em algumas empresas privadas
atraiu sempre em número suficiente, tornando os empregos neste setor bastante
competitivos em relação aos demais empregos na cidade. Mas as injustiças salariais eram notórias
quer para os trabalhadores voluntários (não contratados), quer para os
Contratados, o que levou os trabalhadores a protestar e a organizar graves.
Exemplo disso
foram as manifestações reivindicativas ocorridas nas cidades de Lourenço
Marques (Maputo) em 1905 (trabalhadores voluntários da empresa Llingham Timber)
e 1906 (trabalhadores da Delagoa Bay).
3.3. A Primeira Guerra Mundial e uma
crise econômica e social da década 20
Em Maio de
1915, Portugal aliou-se na Gră-Bretanha, França e Rússia na Grande Guerra
contra a Alemanha. Como resultado da
Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o escudo português desvalorizou-se em
relação à libra inglesa e como conseqüências não se fez esperar:
·
Crise monetária;
·
Aumento de preços
dos produtos de necessidade;
·
Especulação desenfreada;
·
Queda dos
salários reais dos trabalhadores urbanos e rurais;
·
Aumento do
mussoco e imposto de palhota, que, em algumas áreas, passou a ser exigido em
libras, tanto ao trabalhador migrante como aos outros trabalhadores locais;
·
Agravamento das
condições de vida do proletariado, do pequeno funcionário públicos
Com o fim da Guerra Mundial, em situação não
melhorou, em manteve-se e veio em tomar maiores dimensões, agravando ainda mas
em situação do proletariado urbano.
Alguns preferem migrar para os territórios vizinhos onde o trabalho era
mas bem remunerado; outros optam por
desertar ao trabalho pouco remunerado. A
falta de mão-de-obra era evidente.
Entretanto, novas atinge o eclodem.
Atenta na cronologia:
1919 |
Greve
dos estivadores(negros). |
1920 |
Greve
do pessoal de empresa de transportes urbanos (brancos). Greve
dos ferroviários (braços). |
1921 |
Greve
dos estivadores (negros). |
1923 |
Greve
do pessoal da empresa de trasportes urbanos (brancos). |
1925 |
Agosto. Greve geral na Beira. Paralisação geral e concertada de
trabalhadores, funcionários e pequenos empresários brancos, em protesto
contra uma série de medidas decretadas pela administração da Companhia
Majestática. |
1925 |
Setembro,
Lourenço Marques. Reivindicação dos
trabalhadores a duplicação dos salários e melhores condições de vida. |
As reivindicações desse proletariado foram
parcialmente atendidos: por um lado, saíram beneficiados os que já eram mas bem
pagos e os responsáveis a quem se atribuía a liderança e, por outro, outros
dissolvam ou foram sentenciados a trabalhos pesados.
Analisando a
luta do proletariado urbano, podemos concluir que:
·
foi uma ação
isolada e sem coordenação com os restantes trabalhadores:
·
não houve uma
reunião entre os trabalhadores moçambicanos e portugueses;
·
a ideologia
racista que os separou também separou, por sua vez, os próprios trabalhadores
entre se;
·
foi uma luta
econômica, feita através de ações directas (greves) e ações indiretas
(manifestações).
Não se pode negar o papel que o Estado colonial
português aí teve. Para furar como
greves, o Estado colonial utilizou a seguinte estratégia:
·
Aliciamento dos
principais mentores das greves;
·
A táctica de
“dividir para reinar”, dando algumas regalias aos assimilados e mulatos;
·
Repressão,
utilizando a polícia e outros instrumentos de repressão.
O Estado
colonial formal e conseguiu impedir o surgimento do proletariado forte e unido,
bloco, não seio dos trabalhadores moçambicanos, em particular, o
desenvolvimento de uma consciência de classe.
A luta do proletariado urbano fracassou pelas
seguintes razoes:
·
a falta de
unidade (dentro do setor ferroportuário havia divisão entre trabalhadores
Contratalos e não Contratados, entre estivadores e trabalhadores do cais e
entre portuários e ferroviários;
·
a acção do
Estado colonial, quer cooperando com empresas privadas, por forma para garantir
mão-de-obra barata não qualificada, quer utillzando a força militar e policial
para reprimi controlar, controlar e impedir a organização dos trabalhadores.
Apesar deste fracasso, esta luta provou que os
Moçambicanos não estavam contentes com a situação colonial.
3.4. As primeiras formações nacionalistas
Como todo o nacionalismo africano, o de Moçambique
nasceu da experiência do colonialismo europeu.
Um elenco de unidade nacional é o sofrimento comum durante os últimos cinqüenta
anos sob o domínio inglês.
Na Europa, por exemplo, siga o capitalismo, com suas
exigências de centralização e unidade do poder político-econômico, que deu ao
nacionalismo todo um material de base que colocaria o Estado como o ponto de
partida e de chegada para uma identificação necessária da população com a
nação, em África, como bem sistematizou Eduardo Mondlane, o nacionalismo
africano nasceu da experiência do colonialismo europeu, da opressão colonial. Assim, usando os próprios meios do
colonizador, isto é, sua língua, sua técnica, sua religião e suas idéias, os
africanos contestam a situação colonial, criando entre eles um sentimento de
identidade nacional, Para melhor análise do fenômeno nacionalismo africano, distinção muito fases:
Ø A
imitação da cultura européia;
Ø Uma
redescoberta dos valores tradicionais;
Ø A
procura da síntese.
Em Moçambique, devido à proibição de qualquer
associação política e à necessidade de sigilo que tal impunha à erosão da
sociedade tradicional e à ausência de uma educação moderna nas áreas rurais,
não existem condições favoraveis para o alastramento de idéias nacionalistas
por todo o território. Por isso, foi só entre uma minoria predominantemente
urbana, composta de intelectuais e assalariados, Indivíduos destribalizados, na
sua maioria mulatos e assimilados, que desenvolva a idéia de uma ação de âmbito
nacional.
Assim, encorajados pelo liberalismo da nova
República em Portugal (1910-1926) e ideias pan-africanistas pelas, estes grupos
criaram associações e fizeram protestos na imprensa contra os abusos do
colonialismo, exigindo direitos iguais.
3.5. As associações
Como associações como associações associativas mas
importantes em Moçambique surgirão os nossos últimos anos da monarquia
portuguesa, constituídas fundamentalmente por mulatos e assimilados. As mais importantes foram:
1908 - Grémio Africano de Lourenço Marques:
participou no Congresso Pan-africano, realizado em Lisboa, em 1923.
1910 - Liga Atricana, que chegou a patrocinar a
segunda parte do Congresso Pan-africano.
Realizado em Lisboa em 1923, em que se fez representar o Grêmio
Africano.
1920 - Legalização do Grémio Africano de Lourenço
Marques, que a partir de 1938 passou a designar Associação Africana da Colônia
de Moçambique.
O Grêmio caracterizava-se pelo seguinte:
·
era dirigido
pelos irmãos Albasini;
·
os seus membros
eram mulatos e negros assimilados, com destaque para a Estácio Dias, Karel Pott
e Francisco Benfica;
·
a sua motivação
era a valorização cultural e promoção intelectual da comunidade negra;
·
defesa dos
mulatos e assimilados contra uma discriminação racial;
·
O veículo das
suas idéias fé o jornal O Brado Africano.
O Grémio
Africano, segundo Rocha (2002: 260), fé na alma mater de muitas das iniciativas
organizadas de associativismo africano no período republicano.
3.6. O papel da imprensa
A imprensa moçambicana desempenhou, neste período,
um importante papel na contestação ao sistema colonial. Um grande precursor da imprensa combativa
deste período após Alfredo de Aguiar, angolano, que fundou os jornais O
Imparcial e O Clamor Africano.
Destacaram-se também os irmãos Albasini, que, nos
seus escritos, quer no Brado Africano quer no O Africano reclamava reformas no
sistema colonial, exigindo os mesmos direitos que os Portugueses. O Brado Africano, devido às suas atividades,
veio a ser suspenso em 1932.
3.7. As manifestações literárias e artísticas
Poetas, pintores e escritores também manifestaram o
seu descontentamento perante o fato colonial.
Homens como Rui de Noronha, Malangatana, José
Craveirinha, João Craveirinha e Noémia de Sousa, entre muitos outros artistas,
protestavam contra a situação colonial nos seus poemas, nas suas telas e nos
seus escritos.
4. Conclusão
Após o termino do trabalho pode-se concluir que em
Moçambique no período colonial apresentavam-se duas classes fundamentais A
grande burguesia vivia na metrópole e tinha grandes investimentos em
Moçambique. A seguir vinha na burguesia
de mídia, baseada fundamentalmente por uma burguesia comercial local, baseada
principalmente em Lourenço Marques. Desde 1900, o poder colonial português
consolidou-se no Sul de Moçambique e, paralelamente, reforçaram-se os laços
econômicos com a África do Sul. Para o fim do regime contou-se com A imprensa
moçambicana desempenhou, neste período, um importante papel na contestação ao
sistema colonial, As manifestações literárias e artísticas Poetas, pintores e
escritores também manifestaram o seu descontentamento perante o fato
colonial.
5. Referencias
bibliográficas
Jose Luis Barbosa Pereira,
pré-universitário Historia 12 classes,
Longman Moçambique, 1ª edição, Maputo 2010.