segunda-feira, 28 de junho de 2021

Violência Contra os Árbitros nos Jogos do Campeonato Recreativo de Futebol 11

 Violência Contra os Árbitros nos Jogos do Campeonato Recreativo de Futebol 11: Caso Campeonato Recreativo da Vila de Inharrime

Brevemente:


Introdução

O presente trabalho cujo tema, Violência sobre os árbitros nos jogos do campeonato Recreativo de Futebol 11: Caso Campeonato Recreativo da vila de Inharrime , onde pretende -se abordar a violência no desporto, particularmente no campeonato recreativo nas edições ( 2020 a 2021 ).

Segundo Coelho (2002 :15) No futebol a violência dirigida aos árbitros parece ser entendida como parte da cultura do jogo. Em todas as rodadas dos campeonatos de futebol existem polémicas, divergências e violência. Sejam jogos profissionais, amadores,  recreativos ou até em categorias de base.

A Violência contra os árbitros presume - se ser comum e principalmente no futebol amador e recreativo que se manifesta na medida em que os  árbitros são insultados, são   agredidos fisicamente  em pleno jogo assim com fora das quatro linhas do campo, de realçar  que esta violência  esta relacionada à aparência, orientação sexual e o poder de decisão dos árbitros.

Quanto à estrutura, o presente trabalho apresentará três capítulos antecedidos pela introdução, objectivos, Justificativa, Problematização e hipóteses e, em seguida capítulo I: Fundamentação teórica, onde far- se há a definição de conceitos e discussão de subtemas na visão de vários autores que versam sobre o tema em estudo, capítulo II: Metodologias da pesquisa, apresentam-se os procedimentos metodológicos que conduzirão a realização da pesquisa e o capítulo III: Apresentação, Análise e Interpretação de dados da pesquisa recolhidos no campo, para a obtenção de resultados da pesquisa, conclusões, sugestões e, por fim as referências bibliográficas, anexos e apêndices.

Objectivos da pesquisa

Objectivo geral

·         Compreender a Violência contra os Árbitros nos Jogos do Campeonato Recreativo de Futebol 11 da vila de Inharrime.

Objectivos específicos

·         Identificar as causas que contribuem para violência dos árbitros no futebol recreativo;

·         Explicar as causas que contribuem  na violência dos árbitros no futebol recreativo ;

·         Sugerir  estratégias  para evitar a Violência contra os árbitros de futebol recreativo.

Problematização

Segundo BOSCHILIA (2008)  A profissão de árbitro de futebol foi reconhecida e regulamentada por lei em 11 de Outubro de 2013 , onde consta que quem ofender fisicamente , moralmente árbitro ou árbitros assistentes, o agressor terá como pena de suspensão das suas actividades há um período de 120 (cento e vinte) a 720 (setecentos e vinte) dias, mas também que se observe o policiamento nos locais onde decorem as partidas de jogos  como as normas da FIFA orientam .

No entanto, a legislação da protecção  e segurança dos árbitros durante os jogos parece não ser aplicável no campeonato recreativo de futebol 11 da vila de Inharrime, pois como praticante constatou -se que os árbitros tem sofrido violência com frequência em quase todos os jogos. Os jogadores, adeptos, equipa técnica assim como agentes desportivos em geral , costumam transferir a responsabilidade de um resultado negativo no jogo para a equipe de arbitragem, desta forma agredindo - os fisicamente , injuriando - os, e outras formas de violência dirigidas aos árbitros  e que até em certos casos os jogos não terminam.  

A  segurança nos locais de competição,  valores sociais, educação , disciplina, emoção envolvida no jogo propriamente, são componentes fundamentais que devem ser cultivados nos agentes desportivos de modo a amenizar a violência frequente sobre árbitros de futebol recreativo.

Descrita da manifestação de violência contra os árbitros, apresenta-se a seguinte questão da pesquisa:

Ø  Quais as causas que contribuem para a violência contra os árbitros no Campeonato Recreativo de Futebol 11 da vila de Inharrime.

Justificativa

A escolha deste tema , surge na medida  em que o autor da pesquisa como quem participou no  Campeonato  Recreativo de futebol 11 da vila de Inharrime , tendo constatado elevados níveis de Violência  contra os árbitros em quase todos os jogos. Assim sendo, pretende-se com esta pesquisa aferir as causas que contribuem para  a violência contra os árbitros e contribuir na compreensão de formas de convivência entre  os árbitros e o resto dos agentes  desportivos de modo a evitar situações de violência.

 

 

No âmbito social, a presente pesquisa poderá consciencializar os agentes desportivos a pautarem pelo comportamento digno de convivência com os árbitros, cumprindo com as normas e regras de protecção e segurança dos árbitros, para garantir o respeito da prestação ou actuação dos árbitros nos recintos desportivos que se decorrem os campeonatos recreativos de futebol 11.

No âmbito cientifico , o estudo poderá contribuir no desenvolvimento de estratégias tendentes a segurança e protecção dos árbitros contra a violência, no Campeonato  Recreativo de futebol 11, e servirá de fonte de consulta de futuros trabalhos relacionados com o tema.

1.6 hipóteses

Segundo TRUJILLO (1974: 137) hipótese é uma proposição antecipadora à comparação de uma realidade existencial ou uma espécie de pressuposição que antecede a constatação dos factos. Desse modo, como prováveis respostas ao nosso problema, julgamos que:

H1: A alteração dos resultados da verdade desportiva favorecendo umas das equipas contribuem para violências contra árbitros durante os jogos do campeonato recreativo de futebol 11.

H2: A insuficiência  de efectivo dos agentes de protecção e segurança no campo contribuem para violência contra os árbitros.

H3: A falta de conhecimentos e informação sobre a postura que se deve ter pela comunidade desportiva que acorre nos campos dos jogos contribuem para a violência contra árbitros.

 

 

 

 

 

 

 

CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 

Nesta secção do trabalho, pretende-se apresentar alguns estudos feitos por alguns autores e que se relacionam com o tema em estudo, focalizando atenção na relevância que os mesmos trazem para a pesquisa.

1.1. Definição de conceitos

1.4 Futebol recreativo

Segundo MIRANDA  (1989) O futebol  recreativo é uma forma comum de actividade física (AF) no tempo de lazer. Algumas revisões sistemáticas apontam benefícios nos vários domínios da saúde associados à prática de futebol recreativo para homens e mulheres.

De acordo com FIGUEIREDO  et all (2009) denomina-se futebol recreativo pelo carácter lúdico e livre desses jogos que possibilitam as pessoas vivencias alegres e descontraídas.

Para FRANCO et all  (2013) O futebol recreativo  é aquele prati­cado no tempo de lazer e com propósito lúdico, está presente no quotidiano dos indivíduos .

Na definição do conceito de futebol recreativo de acordo com os autores acima, podemos dizer que o futebol recreativo é uma actividade física e mental através da qual, o indivíduo é estimulado naturalmente, para satisfazer necessidades físicas, psíquicas e/ou sociais, que lhe dão prazer e tem responsabilidade no enriquecimento e na formação da personalidade do indivíduo, ajudando a criar uma ordem social.

1.5 Violência

A violência é definido por REIS (2006) como a  utilização da força (física ou não) que atende contra a lei e/ou o direito da soberania da pessoa.

Para SANTOS (1996) a violência configura-se como um dispositivo de controle aberto e contínuo, ou seja, a relação social caracterizada pelo uso real ou virtual da coerção, que impede o reconhecimento do outro, pessoa, classe, género ou raça, mediante o uso da força ou da coerção, provocando algum tipo de dano, configurando o oposto das possibilidades da sociedade democrática contemporânea.

Violência é definida pela  (OMS) Organização Mundial da Saúde como o uso intencional de força física ou poder, ameaçados ou reais, contra si mesmo, contra outra pessoa ou contra um grupo ou comunidade, que resultem ou tenham grande probabilidade de resultar em ferimento, morte, dano psicológico, mau desenvolvimento ou privação.

Portanto, podemos entender que a violência é um comportamento intencional que tem como foco causar danos numa outra pessoa. Os danos podem ser do foro físico ou mental, denominando se da violência física e ou psicológica.

Tipos  Violências

Segundo MINAYO (1997) Violência física - Acção ou omissão que coloque em risco ou cause dano à integridade física de uma pessoa.

De acordo com CANTERA (2007) Violência física é a utilização da força física, Golpes , Ferimentos , Submissões físicas (puxões, empurrões, imobilização)

Para nos, violência física é a utilização da força física sobre alguém. Tapas, socos, chutes , puxões, empurrões ou a utilização de algum artefacto com o objectivo de impor-se pelo uso da força física, oprimir, ferir ou causar qualquer tipo de dano físico.

A violência psicológica

Segundo HAYECK (2009) Violência psicológica refere -se  a utilização  de palavras ou actos ofensivos como forma de agressão. Humilhação, exposição, injurias ou a opressão e submissão fazem com que a vítima seja coagida sem a necessidade de utilização da força física.

Violência psicológica , refere - se a opressão psicológica,  Ameaças ,Humilhações e Intimidações. (LORENZ, 1963).

Entendemos nos que, Violência psicológica é a acção ou omissão destinada a degradar ou controlar as acções, comportamentos, crenças e decisões de outra pessoa por meio de intimidação, manipulação, ameaça directa ou indirecta, humilhação, isolamento ou qualquer outra conduta que implique prejuízo à saúde psicológica, à autodeterminação ou ao desenvolvimento pessoal.

1.6 Arbitro

Segundo REBELO (2002) arbitro é  a pessoa eleita pelas partes envolvidas no conflito ( ou, se elas assim preferirem , pelo comité de arbitragem ) para julgar a controvérsia.

Diz REIS (2005) que  o arbitro é a pessoa que num jogo ou competição desportiva, zela pelo cumprimento das regras.

Para nos , o arbitro é o individuo responsável por fazer cumprir as regras , o regulamento e o espírito do jogo ou desporto ao qual estão submetidos e intervir sempre que necessário ,no caso quando uma regra e violada ou algo incomum ocorre.

1.7 Violência contra os árbitros de futebol

Segundo COELHO (2002, 15) No futebol a violência dirigida a árbitros parece ser entendida como parte da cultura do jogo. Em todas as rodadas dos campeonatos de futebol existem polémicas, divergências e violência. Sejam jogos profissionais, amadores ou até em categorias de base. A violência parte dos jogadores, comissão técnica, dirigentes, torcedores e imprensa. Em jogos de crianças a violência dirigida aos árbitros parte dos pais que na presença de seus filhos jogadores perdem o controle e “ensinam” para os filhos a cultura da violência nos jogos de futebol.

Segundo BETTI (1997: 34) Os árbitros interpretam a violência contra eles como falta de respeito, falta de capacidade de dialogar, a exposição de um indivíduo a situações constrangedoras e a tentativa de denegrir a imagem, neste caso, do profissional árbitro.

Para MURRAY (2000) Futebol violento é aquele onde as equipes não respeitam o FAIR PLAY, onde as equipes já entram em campo premeditadas a seguir, a caçar alguns árbitros.

Em função dos argumentos anteriores dos autores, percebe-se que a Violência contra os árbitros de futebol ocorre principalmente no futebol amador e recreativo. Essa violência  manifesta-se de varias formas como agressão física directa ou envolve simplesmente atitudes verbais e/ou não verbais.  As violências morais e verbais, como ameaças, coações e injurias , surgem como algo inerente à função, expediente utilizado, principalmente, por adeptos e equipes derrotadas.

Referências Bibliográficas

BARRIO, A. Manual de Antropologia Cultural. Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 1992.

CUCHE, Denys. O Conceito de Cultura nas Ciências Sociais. São Paulo: Annablume, 2003.

EDUSC, 2002. Simbologia das cores. São Paulo: Annablume, 2000.

GUIMARES, Luciano – A cor como informação: a construção biofísica e cultural da simbologia das cores. São Paulo: Annablume, 2000.

GUIMARES, Luciano – As cores na mídia, a organização da cor-informação no Janeiro: Jorge Zahar, 2006.

JUNG, C. G – PsychologieundÂlchemie, Zurique, 1944.

CANTERA, L. Casais e Violência: Um enfoque

além do gênero. Porto Alegre: Dom Quixote,

2007.

HAYECK, C. M. Refletindo sobre a violência. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais - RBHCS, São Leopoldo, ano 1, n. 1, jul. 2009.

KRUG, E. G, et al. (eds.) World report on violence and health. Geneva: World Health Organization, 2002.

MINAYO, M. C. S.; SOUZA, E. R. Violência e saúde como um campo interdisciplinar e de ação coletiva. Hist. cienc. saude - Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 4, n.3, p. 513-531, nov. 1997.

REBELO, A., SILVA, S., PEREIRA, N. & SOARES, J. (2002). Stress Físico do Árbitro de

Futebol no Jogo, Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, Vol 2, nº 5, pp 24-30

REIS, V. (2005). A Arbitragem do Futebol – A caminho do futuro, Lisboa, Sete Caminhos

LAKATOS, E & MARCONI, M. Metodologia Científica: Ciência e Conhecimento Científico; Métodos Científicos e Teoria, Hipóteses e Variáveis. 2ª Edição, São Paulo, editora Atlas, 1992.

LAKATOS, E. & MARCONI, M. Fundamentos da Metodologia Científica. 5ª Edição, São Paulo, editora Atlas, 2003.

LARAIA, R. Cultura: um conceito antropológico. 2ª Edição, Bauru, 2003

MORAES, R. Análise de Conteúdo. In: Revista Educação, Porto Alegre, v. 22, n. 37, p. 7-32, 1999. [online] Disponível na Internet via WWW. URL:htt//: cliente.argo.com.br//~mgos/analise_de_conteudo_moraes.hotml. Arquivo capturado em 17 de Maio de 2019.

MARCONDES FILHO, c. J. Violência politica . São Paulo: Moderna 1987

MORESCO, M & RIBEIRO, L. O Conceito de Identidade nos Estudos Culturais Britânicos e Latino-americanos: Um Resgate Teórico. Brasil, ANIMUS, 2015.

PEREIRA, C. A Cor como espelho da sociedade e da cultura: um estudo do sistema cromático de design de embalagens de alimentos. São Paulo, FAUUSP, 2011.

PRODANOV, C & FREITAS, E. Metodologias do Trabalho Científico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Académico. 2ª Edição, Brasil, Universidade FEEVALE, 2013.

VIEIRA PINTO, Álvaro. Teoria da Cultura. In: Ciência e existência: problemas filosóficos da pesquisa científica. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.

ANSENDORF , Jens B. Psychologie der personlichkeit. Berlin: Springer. 2004

RODOLPH. Motivations psychologie. Beltz. 2003

ELIAS, N. Elias por ele mesmo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

COELHO, A. C. A regra é clara. São Paulo: Globo, 2002.

BETTI, M. Violência em campo: dinheiro, mídia e transgressão as regras no futebol espetáculo. Ijuí: Unijuí, 1997.

ELIAS, N.; DUNNING, E. A busca da excitação. Lisboa: DIFEL, 1992.

BOSCHILIA, B.; Afonso, G. F.; Alves, P. B. P. F. Os árbitros e a violência no futebol. In: ENCONTRO DA ALESDE, “Esporte na América Latina: atualidade e perspectiva" 1, Curitiba, 2008.

GIACOMELLO, Sérgio Luis; REIS, Heloísa Helena Baldy dos. A violência no futebol: aspectos relevantes dentro e fora de campo. In: X SIMPÓSIO INTERNACIONAL PROCESSO CIVILIZADOR, 2007. Anais... Campinas: UNICAMP, 2007.

DUNNING, Eric. Sociologia do esporte. São Paulo: Annablume, 2014

GOMES e Elizalde. 2012

MURRAY, B. Uma história do futebol. São Paulo: Alfa- Ômega, 2000.

CARLA Righeto . Árbitros: vilões e/ou mediadores do espectáculo ? Campinas .2016

FRANCO Jr H. Brasil, país do futebol? Revista USP. 2013 set-out-nov;99:45-56.

FIGUEIREDO AJ, Gonçalves CE, Coelho E, Silva MJ, Malina RM. Characteristics of youth soccer players who drop out, persist or move up. J Sports Sci. 2009.

SANTOS JAP. desporto e Juventude: um olhar acerca da relação do Jovem com o desporto. 2010.

 


quinta-feira, 17 de junho de 2021

Evolução histórica e semântica do termo literatura

 

Textos literários: o texto narrativo

 Textos literários: o texto narrativo As primeiras produções literárias tiveram origem na oralidade. A literatura oral é denominada oratura. São vários os géneros da oratura, nomeadamente contos, fábulas, mitos, lendas, histórias enigmáticas, poesias, provérbios, ditados, anedotas e adivinhas, entre outros. Com a invenção da escrita, muitas produções literárias orais passaram à escrita.

Trazemos-te, nesta unidade didáctica, o estudo da literatura a partir das suas formas orais. É importante também ficares a conhecer a evolução etimológica do termo «literatura».

Evolução histórica e semântica do termo «literatura»

O termo literatura deriva historica- mente, por via erudita, da palavra latina litteratura.

Na língua portuguesa, encontramos documentado o termo literatura, pela primeira vez, num texto datado de 21 de Março de 1510.

O termo complexo literatura signifi- cou o saber relativo à arte de escrever e ler, gramática, instrução e erudição. Nas diversas línguas europeias, até ao século XVII, o conteúdo semântico de 01 literatura dizia respeito ao saber e à ciência, em geral.

Na segunda metade do século XVII, o conceito literatura apresenta uma profunda evolução semântica, em estreita conexão com as transformações da cultura europeia nesse período histórico. Subsistem no seu uso, por força da tradição linguística e cultural, os significados já mencionados, mas manifestam-se também, em correlação com aquelas transformações, novos conteúdos semânticos, que divergem dos anteriormente vigentes e que divergem também entre si.

O conhecimento representado pela literatura, quando diz respeito a objectos caracterizados pela beleza, como a poesia, a eloquência, «a história bem escrita», toma o nome de belle littérature, não cabendo tal como designação, porém, à simples crítica nem à cronologia, já que tais actividades, bem como os escritos dela resul- tantes, carecem de beleza. Se a denominação de belle littérature implica, por conseguinte, a existência de valores estéticos, a simples denominação de literatura implica a relação com as letras, com a arte de expressão através da linguagem verbal e, por isso mesmo, Voltaire não considera como pertencentes à literatura aquelas obras que se ocupam da pintura, da arquitectura ou da música.

Num texto de Diderot, escrito em 1751, a literatura é consi- derada uma arte e também um conjunto de manifestações dessa arte, isto é, um conjunto de textos que se singularizam pela presença de determinados valores estéticos.

Este texto de Diderot docu- menta, pois, dois novos e importantes significados com que o termo literatura será cres- centemente utilizado a partir da segunda metade do século XVIII: especifico fenómeno estético, específica forma de produção, de expressão e de comunicação artistica

O termo literatura passou a significar também o conjunto da produção literária de um determinado país, tornando-se óbvias as implicações filosófico-políticas do conceito literatura nacional: cada país possuiria uma literatura com carac- 45 terísticas próprias, uma literatura que seria expressão do espírito nacional e que constituiria, por conseguinte, um dos factores relevantes a ter em conta para se caracterizar a natureza peculiar de cada nação, Designações como literatura alemã, literatura francesa, italiana, etc., foram-se tornando de uso frequente a partir das últimas três décadas do século XVIII.

Oratura vs. literatura

A literatura sob a forma escrita tem base oral. Isto significa que as primeiras mani- festações artísticas surgiram por via oral, pois a oralidade é mais antiga e o Homem sempre teve necessidade de exprimir sentimentos.relatar eventos e retratar realidades através da arte (cantos, poesia, dramas e histórias orais).

O meio de transmissão oral é menos seguro do que o meio escrito. A literatura oral (ou, simplesmente, oratura) varia à medida que passa de um transmissor para outro. Como diz o ditado: «Quem conta um conto, acrescenta um ponto.» O contador de histórias orais é criativo, pois, muitas vezes, recria a história que ouviu, adequan- do-a à realidade que o envolve. Contudo, isso não implica a perda da essência do que conta. As adaptações nas produções orais não acontecem só pelo simples interesse recreativo ou contextual; também são, muitas vezes, condicionadas pelo esqueci- mento. Por outras palavras, a falha da memória, isto é, o esquecimento da história pelo contador, obriga-o a inventar certas passagens.

Os géneros da oratura são guardados na memória das pessoas e transmitidos de geração em geração. A literatura escrita é fixa, imutável, quando não for viciada. O código escrito asse- gura a integridade textual, não permitindo recriação por parte do leitor. Contudo, a oratura é mais viva. Tal vivacidade é legada pelo narrador, através da entoação da Voz, dos gestos e das expressões faciais.

A escrita procura traduzir as expressões acentuadas do discurso oral através da pontuação [exclamação (!);reticências (...); interjeições (Ah!, Ui!);mudança tipográfica (O patrão disse: - SAI!); onomatopeias (zzzz., booom...)] e de outros recursos.

Em síntese:

 

Literatura oral

Literatura escrita

Composição

Na memoria

No papel

Transmissão

Oral (de uma pessoa a outra)

escrita ( papel ao leitor)

Autor

Desconhecido

Identificado

codigo

Misto (palavras, gestos, imagens…)

Verbal (escrita)

conteudo

sujeito a mudancas

Inalteravel; fixo

 

A literatura oral é anterior à escrita. Assume-se como um património cultural, na medida em que é transmissora de conhecimentos, ensinamentos e valores. Está sujeita a alterações (a memória do contador ou o local/situação em que é realizada são motivos que a isso conduzem). Ultrapassa o problema do analfabetismo, pois pode ser consu- mida por todos. Surge-nos em forma de contos, fábulas, provérbios, adivinhas.

 

quarta-feira, 2 de junho de 2021

Plano de Produção de Milho (Zea Mays) numa área de 2ha para comercialização no mercado de Chókwe

 

Plano de Produção de Milho (Zea Mays) numa área de 2ha para comercialização no mercado de Chókwe

Introdução

A agricultura é uma das principais actividades de rendimento do nosso país, pois constitui uma das principais fontes de sustento familiar e proporciona a melhoria da dieta alimentar da população, (MADAR, 1994-1996).

No dia-a-dia é frequente observar e acompanhar várias produções que tem vindo a ajudar a economia do país, portanto, para uma melhor produtividade é necessário e importante que se conjuguem aspectos técnicos e práticos de modo que se realizem com eficiência as actividades traçadas em um determinado espaço de tempo.

O Milho (zea mays), também conhecido como cereal é cultivado em grande parte do mundo. O milho é extensivamente utilizado como alimento humano ou ração animal, devido às suas qualidades nutricionais. Todas as evidências científicas levam a crer que seja uma planta de origem mexicana,( Embrapa,2010).

O milho (Zea mays ), era plantado por Indígenas americanas em montes, usando um sistema complexo que varia da espécie plantada de acordo com o seu uso. Esse método de plantações de uma única espécie com as grandes navegações do século XXI e no inicio do processo de colonização da América, a cultura do milho se expandiu para outras partes do mundo. Hoje, o milho é cultivado e consumido em todos os continente, (Tuia, 2009).

Os grãos de milho representam uma excelente fonte proteica na dieta humana dos países em desenvolvimento, das regiões tropicais e subtropicais. É, também, considerada cultura de milho, que contribuem segurança alimentar nos mesmos países, (Tuia, 2009).

O presente processo de produção irá abordar sobre produção e comercialização do Milho (Zea mays) Matuba, numa área de 2ha, na província de Gaza, distrito de Chókwè no campo do Instituto Agrário de Chókwè.

 

 

 

1.1. Finalidade e Justificação

1.1.1. Finalidade

Culturalmente a população deste distrito produz milho, como fonte de rendimento (emprego) através da comercialização e dieta alimentar, pois é a fonte de minerais e carbohidratos. Os solos de Chókwè também apresentam boa qualidade de retenção de água e de nutrientes disponíveis para as plantas, são os mais recomendados para a cultura de milho. Com o presente projecto pretende-se produzir milho numa área de 2ha no Instituto Agrário de Chókwè para a comercialização no mercado local, (Portal do governo, 2009).

1.1.2. Justificação

A razão da escolha da cultura, baseia-se na sua importância económica bem como nutricional. A sua importância económica deve-se ao facto da cultura ser apreciada a nível mundial devido às sues derivados. E o seu valor nutricional torna-se uma fonte de divisas, pois em alguns países usam para a exportação, (FAO, 1987).

Ultimamente tem-se registado em Moçambique e no mundo inteiro a crise alimentar de cereais, como meio de combater esta crise o governo de Moçambique tem vindo a desenvolver programas que visam o aumento da produção e da produtividade dos mesmos, e devido a mudanças climáticas que se tem vindo a registar nos últimos meses tem-se verificado dificuldades do cumprimento das metas, estando assim aberto mais espaço para escoamento e venda dos cereais devido a fraca concorrência no mercado, (Portal do governo, 2009).

O milho é um dos cereais mais consumido e comercializado a nível nacional. Constituem alimento básico em Moçambique, é um produto com mercado garantido nas diversas praças formais da zona sul, algumas indústrias compram para o fabrico de ração e farinha de milho e cidadãos comuns usam para o consumo, em geral. O distrito de Chókwè, localiza-se na zona agro-ecológica (3) e a cultura (milho) adapta-se bem às condições edáfo-climáticas do distrito, associado a existência do regadio, neste distrito. Este distrito possui quase 40% do total da área dos regadios de Moçambique e quase 30% do total da área irrigada do país. Em relação à Província de Gaza, está localizada neste distrito 70% da área total dos regadios e 90% da área operacional, (Portal do governo, 2009).

1.2. Objectivos

1.2.1. Geral:

ü  Produzir milho, variedade Maatuba, numa área de 2ha para venda no mercado de Chókwè.

1.2.2.      Específicos:

ü  Conciliar os conhecimentos teóricos e técnicos com as práticas de produção de milho;

ü  Aperfeiçoar os conhecimentos técnicos no âmbito de produção agrícola;

ü  Contribuir na garantia da segurança alimentar dos cidadãos de Chókwè

ü  Determinar os custos de produção de milho.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

2. Técnicas de Produção

2.1. Preparação do terreno





O preparo do terreno está relacionado com as características da área onde será realizado a sementeira. A preparação do solo para a sementeira deverá ser feita de maneira a propiciar maior disponibilidade de água para a cultura, visto que o regime hídrico do solo é um factor essencial para o crescimento da cultura. As operações serão realizadas da seguinte forma:

-Para a realização deste trabalho serão feita uma (1) lavoura, em seguida far-se-á gradagem, uma operação que visa a destruição de torrões formados durante a lavoura, realizar-se-ão duas gradagens sendo a segunda cruzada à primeira e por último a sulcagem, parcelamento que visa divisão do terreno emparcelas de modo a facilitar os amanhos culturas.

2.2. Rendimento ou Produção em massaroca que pode ser atingido na área seleccionada

Com o material e infra-estruturas disponíveis no Instituto Agrário de Chókwè, bem como o tipo de solo que apresenta, rico em húmus, com pH que varia de 5 a 7,5 e ainda com a disponibilidade de água existente na região, espera se atingir um rendimento de 3 a 4 toneladas de milho em fresco em 2 hectares, sendo que em média esta variedade pode atingir 4 toneladas por hectares.

2.3. Variedade seleccionada de acordo com as características de área e condições de produção

A variedade Matuba é uma das principais variedades usadas em Moçambique devido a sua grande adaptabilidade e por ser uma das mais rentáveis para esta cultura, tem um rendimento de 3 a 4 toneladas por hectare em condições de sustentabilidade, com um ciclo produtivo de 100 a 120 dias, é resistente ao míldio e listrado, apresenta grão duro e precoce. A variedade adapta-se a vários tipos de solos, mas os melhores para a sua produção são os profundos permeáveis e ricos em húmus com pH que varia de 5 a 7,5, a sua produção é recomendada a zonas baixas e sul de Moçambique, para a sua produção o compasso recomendado é de 80cmx25cm, (Fato et al, 2011).

 

 

2.4. Exigências do mercado

Os produtos serão vendidos no mercado de Chókwè. Durante o processo de venda, haverá necessidade de cobrança de uma taxa de imposto como por exemplo, a de licença de venda de um produto ou circulação com produto no mercado.

2.5. Clientes

 A análise dos clientes é um dado muito importante para poder avaliar se as quantidades que se pretende produzir vão de acordo com as necessidades dos clientes. O grupo alvo é os consumidores do mercado de senta-baixo.

2.6. Preços

Em Chókwè, os preços mais praticados variam de 8-10Mt/kg. Estes preços variam de acordo com as quantidades requisitadas pelos compradores. Os preços em referência são geralmente praticados numa altura em que a procura não é muito maior, portanto, em tempo de maior procura que ocorre geralmente nos meses festivos estes preços registam uma ligeira subida chegando a se vender um (1) kg por 15 meticais, portanto, é em volta destes preços que a empresa irá juntar outros factores (custos de produção, qualidade do produto) para marcar os preços dos produtos.

2.7. Concorrentes

É de realçar que em Chókwè existem muitos produtores que não usam todas as técnicas de produção de milho da variedade matuba, portanto, será uma mais-valia para o negócio. No caso do mercado de Chókwè, os concorrentes são muitos, portanto, usar-se-ão estratégias de marketing para marcar a diferença com os produtos e os preços dos outros clientes.

 

 

 

 

2.1.1 Amanhos culturais

2.1.2. Sementeira

Sementeira é uma operação que consiste em colocar a semente no solo, num determinado compasso de 80cm x 25cm na cultura de milho a uma profundidade de 4 a 6cm dependente do tipo do solo e demissão da semente. A quantidade semente por se usar será 25kg/ha com o poder germinativo de 90-95%.

2.1.3. Adubação

A adubação é a prática agrícola que consiste no fornecimento de adubos ou fertilizantes ao solo, de modo a recuperar ou conservar a sua fertilidade, suprindo a carência de nutrientes e proporcionado o pleno desenvolvimento das culturas vegetais. A adubação será feita com NPK e ureia (adubação de fundo). A quantidade de NPK será de 90kg/ha e de ureia será de 125kg/ha. A adubação com NPK será feita no dia da sementeira e com ureia será feita 45 dias depois da sementeira.

2.1.4. Rega

Rega é um processo artificial de satisfazer as necessidades em água das plantas quando esta não existe no solo. A rega será por gravidade, prevê-se uma rega em cada duas semanas, importa referir que o intervalo de rega não será constante irá depender da temperatura e o estado do solo.

2.1.5. Sacha

Sacha consistirá no combate ou eliminação de ervas daninha no campo aonde que esta instalado a cultura para evitar a competição dos nutrientes e água.

É uma actividade feita manualmente usando enxada. Onde a primeira sacha poderá ser aos feita 10 dias depois da emergência, a segunda será realizada 20 dias o depois ou mais, isto, é, o número das sachas irá depender das condições da cultura.

 

2.2.1. Controlo de pragas e doenças

2.2.2. Pulverização

Pulverização será feita manualmente usando pulverizador de dorso. É uma actividade que consiste em combater pragas e doenças, que são prejudiciais a cultura e causam danos a cultura. E pulverização será feita em 7-10 dias, contados a parir da data de emergência da cultura paralelamente com o arranque de plantas afectadas por vírus (míldio), isto é, as folhas ficam amarelas.

Controle de pragas e doenças consiste na eliminação de pragas e doenças que causam danos na cultura, deste modo baixando o seu rendimento. Na exploração será feito o controlo de pragas e doenças a saber:

2.2.3. Pragas

ü  Roscas (Agrotis spp.)

ü  Broca de colmo (Busseola fusca)

ü  Listrado da folha ( Maize streak virus)

Para o seu controle será usado o pesticida Dimetoato EC 500g/l na quantidade de 16l.

ü  Míldio (Peronosclerosporasorghi)

Para o controle do míldio usar-se-ão 1kg/ha de semente que serão colocadas num recipiente contendo Mancozeb + metalaxil (WP).

 

 

 

 

 

2.3.1. Colheita

Colheita consiste na retirada dos produtos depois de ter completado ou atingido o seu ciclo vegetativos, usando vários materiais como: sacos, caixas, catana. etc. O ciclo de maturação de milho e de 100-120 dias. A colheita de milho acontece quando o teor de humidade estiver nos 17% a 18% enquanto tiver atingido a maturação biológica. A colheita será manual.

2.3.2. Práticas de colheita e pós-colheita

2.3.4.Colheita

A colheita de milho em massaroca é feita manualmente e consiste em geral em cortar as plantas e tirando da massaroca. Quando se atrasa a colheita, as massarocas podem secar, logo baixa o rendimento.

A colheita deve ser feita na época correcta ou seja imediatamente depois de atingir 90 dias no campo, para se proceder a colheita tem sido usado o método manual, usando camião ou tractor a copulado ao atrelado, onde leva-se para o local de venda podendo usar como o meio de transporte o camião ou tractor para facilitar o escoamento das massarocas do campo para o local de comercialização.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

3.materiais e métodos

3.1  Materiais

Materiais

Produtos

1

  Enxadas

Pesticidas

2

Tractor

Fertilizantes

3

 Charrua de discos ou de aiveca

Herbicidas

4

  Regadores

sementes

5

 Carinha-de mão

 

6

 Pulverizadores

7

 Fita-métrica

8

 Corda

9

 Caneta

10

 Régua

11

Agenda

12

Máscara

13

Luvas

14

Botas

15

Fato-macaco

 

3.2. Metodologia

3.2.1. Preparação do solo

A preparação do solo é um factor determinante na produção de milho pois a ma preparação do mesmo pode dificultar a planta na fixação, na busca de nutrientes e água.

3.2.1.1. Lavoura

 Será efectuada uma lavoura com charrua de disco acoplada ao tractor, onde a profundidade da lavoura será de 25 a 30cm. Esta deve ser feita 30 dias antes da sementeira, para permitir a decomposição da matéria orgânica.

 

 

 

 3.2.1.2. Gradagem

Far-se-ão duas semanas depois da lavoura, onde serão efectuadas duas gradagens cruzadas usando uma grade de discos acoplados ao tractor, garantindo a eficácia facilitando o desenvolvimento do sistema radicular.

3.2.1.3. Sulcagem

Esta actividade será realizada uma semana depois da gradagem e para esta actividade usar-se-á um sulcador com 3 órgãos activos acoplados ao tractor. A distância entre as linhas do sulcador será de 80cm.

3.2.2. Sementeira

Para a cultura de milho a sementeira é direita, e é feita no campo definitivo podendo se usar a mão ou máquinas semeadoras, muita das vezes é feita a mão por falta de condições financeiras ou maquinaria, mas em determinadas oportunidades faz-se a sementeira indirecta. A sementeira do milho será feita com uso de bitolas onde usar-se-á um compasso de 80x25cm.

3.2.3. Rega 

De acordo com as necessidades da cultura as regas eram feitas uma vez por semana, visto que a cultura de milho requer 450 a 600mm durante todo o ciclo.

O sistema de rega que será usado será de gravidade (sulco-a-sulco). A fonte de água para a rega é o canal secundário que abastece os campos agrícolas da região. Esta operação deverá respeitar um intervalo de 15 dias, dependendo da evapotranspiração que irá ocorrer.

3.2.4. Adubação

A adubação é uma preparação do solo com base na aplicação de adubos. Far-se-á uma adubação de fundo usando o composto NPK, em simultâneo coma última gradagem em 4 semanas depois far-se-á adubação de cobertura usando a UREIA, esta deverá ser realizada junto a sacha e amontoa. Também será feita uma adubação foliar em três semanas depois da adubação de fundo.

 

 

 

3.2.5. Sacha

Esta actividade será realizada mediante o uso de enxadas com objectivo de eliminar as infestantes que competem com a cultura a nível de água, espaço de desenvolvimento e nutrientes.

3.2.6. Pulverização

Far-se-ão duas pulverizações onde irá se usar a Cypermetrina e Protect para o combate e prevenção da broca do colmo e outras pragas que podem atacar a cultura. Também dever-se-á exigir a realização eficiente deste trabalho de modo na manter as plantas sãs e garantir a qualidade do produto final.

3.2.7. Colheita

A colheita será feita mediante o uso de sacos para colocar as espigas. Depois da colheita realizar-se-á a debulha usando uma combinada accionada a TDF do tractor e no tratamento do produto colhido, será usado actilic para evitar possíveis ataques de pragas e a seguir o produto será armazenado em sacos selados de 50kg.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

4.Modulos a integrar

Módulos vocacionais:

AGRO 13008 – Estabelecer e conduzir uma cultura.

Ø  Este módulo ajudara na condução da cultura até a colheita

AGRO 15002 – Elaborar um plano de negócio.

Ø  Este módulo ajudara na realização do plano requerido para a implementação do plano

AGRO 25007 – Estalar e gerir um sistema de rega e drenagem.

Ø  Este módulo estará integrado no sistema de rega e drenagem e gestão de água a ser debitada em cada sulco.

AGRO 14018 – Disseminar tecnologias agrarias.

Ø  Este módulo ajuda muito na inovação das tecnologias agrarias

Módulos genéricos

HGO 43002 – Implementar e produzir textos escritos simples.

Ø  Este mo módulo ira ajudar na elaboração e realização dos relatórios, registo de alguns factos que possam ocorrer no campo de produção.

HGO 33002 – Resolver problemas e situações de dia a dia utilizando números racionais.

Ø  Este módulo ira ajudar no cálculo dos adubos a serem aplicados, e na revisão dos custos de produção assim como da margem liquida esperada.

 

 

 

 

 

 

 

 

5. Análise FOFA

5.1. Fortalesa

ü  A existência de condições edafo-climáticas ;

ü  A existência de técnico qualificado que irão tornar o plano num projecto rentável;

ü  Ter capacidade de fornecer produto de boa qualidade;

ü  Ter capacidade de produzir e veder produtos desejados aos clientes.

5.2. Oportunidades

ü  Evolução tecnológica;

ü  Estabelecer contacto com os próprios consumidores;

ü  Existência do regadio.

5.3.Fraquesas

ü  Ser a primeira vez a cultivar milho no distrito de Chókwè;

ü  Aumento dos custos de aquisição do produto no mercado.

5.4.Ameaças

ü  Oscilações de preços;

ü  Existência de pragas e doenças na milho;

ü  Calamidades naturais.

 

 

 

 

 

 

 

6. Cronograma de actividades

                                                       Meses

Actividades

Setembro

Outubro

Novembro

Dezembr

Janeiro

Fevereiro

1

2

3

4

1

2

3

4

1

2

3

4

1

2

3

4

1

2

3

4

1

2

3

4

Lavoura

x

x

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Gradagem

 

 

 

x

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sulcagem

 

 

 

 

x

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Parcelamento

 

 

 

 

 

x

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sementeira

 

 

 

 

 

 

x

X

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Rega

 

 

 

 

 

 

 

X

x

 

 

x

x

 

 

x

x

 

 

x

x

 

 

 

Sacha

 

 

 

 

 

 

 

 

 

x

x

 

 

x

x

 

 

x

x

 

 

 

 

 

Adubacao

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

x

 

 

x

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pulverização

 

 

 

 

 

 

 

 

 

x

 

 

 

 

x

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Colheita 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

x

x

 

 

Debulha e Armazenamento

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

x

x

Venda

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

x

x

 

 

 

 

 

 

 

 

 

6.1. Necessidade de mão-de-obra e equipamentos necessários

Tabela 1:

Custos variáveis

 

 

Designação

Areia(há)

Quantidade/ ha

Unidade

Custo unitario(mt)

Custo total(mt)

Lavoura

2

1

ha

3000,00

6000

Gradagem

2

1

ha

1500,00

3000

Sulcagem

2

1

ha

1500,00

3000

Parcelamento

ha

2

1000,00

1400,00

2000

Semente

2

100

kg

35

7000

Adubo NPK

2

500

kg

55

55000

Adubo ureia

2

100

kg

50

10000

Cipermetrina

2

1

litro

850

1700

Mancozeb

2

1

kg

800

1600

Sacos

2

30

-

15

900

Sacionais

2

5

-

150

1500

combustivel

2

250

litro

52

1300

 

Total

 

93.000.00

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tabela2:

Custos fixos

Designação

Unidade

Quantidade

Custo unitário/mt

Custo total

Pás

-

3

260,00

780,00

Enxada

-

4

335,00

1340,00

Pulverizadore

litros

4

1500,00

6000,00

Regadores

Litros

2

400,00

800,00

Tambor

Litros

1

1250,00

1250,00

Caixas

-

10

100,00

1000,00

Botas

 

4

347,00

1388,00

Mascaras

 

4

50,00

200,00

Fato-macaco

 

4

1140,00

4560,00

Luvas

 

4

109,00

436,00

Total

 

17.754,00

 

8. Medidas de HST, de controlo ambiental e gestão dos resíduos

. Medidas de HST, de controlo ambiental

ü  Usar equipamento de protecção durante a realização de todos os trabalhos do campo;

ü  Não comer, beber e fumar durante o manuseamento de pesticidas;

ü  Não lavar os equipamentos como pulverizadores nos recursos hídricos;

ü  Enterrar ou incinerar as embalagens de pesticidas depois do seu uso;

ü  Ler o rótulo antes do uso do produto químico;

ü  Colocar uma placa que indica o intervalo de segurança.

8.2. Gestão dos resíduos

ü  Após o uso, as embalagens de pesticidas serão incineradas ou enterradas,

ü  Os restolhos de cultura serão incorporados no solo para servir de matéria orgânica.

9. Dados a serem colectados durante o processo de produção

Depois de se estabelecer a cultura no campo vai se fazer o controlo para ver se o crescimento foi uniforme se não far-se-á a ressementeira para completar as prováveis falhas, vai se avaliar o nível da humidade do solo, o nível de infestação para se proceder o controlo de pragas, doenças e infestantes. Para se fazer o controlo de pragas e doenças usar-se-á pesticidas tendo em conta o nível económico de danos (NED). A monitoria será feita semanalmente e sempre que se programar o trabalho para tornar mais eficiente.

 Custos de produção e resultados esperados

Tabela 4: Resumo dos custos

Custos Fixos

Custos Variáveis

Total de produção

 17.754,00Mtn

93.000,00Mt

110.754,00Mtn

 

Custo unitário                                                           Receita Total

CU=CTP̸QP                                                               RT= PV X QP

CU=110,754̸20000kg                                                RT= 50 X 55377

CU= 5.5377                                                               RT= 2768850

Margem bruta                                         Margem liquida

MB= RT – CF                                           ML= MB - CV

MB= 2768850 – 17754                             ML= 2751096 - 93000

MB= 2751096                                           ML= 263096

 

Preço variável

PV= CU+ (CUx%)+(CUxIVA)

PV=55377+(5.5377x0,5) +(5.5377+0,17)

PV=55377+27688.5+55377.17      PV=138.442MT

6.2. Avaliação do projecto

Para a realização do projecto alguns constrangimentos foram registados na recolha de informações para a elaboração do projecto visto que em algumas lojas de venda de insumos e materiais não davam a cotação de preços. Apesar destas dificuldades o projecto foi elaborado com sucesso.

O projecto é viável tendo em conta a região em que vai se implementar pois possui boas condições edafo-climáticas para a sua produção. Os solos são adequados, há disponibilidade de terra, a fonte de água esta bem localizada, boas vias de acesso para o escoamento do produto, o mercado é suficientemente grande, há poucos concorrentes, o lucro é satisfatório. O projecto poderá ser fonte de emprego para alguns cidadãos do distrito de Chókwè, na província de Gaza.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

7. Referências bibliográficas

EMBRAPA. (2010). Fisiologia de milho e adubação de milho para alto rendimento, disponível em http/www.com.embrapa.br. Acessado no dia 13/10/2016

Instituto de Investigação Agrária (IIAM). 2013. Manuais de milho. 2a edicção.

Jonasse, F.C. e Tuia, A. J. F., Agro-pecuária 9a classe. 2010. 1a Edição. Maputo. Texto Editores, Lda-Moçambique.

MADER (1996). Estatística de 1994, 1996 - Departamento de estatística, Maputo

Mano, F; Bento. Repado. 1988. O milho. 1 Edição.Portugal-Lisboa.

Portal do governo (200). Atlas de Moçambique.

Segeren, P. (1994). Pragas, doenças e Ervas daninhas nas culturas alimentares em Moçambique. Ministério da Agricultura. 1ªEdição